Powered By Blogger

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

O PT QUE TEMOS E O PT QUE PRECISAMOS TER - PARA O DEBATE DO PED 2019 NO PT DE SÃO LEOPOLDO


O PT QUE TEMOS E O PT QUE PRECISAMOS TER
EM TEMPOS DE GUERRA, A ESPERANÇA É VERMELHA

1.       O PT de São Leopoldo tem 40 anos de história e essa história precisa ser respeitada, mas um futuro melhor precisa ser construído com todos. Para honrar essa história e homenagear os trabalhadores e trabalhadoras que a construíram e para dar um passo mais firme e decisivo para o futuro da nossa cidade, do nosso projeto e do nosso povo precisamos ter Lula Livre, defender a democracia de forma mais radical, afirmar o socialismo como alternativa de sociedade e não transigir na defesa do povo pobre e do direito à organização dos trabalhadores e trabalhadoras em movimentos sociais, sindicatos, entidades comunitárias. A melhor forma de defender o nosso partido e o nosso projeto é lutar, lutar e lutar.  Isso significa abandonar as ilusões e encarar a dura realidade que enfrentamos com coragem, sem falsas expectativas e aceitando que estamos em tempos de guerra e que a única esperança que devemos afirmar é que só com luta, se conquista alguma coisa. A forma correta de construir esse futuro e lutar para vencer, é ter clareza sobre o que temos e o que precisamos ter como partido e como organização política composta de militantes e dirigentes. No PED – Processo de Eleição Direta – de 2019 temos muitos desafios e um dos principais pode ser resumido na consigna já apresentada pela nossa candidata a presidenta do Diretório Municipal Dolores: VOLTAR ÀS BASES.
2.       O PT de São Leopoldo tem obtido conquistas políticas importantes no RS e Brasil. Isso precisa continuar e avançar. Da eleição de 1982, ano da primeira candidatura a Prefeito e chapa de vereadores, até 1996, ano em que, após elegermos vereadores em 1988 e 1992, o partido se transformou numa organização política com lastro social e com posições e projeto competitivo na cidade. Em 2000 disputamos a segunda eleição nessa condição e em 2004 elegemos Ary Vanazzi, o prefeito da nossa cidade em confronto direto com Waldir Schmidt, em 2008 o reelegemos com 77% dos votos, em 2012 sofremos um revés eleitoral, mas resistimos até que em 2016 retornamos a prefeitura com Ary Vanazzi em aliança com o PCdoB que apresentou Paulette Souto como vice-prefeita em nossa chapa vitoriosa. O nosso desafio para 2020 é reeleger este projeto com Ary Vanazzi, reforçar nosso programa e ampliar esse patrimônio político de forma inquestionável e determinada. 
3.       Essa atuação do PT de São Leopoldo, tem sido resultado de um trabalho coletivo e de muitas contribuições individuais, de militantes, de dirigentes e de nomes que tem aceitado e construído o desafio das disputas eleitorais combinadas com a construção e organização partidária em dialogo e articulação com muitos movimentos sociais, sindicais, comunitários, culturais e também religiosos, que com o nosso generoso projeto se posicionaram e consolidaram a construção da Nova Cidade.   
4.       No último período, de 2013 a 2018, nosso Partido, temos sido um símbolo de resistência contra a onda fascista. Por ter contribuído intensamente nos Comitês de Luta contra o Golpe e na Presidência do PT estadual. E por ter preservado e fortalecido também a nossa atuação nos movimentos, nos articulando e dialogando mais para impedir a extinção de nosso partido e do nosso projeto para o povo e a sociedade Brasileira, Gaúcha e Leopoldense. Em São Leopoldo a resistência ao desgoverno Moa foi articulada no parlamento e em diversos segmentos na defesa das conquistas da cidade e dos trabalhadores e trabalhadoras.
5.       Por ter reconquistado a Prefeitura de São Leopoldo em 2016, sob a liderança do companheiro Ary Vanazzi, apesar da grande onda fascista e de direita no país, e ter recolocado o nosso projeto político na direção da nossa querida cidade onde vivemos e lutamos, nos transformamos na maior prefeitura administrada pelo PT no Brasil. Essa condição aumentou em muito a nossa responsabilidade e também a dedicação de todos para superar a herança destrutiva e perversa do governo do PSDB, PMDB e PP e demais aliados. Parte importante da nossa luta atual consiste em governar para o povo que mais necessita e em impedir, com trabalho e determinação, que os retrocessos que atingem o nosso país e estado prejudiquem mais ainda a vida do povo.
