Pois eu ando começando a ler Hegel com mais boa vontade, digamos assim. E hoje mesmo comprei um pequeno texto dele que corresponde a uma peça digamos assim daquele período bem interessante da vida acadêmica e da produção intelectual dele em que ele estava sobre forte a influência de Schelling e respirando os bons e belos ares de Jena. É pouco provável que aquele professor em início de carreira soubesse o que lhe aguardava ali no seu destino para testemunhar naquele local, mas conta a história que foi ali que ocorreu a principal batalha entre as forças de Napoleão e as foças de Frederico Guilherme da Prússia. E Napoleão venceu de forma avassaladora. Voltando para Hegel - e deixando de lado estas questões históricas desimportantes para certos escrevinhadores e certos hermeneutas - o texto de Hegel se intitula COMO O SENSO COMUM COMPREENDE A FILOSOFIA. E é notável por expressar talvez em si o reflexo mais expressivo justamente contra a contingência e contra o senso comum que tende a interpretar tanto a história como algo inalcançável, como a filosofia como algo absurdamente indemonstrável. Ataca Hegel neste texto o desafio de um diletante contra o sistema de Fichte, que passou a ser conhecido como a PENA DE KRUG. Não vou me deter muito nisto aqui, mas só apontar que segundo Hegel depois vai escrever e narrar detalhadamente em sua Fenomenologia do Espírito, o Espírito Absoluto, ao longo da história muda de endereço, muda de geografia e resolve se instalar mais adiante; e que portanto é muito bom observar estas mudanças, antes que uma batalha sangrenta nos envolva ou precise nos envolver para nos despertar do profundo e confortável sono da razão, como diria Kant .
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