PARA A RAINHA DOS SONETOS
Ó, tu que és a Rainha dos sonetos
Que mesmo com a alma sonâmbula
Tem muita rimas e metros sem fim
Abandona um pouco a prosa e os tercetos
E olha um pouco para mim
Antes que eu esqueça todos os metros,
Que jamais servimos em forma crua
Vem cantando assim meu bem
Foge à Lua e seus Epítetos, sem respeitos quietos
Sem reflexos indiretos e sem nada mais além
Ó, tu que és a Musa dos meus afetos mais completos
Que suaviza a pedra dura,
Como quem molha até que fura
E que ao pobre coração traz a boa cura
Tal qual o bom vinho torna a alma pura
Vem brindar tua roupa carmim
Aqui bem perto de mim
Vem rimar com o bandolim
Mas lembras, com pouca glosa e floreios
Co’ alma e a calma afim
Ó, Diva dos espíritos inquietos
Poetisa que protege as ruas
Que sopra na brisa as letras nuas
Que sobe ao Palco em solilóquios
Senta bem aqui no meio do meu salão
Traz o canto no peito ao que veio
Derrama teus dialetos em recheios
Sobre um leito e sua suavemente
Deixa me ver melhor esses teus versos
Ó, tu que és jovem de boas preces
Fecha uma oração aqui comigo
Que pula de um salto aos meus olhos
Tal qual a rosa do meu desejo
Deixa a veste e logo vem
Chega a mim muito mais perto
Mostra tua perfeição que estou aberto
Ó, Dama das noites e dos dias
Te sirvo um banquete matinal
E que fiques sem igual
Tentada assim de um lampejo
Se chegares e cantares assim, meu bem
Prometo quieto aceitar ao que vens
Ser reto e verdadeiro nos meus afetos
E começar e terminar melhor do que ninguém
P.S. publicando coisas no Blog de novo. Poema do ano passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário