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domingo, 13 de dezembro de 2015

EXISTEM LIBERAIS NO BRASIL?

Para os meus alunos e ex-alunos e alunas de filosofia política moderna, para os alunos de história moderna e contemporânea e para os curiosos. O Brasil é um dos poucos países do mundo em que existem partidos que se chamam de liberais e que são conservadores, partido que se designa progressista e é conservador e onde agora, após a adesão do PSDB ao golpismo e à agenda reacionária - até mesmo a Social-democracia que deveria ser uma legenda progressista moderada virou conservadora e anti-liberal e progressista. Uma prova disto é que com certeza não deverá haver nenhum liberal que de sã consciência aposte em crise econômica, prejuízos econômicos e instabilidade econômica e política para defender suas liberdades. E, ao mesmo tempo, é preciso dizer que o comentário do Rogério aponta exatamente para o que ando pensando...ser liberal de verdade é ser progressista no Brasil e, com o golpismo ou a volta da ditadura, é correr o risco de ser perseguido e torturado também como outros liberais o foram na ditadura militar...pois é bem um equivoco de memória da matilha achar que ops liberais passarão ilesos por um golpe. A mesma ilusão estúpida aliás em que incorreram a maioria dos liberais pré-1964.

"É preciso dizer pela milésima vez aquela verdade já verbalizada por Machado de Assis: Não há liberais no Brasil (a não ser em alguns segmentos da esquerda). Quem procurar por eles à direita do espectro político vagará à míngua: não respeitam nem a meritocracia (querem as benesses do estado) nem a normalidade institucional (essa deve valer apenas na medida de suas conveniências). Essa tem sido uma das grandes fatalidades da nossa história política." por Rogério Lopes comentando o Bresser-Pereira a seguir:

“Nas lamentáveis manifestações de hoje, os políticos liberais do PSDB, ao pregarem o impeachment, pregaram o golpe de Estado. Naturalmente juraram que não estavam fazendo isso, que o impeachment é um recurso constitucional, e que têm todo o direito de impichar um presidente que não consideram bom - que "não deveria ter sido eleito". Eles sabem que não há motivos legais para o impeachment, que as pedaladas não constituem crime e, portanto, não justificam a derrubada da presidente, mas insistem, como se estivéssemos no parlamentarismo. Ora, meus senhores, não estamos no parlamentarismo. A Constituição de 1988 rejeitou essa forma de governo, e um plebiscito confirmou essa rejeição. Logo, fica claríssimo que o impeachment proposto é inconstitucional - é golpe parlamentar.

Estou, porém, tranquilo. A democracia está no Brasil consolidada, e os brasileiros não embarcarão nessa aventura irresponsável dos políticos e das elites liberais e do senhor Eduardo Cunha.”

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