6.       Desde 1988 temos eleito e reeleito vereadores e vereadoras. Isto é, apesar de olharmos para o tamanho da nossa bancada na câmara de hoje e ficarmos preocupados, nossa voz e política, nosso projeto e nossos representantes persistem no parlamento. Isso precisa ser reconhecido e valorizado como base para avançar na nossa representação. Por isso, voltar as bases é também a tarefa que vai trazer êxito na eleição parlamentar e que vai enraizar nosso projeto político em toda a cidade. E voltar as bases significa também trazer as vozes das nossas bases para o parlamento municipal para enfrentar nossos adversários com mais determinação e na afirmação de nosso projeto.   
7.       Desde a vitória de Olívio Dutra em 1998, passando pela eleição de Lula em 2002, a eleição de Vanazzi em 2004 e a sua reeleição em 2008, a reeleição de Lula em 2006, a eleição de Dilma e de Tarso e a reeleição de Dilma em 2014, em todos esses momentos, o PT de São Leopoldo teve papel decisivo e forte atuação na política local e regional. Isso deve ser retomado aproveitando mais as facilidades de comunicação que são recursos praticamente disponíveis.
8.       Desde 1998, o PT de São Leopoldo também tem tido vozes no parlamento estadual e federal. Em 2014 perdemos esses espaços, mas precisamos trabalhar coletivamente para reconquistar eles em 2022. Essa tarefa envolve uma articulação intensa nas tendências partidárias, tomar decisões políticas que representem os cidadãos e na relação com a sociedade sermos porta vozes da luta para retomar um projeto generoso para o povo.
9.       Construímos essa vitórias em São Leopoldo e o êxito de nossas gestões, transformou o eixo de Canoas, Esteio, Sapucaia, São Leopoldo, Estancia Velha, Dois Irmãos, Nova Hartz e Sapiranga numa grande Linha Vermelha e, não podemos duvidar, com o apoio dos Governos Olívio Dutra no estado, Lula e Dilma no Brasil, nós fomos uma referência fundamental e exemplar para a organização regional do partido. Apesar do nosso partido estar fora da administração da nossa capital, Porto Alegre desde 2004, em São Leopoldo, fomos decisivos para alavancar conquistas reais e efetivas ao nosso partido, nas eleições e nas lutas sociais, e ao povo de São Leopoldo. Na administração pública criamos marcas e nos parlamentos construímos projetos importantes também.
10.   É por isso que, em meio a essa onda golpista e fascista no país e no RS, reconquistamos a prefeitura de São Leopoldo em 2016. Por que o companheiro Ary Vanazzi possui um  saldo superior junto ao povo de São Leopoldo e porque o nosso projeto político se destaca no confronto com outros projetos em todas as áreas, seja pelo seu enraizamento, seja pelos muitos resultados na melhoria da vida do povo trabalhador e da população de nossa cidade.
11.   Vamos sim reapresentar o nosso projeto coletivo em 2020, para reeleger Ary Vanazzi e aprofundar o resgate da economia e da vida melhor para o povo da nossa cidade, em especial para quem mais precisa, mas também para avançar e concluir a execução de nossos projetos em todas as áreas da administração municipal e contribuir para derrotar o bolsonarismo, o entreguismo e o neoliberalismo nas urnas.
12.   Isso só será possível se avançarmos na dimensão organizativa e política do nosso partido. Isso só será possível se virarmos a página da história desse partido e começar a escrever uma nova etapa de sua história, constituindo uma nova conduta dirigente e uma nova atitude em nossa militância. Como disse Valter Pomar – nosso pré-candidato a presidente nacional do PT, nós podemos fazer isso, se transformarmos cada filiado e filiada, cada simpatizante e apoiador em militante engajado e combativo para o debate político e ideológico, de modo a vencer a insegurança e as contradições que tentam nos envolver, nos atrapalhar e nos confundir na condução do partido e de nossas gestões. Tal tarefa não admite vacilações e titubeios, tal tarefa não será realizada por quem não tem lado nessa luta ou por quem não sabe o que dizer quando os desafios são colocados na conjuntura.
13.   Nesse sentido, será muito importante termos na direção e na militância muita clareza e nitidez sobre as tarefas da próxima direção, ou seja, do PT que temos e que precisamos ter para construir a vitória a partir deste 8 de setembro de 2019 e organizar o partido para todas as disputas eleitorais e desafios políticos de 2020 em diante. O PT não é somente um partido eleitoral, o PT que nós temos é uma organização política na sociedade e deve reagir no cotidiano aos desafios que se apresentam.
