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sábado, 21 de setembro de 2019

NOSSO HORIZONTE EXISTENCIAL


NOSSO HORIZONTE EXISTENCIAL

Só teremos algum valor real nessa imensidão, se a gente reconhecer que não é tão importante assim. Ou pelo menos, não é tão importante quanto todo o resto. Eu desconfio que nosso valor só existe em princípio para nós mesmos. E esse valor se reconhece e só se amplia ao compartilhar nossa existência e ter o privilégio de existir com outros seres humanos. E é, mesmo assim, um valor passageiro e efêmero.

Isso, porém, não anula o nosso ponto de existência ou nossa marca na passagem por esse mundo. Pois, enquanto se está presente, enquanto existimos, somos algo e podemos ser em alguma medida melhores. Vejo que entre essa insanidade da ignorância disso tudo, que pode gerar a ilusão de que nosso pequeno mundo ou existência solitária é grande coisa e a soberba da razão, que nos faz pensar que ficamos maiores do que somos por existir e por reconhecer ou conhecer esse mundo, esse universo e a sua grandeza e majestade muito acima e além de nós, no espaço e no tempo e saber do lugar que ocupamos de fato nele, há um meio caminho que envolve apenas balancear entre essa micro dimensão de nossa existência individual e mesmo relacional e a macro dimensão do universo além de nós, que nos leva a uma dimensão precisa, equilibrada e justa.

Quando atingimos isso ficamos de certa forma aliviados porque nos observamos entre o zero e o infinito, entre o nada e o ser, estando para o prazer e o fascínio da nossa imaginação mais próximos do ser, ainda que baste só um estalo do tempo, do espaço, do mundo ou das nossas vidas para voltarmos ao nada. Certo é que voltaremos ao nada, mas é certo também que enquanto nos interrogamos ou refletimos sobre isso, nós somos, eu sou e tu és. E somos nesse mundo e nesse universo.

Imagem: instantâneo de um pôr do Sol em Porto Alegre.



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