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quinta-feira, 8 de julho de 2021

MILITARES, PANDEMIA E GOVERNO

 

MILITARES, PANDEMIA E GOVERNO

 

A situação mais crítica que a nossa nação já enfrentou em toda a sua história é essa da Pandemia que iniciou em janeiro e fevereiro de 2020.

Dizem que são nos momentos difíceis e desafiadores como esses que se põem a prova todos os homens e mulheres, lideranças, instituições e organizações. E uma Pandemia nessa dimensão é como uma Guerra Mundial. Ou seja, é um teste absoluto para todos. Não se passa por isso sem grandes provações, mudanças profundas e uma espécie de seleção natural de instituições e lideranças.

Assim, além da grave perda dos seres humanos, é possível que se percam também diversos hábitos, costumes e rotinas. Isso coloca a prova todas as instituições. Ao mesmo tempo, uma situação como essa não pede mudanças ou clama por mudanças. É usada corretamente a expressão de que o vírus não negocia com ninguém, pois podemos dizer que uma situação como essa não negocia mudanças, mas impõe mudanças. Tanto para de sobreviver quanto para se reconquistar alguma qualidade e segurança, é necessário mudar. Me parece que no Brasil pós Pandemia muita coisa vai ter que mudar.

E as forças armadas no Brasil não passam incólumes por isso. Como qualquer ser humano sensato e razoável deve saber, a principal exigência do atual cenário que se desenrola desde janeiro de 2020 é o sentido de responsabilidade.

Com o comportamento claramente irresponsável do Presidente e do seu Governo, a resposta das Forças Armadas, o que inclui a participação de mais de sete mil oficiais da ativa e inativos no Governo Federal, é trágica, vergonhosa e vexatória. Os dados estão escancarados todos os dias no noticiário. Na CPI da Pandemia a cadeia de erros estratégicos, escolhas equivocadas, omissões e condutas de negligência, incompetência ou pura insensatez fica mais e mais escancarada. E a conduta, as falas do Presidente concentram tudo isto em uma única personagem.

Não há argumento que justifique mais a atual situação, a conduta e a baixa qualidade das nossas forças armadas que acompanham e pelo visto respaldam esse presidente mais do muitos outros por escolha e opção ideológica. É muito certo dizer que qualquer civil, cidadão ou cidadã, esperava muito mais e uma resposta melhor de um exército que é profissional e que é mantido às expensas de nossos impostos. E não se trata somente de Garbo ou Asseio, de ter uma farda bonita, um cabelo bem cortado e saber atirar, obedecer ordens e ter disciplina. Isso nunca bastou para um exército realmente eficiente.

É preciso ter engajamento real, e é preciso ter esclarecimento,  é preciso usar a máxima inteligência, adotar conduta de interpretação rigorosa de informação e planejar, dirigir e executar ações com melhor uso dos recursos disponíveis, buscando também a suplementação e a previsão de mais recursos.

E isso não ocorreu, não ocorre em não vai ocorrer, enquanto estiverem ocupados com essas quimeras da guerra fria, adotarem a conduta interesseira e corporativa exclusivamente ocupada com seus ganhos pessoais, vantagens e soldos, e enquanto persistirem em seguir um Irresponsável e genocida, os militares vão persistir colocando em risco não somente o seu papel pessoal na história brasileira na presente quadra, mas arriscando no declínio das instituições em que atuam de modo profissional.

 

Não adianta nada, assim, ter certas distinções e empilhar medalhas no peito, ostentar medalhas e condecorações, enquanto mais de 500 mil brasileiros e brasileiras sucumbem ao vírus que não recebeu combate e Enfrentamento adequado do Governo Federal.

Vejam o caso das escolas militares. Hoje muitos defendem por aí a transformação de escolas públicas em escolas militares. Se for para reproduzir isso que eu está escancarado aos nosso olhos, é melhor não. Acredito que os quartéis precisam mais da escola pública do que a escola pública de quartéis, e uma prova disso é tudo que eu disse antes.

Para terminar com a nossa paciência e tolerância mesmo vejo bem isso: qualquer um que observa a conduta, a retórica, as mentiras e a incompetência gritante do ex-ministro Pazuello e que descobre que este cidadão é um General de Brigada, deve concluir imediatamente que há algo de muito errado na formação e na carreira militar no Brasil. E deste General de Brigada e de sua conduta surgiu justamente o maior caso de indisciplina e de falta de respeito a hierarquia na história do exército brasileiro. Para a desonra de todos, os dois maiores atributos necessários às forças armadas, disciplina e respeito a hierarquia, segundo a doutrina atual foram abandonados.

Resta evidente que tem algo errado nisso e que talvez essa doutrina esteja ultrapassada ou a formação atual e a qualidade dessa formação atual é insuficiente.

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