“Não há aqui critério
decisivo de eleição, mas sim uma sanção retrospectiva da história. Na sucessão histórica
das interpretações – consequência dos seus conflitos por direito Inacabáveis –,
distinguimos espontaneamente (e justificadamente) entre interpretações profundas ou
superficiais, produtivas ou estéreis, interessantes ou entediantes, importantes
ou fúteis, entre as que fazem história e as que são esquecidas logo em seguida [...]. Estas
distinções, evidentemente, não superam a distinção entre o verdadeiro e o falso.
Elas substituem tal distinção – na falta de algo melhor, se se preferir, mas com a
liberdade e a responsabilidade que isto implica. E a substituem no domínio da filosofia.
Domínio este em que nunca se tem afirmações inteiramente verificáveis, mas sim
interpretações, sejam de primeiro grau, como as do filósofo (o qual interpreta o
mundo, a ciência, a arte etc.), ou de segundo grau, como as do historiador da
filosofia. Minha conclusão é que entre as interpretações de primeiro grau do filósofo e as
meta-interpretações do historiador da filosofia há homogeneidade e continuidade...”
Pierre Aubenque. 1992
(in: AUBENQUE, Pierre, “Sí y no (La historia de la filosofía, ¿es o
no filosófica?)”, in CASSIN, Barbara (ed.). Nuestros griegos y sus modernos:
estrategias contemporáneas de apropiación de la antiguedad. Madrid:Alianza
Editorial, 1994, pp. 19-31
Citação encontrada na notável Tese de Sergio Hugo Menna.
In: MENNA, Sergio
Hugo. Máquinas, gênios e homens na construção do conhecimento: uma interpretação
heurística do método indutivo de Francis Bacon. Tese de Doutorado. Campinas: Universidade
de Campinas, 2011, página 12
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