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sábado, 11 de maio de 2013

SOMOS TÃO JOVENS: O FILME SOBRE RENATO RUSSO

Bom Dia...

Ontem estive assistindo, vendo e ouvindo SOMOS TÃO JOVENS, a cinebiografia de Renato Russo que rola de 1973 a 1986. (link para o disco de 1986 DOIS: DOIS - LEGIÃO URBANA  A primeira canção é DANIEL NA COVA DOS LEÕES....) 

Fui para o cinema com Regina e, de outro lado, também foram mais uma batelada de alunos e alunas da escola que construíram este programa legal com apoio do Grêmio Estudantil Organizado da escola. O programa foi alternativo às aulas para a noite de sexta-feira. 

Aprovamos a iniciativa porque sabemos que Cinema também é educação e também porque sabemos que alguns alunos não entram no cinema tão fácil assim não. Houve um bom desconto que incluiu o transporte também. 

Fui para lá cantarolando que "uma menina me ensinou quase tudo que eu sei" e me lembrando com muito carinho da minha adolescência toda que aconteceu quase no mesmo período da do Renato Russo. Os anos 80 entrei nos anos 80 com 15 anos e sai com 25.

AINDA É CEDO - LEGIÃO URBANA AO VIVO

E só eu sei quantas vezes cantarolei na saída ou na chegada, no meio ou no fim as canções dele e da Urbana Legio da qual todos nós fazíamos por assim dizer parte.

Sei quase todas as letras de cor e vivi muitos momentos embalados por elas...claro que a gente não lembra só das letras...lembras das revistas...das frases de baixo...das pessoas e das situações.

Este filme é o que eu chamo de filme TRAVELLING, porque te passa o filme ali na tua frente e te passa um outro filme em paralelo na tua cabeça.

Gostei do fato que vieram boas ou ótimas lembranças...o que significa que minha adolescência não foi tão mal assim....mas senti muitas saudades de pessoas e situações e uma vontade de poder viver tudo de novo, não para fazer diferente, mas simplesmente para sentir mais o gostinho da vida, o gostinho da aventura, da descoberta e refazer todas as farras e circuítos. 

Em certa cena eles invadem um aniversário e olha isso eu fiz com nossa turma várias vezes, mas era uma coisa muito na boa e muito legal também. Tu chegava se apresentava negociava as cosias e participava feliz da vida.

Como é bom ser jovem e como foi bom ser jovem, vou repetir isso mil vezes neste final de semana.

O filme é bem fiel ao meu ver ao que aconteceu e é um filme suave, sem excessos e exibições apelativas. Na verdade eu não tenho mais muito gostos para exageros e excessos em cinema e etc. E acho que um filme bem contado sem efeitos especiais é mais importante do que aquelas explosões e etc. A vida real é bem mais slow. Ainda que o cotidiano seja agitado em alguns aspectos.

Também vivi um certo luto com a morte de John Lennnon em dezembro de 1980 e isto mostra a nossa afinidade de ideias e sintonia naquela época. Para mim John era a cabeça do rock de então e a melhor coisa que eu tinha ouvido de contestação ao sistema geral do mundo. 

Diria que o filme é até pudico em alguns aspectos, mas é bom que seja assim, porque eu creio que respeita mais o sentimento real e verdadeiro daquela juventude que só queria amar e ser feliz e que não pensava nisto sem pensar no futuro do Brasil. E me sinto parte integral desta juventude. E muito interessante também ver o pulo que o Renato dá da juventude Punk  (ver artigo de 1983 de Hermano Vianna sobre o movimento PUNK em Brasília do qual Renato fazia parte desde 1977: AI DE TI BRASÍLIA - Hermano Vianna - Revista Mixtura Moderna )  contestadora e porrada para a Canção de protesto e a construção de consciência civil dele e nossa. Todos nós de certa forma fizemos esta passagem também. 

Eu lembro também que fazia a analogia na minha consciência entre a condição de operário metalúrgico do Lula e depois de Deputado Federal e político em 1986 no minha primeira eleição em que votei na cédula inteira no PT. A analogia entre a greve e o debate, entre o enfrentamento à repressão e a argumentação política num espaço público.

Porque também na minha vida sai de um jovem rebelde e contestador para um jovem que participava da vida política. 

Ainda que nem todos daquela geração - entre estes meus amigos e amigos e contemporâneos - dessem muita bola para isto, aquela é a geração que viveu as DIRETAS JÁ, a ELEIÇÃO DE 1989 (aquela roubada por você sabe muito bem quem) e que conclui tudo neste ciclo com o FORA COLLOR.

São dois movimentos e um episódio que mostram representativamente o quanto o Brasil estava num buraco naquela época.

A pergunta já clássica do Renato Russo presente na canção: QUE PAIS É ESTE? continua valendo e sendo muito relevante. Mas para mim hoje ela traz a outra pergunta, que na cena do filme também é feita: QUE CIDADÃO EU SOU? E QUAL MINHA RESPONSABILIDADE NISTO?

Mas sem dúvida estamos muito melhores hoje em diversas condições e características. A música atual, por outro lado, está num momento meio indigente hoje.

Na minha opinião os poetas da canção estão escondidos e nós só os descobrimos em CDs de pouca circulação e não há divulgação alguma para música de boa qualidade que é produzida hoje. Só rola ou lixo cultural ou revival de velhos grupos musicais. Por exemplo, eu adoro os TITÃS, mas me custa acreditar que está é a única banda com mensagens para serem compartilhadas hoje. E Roberto Carlos então nem se fala.

Só me aparecem os vendedores de canções. Que fase esta.

Mas eu gostei do filme porque gosto muito da verdade e a verdade se apresenta ali com todas as tintas necessárias.

Não vejo a hora de assistir também FAROESTE CABOCLO, que vai mostrar a grande sensibilidade de Renato Russo para com o Brasil que não tinha chance naquela época da gente e que hoje vai conquistando espaço.

E, também, não vejo a hora de assistir e aguardo com mais interesse, inclusive,  a segunda parte do filme sobre ele - que deve rolar e narrar o tempo de 1986 a 1996 - que terá uma dose muito maior de sucesso e drama também.

Creio que ainda existem lições a tirar das suas canções...

lições para a nossa sensibilidade e o nosso pensamento também....

SERÁ SÓ IMAGINAÇÃO?

P.S. DO PROFESSOR: é legal sim...sermos os adultos que somos hoje considerando os jovens que nós fomos também...eu me sinto muito orgulhoso e feliz com isso...já é uma bela e verdadeira história....os alunos ficam me olhando andar de skate e estranham muito isso...talvez sejamos os professores em melhores condições para sermos próximos dos nossos alunos por isto e outras coisas....ou seja, podemos fazer uma PONTE ENTRE GERAÇÕES...depois falo especificamente disto.... 

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