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sábado, 1 de março de 2014

JOAQUIM BARBOSA E SUAS PAIXÕES POLÍTICAS vs BARROSO E SUA RACIONALIDADE

Tenho observado certos debates entre muitos amigos e tenho lamentado, como creio que deveria lamentar qualquer intelectual perante os demais, quando as paixões políticas, as aversões morais, o desprezo, e a virulência aparece mais do que as razões e os argumentos.

E mesmo quando vejo o impulso punitivo se sobressaindo sobre a racionalidade, o juízo e o espírito de justiça tendo a lamentar porque o resultado disto não é justiça.

E eu me orgulho muito dos meus amigos que vejo apoiar e compactuar com coragem e lucidez de teses contra a maioria, contra a turba e contra a manada. Penso que estes ainda não perderam o espírito da sensatez e não embarcaram nessa coisa odiosa, nessa marcha daqueles que não fazem política e nunca se dedicaram à política em que nos encontramos contra o PT. O PT não é certamente um partido de santos, mas não é este partido de demônios que alguns parecem mesmo querer pintar para justificar a sua não militância a sua não adesão e o fato de nunca terem se dedicado aos assuntos públicos. É uma boa justificativa no inconsciente ou no subconsciente deles: se até o PT está assim, então....É tudo igual mesmo....

E na cabeça judiciosa e raivosa deles em cada gota de decepção encontramos um espanto que diz que se o PT que fez o que fez contra a corrupção, que lutou e sofreu contra a corrupção está assim, então não tem jeito.

 Uma amiga diz que há um risco de involução no caminho da democracia, se continuarem a radicalizar...raivosamente  e desta forma.

Eu penso que é muito vergonhoso para nossa história que isto tudo tenha e esteja acontecendo e acontecido no STF, e pela razão contrária dos que bradam contra a posição de Barroso e da última votação contra o enquadramento e as penas por formação de quadrilha.

Vejo que este Sr., o Dr. Barroso conquistou minha mais profunda admiração intelectual pela sua racionalidade e judiciosa e ponderada inteligência, pela sua educação e bom espírito que tanto nos falta.

Eu sou um militante partidário desde menino, desde muito jovem e tem uma coisa que jamais compactuei ou deliberei pelo mal ou pela injustiça e conheço muitos petistas e se tem uma única coisa que eu realmente admiro neles, nos meus companheiros e companheiras de viagem e luta, é que apesar das nossas divergências programáticas e estratégicas, sempre se mantém o nosso firme propósito de melhorar a vida deste povo brasileiro em qualquer situação.  E eu falo isso com muito orgulho mesmo, porque a única possibilidade de provar o contrário é ignorando fatos, ações, programas e resultados em todas as nossas gestões. Ou seja, somente distorcendo a verdade ou criando versão ou omitindo informações e indicadores se consegue dizer que o PT faz mal para o Brasil e mesmo no quesito corrupção – concedendo o que não concordo que os réus do “mensalão” são corruptos – o PT é o último colocado entre todos os partidos.

E eu vejo a mesma coisa, que esta minha amiga vê que “Há um fascismo enrustido mostrando os dentes em forma de acusação e ódio à política, ódio à democracia, ódio à esquerda... que o PT sofre...”

Nosso propósito mais nobre de emancipar as pessoas economicamente, politicamente e culturalmente e de profundo respeito a lei e a democracia é verdadeiro sim.

Eu estava olhando agora aquele filme brasileiro OS DESAFINADOS (2008) e me chamou a atenção que a cosia mais marcante na ditadura foram as diversas formas de violências, foram
as violências cometidas contra intelectuais, artistas, criadores, escritores e políticos, mas também a tortura e a perseguição impiedosa e violenta,assassina e sanguinária contra os jovem, mas olhando bem também houve a omissão da sociedade, a omissão das ditas pessoas de bem que na época NÃO QUERIAM SABER.

E estas pessoas apoiavam qualquer medida radical ou moralista do governo e muito me dói quando vejo pessoas que tem esclarecimento se portarem como tenho visto num VALE TUDO moral. Conheço muitas histórias da filosofia daquele tempo...

Dos embates e disputas da filosofia tomei conhecimento quando os expurgados da UFRGS voltaram na época da Anistia e houve um longo período e uma época que eu imaginei  que na filosofia todos foram vítimas, mas quando ingressei na universidade e tomei conhecimento do que de fato aconteceu, me senti muito mal, muito envergonhado porque de fato não foi bem assim. Haviam os professores cassados, houve a renuncia do Victor de Britto Velho após a perseguição, mas alguns ficaram e fizeram parte de certa forma desta Vendetta Ideológica e Anticomunista. Ainda tomei conhecimento de uma perseguição cuja motivação que era marcada para além do ideológico, era simplesmente de cunho homofóbico.

O professor Jaime Valim Mansan que pesquisou este tema em seu mestrado, com o qual tive o privilégio de trabalhar no Olindo Flores da Silva, narrava em detalhes o processo e esta trama em sua dissertação.

Então, uso este exemplo, porque penso neste tema da perseguição política e da vendetta ideológica ainda hoje e vejop claramente a perda da racionalidade e o vale tudo moral contra os petistas reproduzir este mesmo processo contra uma filosofia e uma forma de vida e pensamento e me sinto incluído no presente no rol daqueles que são cotidianamente ameaçados pela falta de pensamento, ausência de reflexão e argumentação para as coisas. E Barroso foi preciso em sua resposta ao Joaquim Barbosa:

“O esforço para depreciar quem pensa diferentemente, com todo o respeito, é um déficit civilizatório. Quem pensa diferente de mim só pode estar mal intencionado ou com motivação indevida: é errada essa forma de pensar.  Precisamos evoluir. Discutir o argumento e não a pessoa.  É assim que se vive civilizadamente".

E isto resume parte do desafio nos debates atuais, não somente sobre o mensalão, ou o governo Dilma e o governo Lula, ou o Governo Tarso, ou o governo local, mas o clima geral de depreciação, desprezo, desdém, desrespeito e ofensas gratuitas que hora assisto nas intensas passionalidades políticas cujos portadores em sua grande maioria pouco se dedicam em suas vidas para superar as mazelas da nossa sociedade e ainda tem por hábito ver Pedro, mas não ver Paulo...

  

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