"Ocasionalmente, precisamos
descansar de nós mesmos, olhando-nos de cima e de longe e, de uma artística
distância, rindo de nós ou chorando por nós; precisamos descobrir o herói e
também o tolo que há em nossa paixão do conhecimento, precisamos nos alegrar
com a nossa estupidez de vez em quando, para poder continuar nos alegrando com
a nossa sabedoria! E justamente por sermos, no fundo, homens pesados e sérios,
e antes pesos do que homens, nada nos faz tão bem como o chapéu de bobo:
necessitamos dele diante de nós mesmos – necessitamos de toda arte exuberante,
flutuante, dançante, zombeteira, infantil e venturosa, para não perdermos a
liberdade de pairar acima das coisas, que o nosso ideal exige de nós. Seria
para nós um retrocesso cair totalmente na moral, justamente com a nossa
suscetível retidão, e, por causa das severas exigências que aí fazemos a nós
mesmos, tornamo-nos virtuosos monstros e espantalhos. Devemos também poder
ficar acima da moral: e não só ficar em pé, com angustiada rigidez de quem receia
escorregar e cair a todo instante, mas também flutuar e brincar acima dela! E,
enquanto vocês tiverem alguma vergonha de si mesmos, não serão ainda um de
nós".
Nietzsche
Grato ao Marcus Diesel que trouxe
isto ao meu foco ao compartilhar no Facebook esta passagem....
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