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quinta-feira, 19 de junho de 2014

UMA COPA PARA OS LATINOAMERICANOS

Com a eliminação da Espanha, e a muito provável eliminação da Inglaterra, a situação em queda de Portugal, devem restar "somente" Alemanha e Holanda, com Itália e França e Bélgica nesta copa do mundo, enquanto Brasil, México, Chile, Colômbia, Costa Rica, Argentina, Uruguai e mesmo Equador, onde muitos lideram ou se aproximam da classificação para as oitavas....Outro aspecto é a necessidade de certa combinação de aplicação e raça dos conjuntos e de desempenho dos craques que se mostra nas partidas que vimos serem definidas contra a lógica tanto do Tic Tac quanto da racionalidade e ortodoxia. Na minha opinião o susto que a Holanda tomou da Austrália e as partidas de Inglaterra e Espanha mostram que a falta de ligação dos times com seus craques ou seu isolamento nos times pode levar a derrota para times com muita aplicação e um pingo de heroísmo de goleiros, atacantes ou mesmo zagueiros. É uma copa de paixão e vejo claramente a racionalidade técnica subordinada ao talento e ao impulso e a determinação dos jogadores. Quando vi o Evaristo falando que esquema tático e disciplina não vence jogo e a nota de que os maus momentos dos jogadores precisam ser superados por eles para vencerem me dei por conta de que o Brasil tem de fato muito mais possibilidade para mostrar ainda nesta copa. Meu vatícinio  é que tudo se aproxima  de uma final com a Alemanha, mas que no caminho a Holanda é ainda a maior ameaça. Uma pequena e importante nota final: como é notável a internacionalização do futebol  nesta copa muitos seleções são marcadamente impuras, mestiças e multinacionais. Eu creio que está é a copa também, portanto, da afirmação da força de um grande intercâmbio e de grandes influências recíprocas entre os povos. O fato de vermos todos jogos muito bons exceptuando-se talvez uma partida até agora mostra isso: a elevação do nível técnico e o compartilhamento da arte de jogar futebol em todos os continentes. O Chile ontem e o Uruguai de hoje são demonstrações disto. Ao olhar para a seleção brasileira e ver que de todos os 23 convocados somente três jogam no Brasil temos um sinal também disto. Suarez foi o homem do jogo de hoje mas jamais podemos esquecer com quem ele joga o ano inteiro, assim como os brasileiros e os demais latinos. Fico olhando para a Alemanha e vejo um time muito impressionante e misto. Mas devo anotar que a Inglaterra que perdeu hoje terá - com este plantel que vimos - pelo menos mais 12 anos de muitas  surpresas interessantes para o futebol. Não vejo a Inglaterra que perdeu hoje lutando para o Uruguai como um time que cai como caiu a Espanha ontem. Sobre o Brasil continuo confiando na grande psicologia e no paternalismo profundamente eficaz do Felipão. Ele está preservando o time e não colocou ninguém a morrer ou no sufoco ainda. Me parece um sábio carroceiro segurando seus cavalos na planície para quando chegar a hora de subir um trecho mais íngreme soltar as cordas e tocar por cima do que vier. Para mim é muito fraca a avaliação de que Neymar não mostrou nada ainda. O goleiro do México jogou acima da média, salvou pelo menos quatro lances claros de gols e não me admira se logo ali adiante a artilharia brasileira ficar mais intensa por certo motivo misterioso, por certa motivação aparentemente milagrosa. Não tem mistério glorioso em futebol, mas o segredo e a capacidade de surpreender com mais força e mais precisão ajuda muito logo ali. Porque quando alguns desperdiçam seus talentos e ficam numa situação em que não sabem de onde tirar mais, quem guardou tem. E é no futebol latino-americano que a cultura do fator surpresa e motivação tem todo os maiores êxitos da história.

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