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domingo, 22 de dezembro de 2019

A HISTÓRIA DA HUMANIDADE CONTRA A HISTÓRIA DAS MÁQUINAS


A HISTÓRIA DA HUMANIDADE CONTRA A HISTÓRIA DAS MÁQUINAS

Na pior hipótese, tudo que é humano, demasiado humano, há de desaparecer. Daqui há uns duzentos anos, talvez, quando as máquinas se derem ao trabalho de reconstruir a história da humanidade e civilização perdida no início do Século XXI, a partir de registros digitais cruzados e de pistas e informações várias, terão um panorama sistêmico do que ocorreu de fato e nas mentes dos seres humanos.

É possível que percebam que o surto de mentiras e covardias foi cevado pelo formalismo mais tacanho, por uma casta de pseudo moralistas, por um tecnicismo desumano, pela estupidez e pelo economicismo mais covarde. Descobrirão, pelas omissões e covardias, quem e quais seres humanos tentaram fazer frente a esta desumanidade que se aproxima de nós todos e descobrirão todos os ases, valetes e Reis desse baralho da tragédia.

Nós que estamos a resistir e a lutar todos os dias e noites desses últimos tempos, podemos perder sim, saibam todos e todas disto, mas a culpa não será daqueles que lutaram e nem dos que tentaram lutar, mas sim de um bando de idiotas, néscios e estúpidos que acreditam sempre que a responsabilidade é dos outros e não deles mesmos.

Não basta votar, ser esclarecido e honesto, pagar impostos e ficar cobrando ou criticando partidos e políticos sem fazer partidos e políticos melhores. E fazer partidos e políticos, bem como, políticas melhores não é apenas descartar ou destruir os valores do outro. As ruínas da nossa civilização e sociedades que começam a aparecer em todos os lados com o fim dos direitos, com o fim da proteção social, com o desaparecimento da tolerância e da empatia, com o fim da generosidade e mesmo com o fim da caridade ao próximo e aos desvalidos, há de fazer sucumbir a pirâmide social inteira. Se enganam muito aqueles que se encontram nós andares superiores esfregando suas mãos sem calos, sorrindo com todos os seus dentes nas bocas, triunfando sobre a miséria e a fome do próximo, desdenhando dos nossos esforços, se pensam que sobreviverão.

A posição covarde ou limpinha é muito boa para quem quer ficar sentadinho na cadeirinha sem errar, sem se arriscar e sem ousar compreender mais os limites daqueles que tentam e que conseguem alguma coisa e que ainda não é tudo, mas é alguma coisa, pois tentam ainda não retroceder, tentam ainda não sucumbir a essa lógica perversa. 

Os covardes venceram muitas vezes ao longo da História, muito mais do que aqueles que lutam, porém, o sinal da sobrevivência está fechado para muitos hoje e eu espero que todos entendam que só haverá avanço e reconquista com muita disposição e que sem se arriscar coletivamente nada será possível.

O que perdemos pode ser recuperado sim, mas não resistirá e nem será reconstruído sem essa consciência, porque não são apenas leis, nem apenas instituições e nem  apenas direitos, mas um espírito humano sem o qual a humanidade não vai sobreviver.

Eu prefiro que essa história seja contada e escrita por homens e mulheres dignos da humanidade.



Obs.: Se esse Apocalipse ocorrer não será por obra de algum agente externo a humanidade, mas sim por seres humanos desumanizados e despidos de humanidade. E é elevada a probabilidade de que, ao contrário dos pesadelos das carolas e dos crentes, nada disso será produto de uma ideologia comunista, mas sim da consagração do capitalismo mais selvagem e daqueles que defendem ardentemente a manutenção da desigualdade social a qualquer preço.

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