Bom Dia...
Nesta busca por minhas primeiras experiências filosóficas.
Por meus primeiros encontros com a filosofia, no intuito de explicitar uma Introdução à Filosofia com a marca destas origens do meu itinerário "intelectual" pré-acadêmico e ainda muito doutrinário, fortuíto, acidental e também precoce em alguns temas, não tenho como deixar de citar Jean-Paul Sartre como uma grande matriz de influência.
O qual, porém, em meus anos de formação, seja pelas marcas da minha escola filosófica (1989-!993 Graduação e 1994-1997 Pós-Graduação), seja pelo passadismo derivado da contemporâneas queda do M uro de Berlin em 1989 e da dissolução da URSS em 1991, ficou como que encoberta.
Soma-se a isso que em virtude de uma situação econômica difícil nos anos 1990-1991 (o que abatia todos no Brasil de então, acabei por me desfazer da minha pequena biblioteca juvenil em um sebo de modo a garantir alguns trocados para manter o carro andando, estudando e avançando).
Entre as obras de Sartre que, naquela época, estavam em minhas mãos havia As Palavras, uma pequena, mas para mim muito bela autobiografia, diversas pequenas publicações sobre ele e uma entrevista.
Eu poderia dizer, sem nenhuma dúvida, que Sartre foi o filósofo mais popular e e com maior visibilidade das duas últimas quadras do Século XX.
Em especial até sua morte e até 1989.
E era um exemplo em diversos aspectos para mim e provavelmente para outros...a noção prática de engajamento...de colocar sua caneta e sua máquina de escrever a serviço de ideias.
Colocar e se expor e arriscar todo o seu prestigio por uma ideia - sem temor algum e com muita coragem contra os poderosos - eram muito simpáticas.
Lembrando bem Sartre era sim um gigante para nós todos e eu não tenho nenhum pudor ou lamento a fazer pelo fato de me sentir protegido e incentivado pela sua gigantesca sombra de polemista, militante, intelectual, escritor e marxista.
É uma das marcas mais preservadas em mim e aqui nestes espaços ela é absolutamente compatível com seu espírito geral de liberdade e de dialética.
Estou falando aqui somente da casca ou da cobertura que envolve a superfície de suas ideias filosóficas mais caras.
Alguém poderia dizer que Sartre foi o filósofo da moda, da última moda em Paris, mas eu não tenho dúvida de que ele foi também mais anti-burguês e anti-capitalista do que muitos que andam flanando por ai com suas cadernets, agendas e canetas.
Ele era muito crítico na minha opinião. E aqui ser crítico é um elogio máximo para mim.
Cada entrevista dele era uma espécie de banho de la DIFFERENCE.
Bem, não poderia deixar de referí-lo e diferí-lo aqui e ainda me resta muita cosia para enumerar de suas influências, porque sob sua grande sombra haviam muito frutos e muitas ideias que eu carregava comigo diariamente, que eu ruminava pensando e refletindo.
Foi a partir da leitura dele que eu acabei criando um hábito de sublinhar e gravar em minha mente determinadas expressões e ficar pensando nelas por dias à fio.
Um bom exemplo destas expressões sartreanas desafiadoras é a seguinte:
"O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós."
A qual aliás sempre foi meu leitmotiv contra toda forma de vitimização e choradeira na política e na vida....
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