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quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

SONETO 116 - SHAKESPEARE - outra tradução

 

SONETO 116 – Trad. Vasco Graça Moura (2005)

 

Não haja impedimentos à união

de almas fiéis; amor não é amor

se se alterar ao ver alteração

ou curvar a qualquer pôr e dispor.

 

Ah, não, é um padrão sempre constante

que enfrenta as tempestades com bravura;

é estrela a qualquer barco navegante,

de ignoto poder, mas dada altura.

 

Do Tempo o amor não é bufão, na esfera

da foice curva em bocas, róseos rostos;

com breve hora ou semana não se altera

e até ao julgamento fica a postos.

 

E se isto é erro e em mim a prova tem,

nunca escrevi e nunca amou ninguém.

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