14.   A direção partidária – que é um coletivo composto de membros da executiva e do diretório, coordenadores de setoriais e regionais, precisa de uma vez por todas, com toda força e com espirito de urgência organizar a sua relação com a base partidária de filiados e filiadas, simpatizantes e apoiadores e com a sua base social de eleitores e eleitoras que tem identidade com nosso partido e, para além disso, travar um diálogo franco e aberto com todos aqueles que tem propostas para recuperar a auto estima do nosso povo, a democracia no Brasil e defender a educação e a justiça social num pais desigual e que é atacado por interesses do capital.
15.   Temos que aproveitar a estrutura e a experiencia política que possuímos para fazer isso. Essa estrutura depende de se colocar as finanças em dia, mas também de fazer o melhor uso possível dos nossos recursos. Temos atuado nesse setor e creio que podemos resolver isso melhor ainda na nova direção. Melhorar essa estrutura, ampliar o nosso uso dela e qualificar a nossa agenda política são tarefas que vão se iniciar nesse novo período. O nosso partido possui a maior, a melhor e a mais bem localizada sede dentre todos os diretórios de partidos de São Leopoldo. Essa sede que ocupamos desde 1994 e onde construímos nossas vitórias e nos organizamos, merece uma agenda cultural, política e organizativa permanente. Esse é um trunfo que precisa ser melhor aproveitado por todos os nossos militantes e dirigentes e todos os segmentos e tendências de nosso partido. Nossa sede deverá ser também um espaço para organizar amplos setores dos trabalhadores e das categorias profissionais que já perceberam a necessidade de se organizarem coletivamente para construir um projeto, fazer esse projeto vencer e manter esse projeto atualizado e comprometido com uma sociedade mais humana e justa.   
16.   Nesse processo de PED, todos nós que dialogamos com os filiados percebemos que um dos maiores problemas do PT em São Leopoldo é preservar e valorizar muito as suas relações de diálogo, debate e conexão com os filiados e filiadas. Disputas internas não podem mais ser a razão de ser de um militante e de um dirigente. Estabelecer e manter relações fraternas de diálogo e de respeito entre os militantes do nosso partido, mas também com militantes de outros partidos do campo de esquerda é um grande desafio e a única saída para lutar e resistir contra os nossos adversários reais. Para isso, repetimos que transformar filiados, simpatizantes e apoiadores em militantes das boas causas e da boa luta é um processo de disputa cultural. De modo a contribuir com a luta política, a sustentabilidade política do nosso projeto de cidade, estado e nação e de modo a estabelecer uma relação afinada e articulada, com os cidadãos e cidadãs que um dia tomaram a decisão de se somar ao nosso partido, precisamos resgatar o bom método de debate, de formulação de propostas, de avaliação de conjuntura e de encaminhamento e organização da luta. Isso requer disciplina política e a certeza de que das diferenças de opinião ou posição cabe fazer a boa estratégia e a melhor síntese possível.
17.   Voltar às bases e visitar os nossos filiados e filiadas é travar um diálogo em que o balanço e as contradições devem aparecer e devem ser enfrentados sem medo e sem renunciar ao desafio de reinterpretar e fazer a escuta compreensiva e generosa da memória e da avaliação de cada um e cada uma. Essa tarefa não é uma mera tarefa de conferência de listas, algumas ligações telefônicas  ou um recadastramento burocrático de filiados, pois ainda que isso seja importante do ponto de vista organizativo e precisa ser feito, essa tarefa envolve uma troca política de opiniões, informações e posições que é parte fundamental da construção, da sustentação e da renovação do nosso projeto e da eleição de nossos representantes.
18.   Todas vez que alguém reclama, com razão, de uma certa política de alianças ser mais infeliz ou mais feliz, precisamos lembrar que o único antidoto para evitar essa submissão do nosso projeto de sociedade à projetos antagônicos ou contraditórios de sociedade, é o nosso enraizamento social e compromisso social com os eleitores e eleitoras de nossa cidade. E esse antidoto se substancializa na construção programática com a participação dos cidadãos e cidadãs. Isso só é possível com diálogo e interlocução, com formulação e debate que podem gerar mais e melhor engajamento em nosso projeto e em nossas candidaturas.
19.   Porém, é importante também dizer que o PT deve ter uma relação a cada dia mais fortalecida com nossos aliados de disputa de projeto na nossa sociedade. A construção de um campo político de partidos voltados à defesa e à construção de nossos governos não é uma tarefa menor ou que deva ou possa ser negligenciada. Construir alianças não é um mero arranjo de interesses. Precisamos construir compromissos recíprocos e construir o nível mais elevado de respeito e formulação compartilhada com outros partidos. Nesse sentido fortalecer o nosso projeto envolve fazer uma ampla discussão dele com a sociedade e com os partidos do campo de esquerda e progressistas de São Leopoldo. Para fazer isso é preciso ter também a devida clareza e nitidez de posições sobre amplos temas.  
20.   O tempo das campanhas eleitorais beneficiadas por abundância de recursos e de estratégias de marketing não acabou, mas se tem algo que devemos compreender do cenário presente é que o contato e a interação cotidiana com os cidadãos e cidadãs é de novo crucial nas disputas políticas e culturais que teremos daqui para a frente. Isso perpassa duas dimensões claramente: a virtual através de redes sociais e outras tecnologias e, também, a velha e boa atividade de formação de redes reais nas comunidades, nos locais de trabalho, nas escolas e também nos espaços públicos como as praças.
21.   Os conselhos setoriais ou temáticos na sociedade e as representações de trabalhadores e trabalhadoras, as organizações sociais e civis merecem de nós uma atenção cada vez mais determinada. Precisamos, como dirigentes e militantes aumentar a nossa defesa das entidades civis voltadas a defesa, apoio e organização da vida do nosso povo. Esse desafio nos coloca também a tarefa de ampliar os diálogos setoriais no nosso partido de modo a valorizar mais e defender os Conselhos de Controle Social que são decisivos na formulação de políticas, na fiscalização da gestão pública municipal e também no emponderamento da sociedade civil das políticas públicas específicas. O nosso projeto político não terá enraizamento social sem passar por essa etapa de valorização dos conselhos. Um partido radicalmente democrático tem compromisso com a defesa dessas entidades, organizações e conselhos.       
22.   O tema da comunicação e da tomada de posição pública do nosso partido que é objeto de debate permanente na nossa história política ficou muito mais importante do que nunca. O PT não pode se omitir nos debates públicos e nas atividades que dizem respeito aos destinos dos trabalhadores e trabalhadoras. O PT, através de nossa direção, precisa criar ou retomar a prática de formulação de respostas a conjuntura local e estadual, nacional e global. O PT precisa ter opinião, informação e formulação para responder aos desafios da administração municipal, contribuindo e somando e também precisa manter um diálogo constante com os movimentos sociais de modo a liderar a luta em nossa cidade, com os demais partidos que formam o nosso campo político e também com os movimentos sociais. Não se trata de uma disputa de espaço ou submeter alguém as nossas decisões, se trata de formar opinião e manifestar opinião em diálogo com todos os setores organizados. Os militantes do PT que ocupam espaços institucionais em parlamentos ou governos, em entidades ou outras organizações, devem abandonar todas as reservas pessoais em se assumirem pública e francamente no cenário político. A tarefa de defender o nosso projeto não é somente de alguns mais corajosos ou audaciosos, mas de todos. Temos que vencer a auto censura, temos que vencer o temor ao debate e temos que dar um passo a frente na disputa política da sociedade de conjunto. É tarefa da direção partidária e daqueles que tem know how nesse tema estimular e auxiliar nesse avanço na luta coletiva.         
23.   Tudo isso exige de nós soluções coletivas e de compromisso para os grandes temas de formação, comunicação e organização do nosso partido. Essas são algumas das bases para a organização e articulação necessárias à nossa campanha de 2020. Esse é o PT que precisamos ter, para vencer e para fazer a nossa sociedade avançar na democracia e na educação política.
24.   Acreditamos que podemos vencer juntos esses desafios, podemos ter o PT que precisamos e vamos reeleger o nosso projeto em São Leopoldo, com a liderança de Ary Vanazzi e a contribuição de todos os militantes e dirigentes de nosso partido e o apoio dos cidadãos e cidadãs de nossa cidade.
São Leopoldo, 31 de agosto de 2019.
P.S.: Esse texto foi construído em diálogo com os companheiros e companheiras da Articulação de Esquerda e de outras forças que apoiam a candidatura de Dolores Pessoa. Também recebeu a contribuição da nossa candidata, em diálogos e através de suas manifestações no debate das Chapas e das candidaturas a presidência em nosso diretório. Também acolhe parte de intervenções da companheira Ana Ines Affonso, nossa pré-candidata à Presidência Estadual do PT do Rio Grande do Sul, do nosso companheiro Ary Vanazzi, prefeito de São Leopoldo, do nosso deputado federal Dionilso Marcon e, por fim, do nosso pré-candidato a presidente nacional do PT Valter Pomar.                          


Nenhum comentário:

Postar um comentário