MILITARES, PANDEMIA E GOVERNO
A situação mais crítica que a
nossa nação já enfrentou em toda a sua história é essa da Pandemia que iniciou
em janeiro e fevereiro de 2020.
Dizem que são nos momentos
difíceis e desafiadores como esses que se põem a prova todos os homens e
mulheres, lideranças, instituições e organizações. E uma Pandemia nessa
dimensão é como uma Guerra Mundial. Ou seja, é um teste absoluto para todos.
Não se passa por isso sem grandes provações, mudanças profundas e uma espécie
de seleção natural de instituições e lideranças.
Assim, além da grave perda dos
seres humanos, é possível que se percam também diversos hábitos, costumes e
rotinas. Isso coloca a prova todas as instituições. Ao mesmo tempo, uma
situação como essa não pede mudanças ou clama por mudanças. É usada corretamente
a expressão de que o vírus não negocia com ninguém, pois podemos dizer que uma
situação como essa não negocia mudanças, mas impõe mudanças. Tanto para de
sobreviver quanto para se reconquistar alguma qualidade e segurança, é
necessário mudar. Me parece que no Brasil pós Pandemia muita coisa vai ter que
mudar.
E as forças armadas no Brasil não
passam incólumes por isso. Como qualquer ser humano sensato e razoável deve
saber, a principal exigência do atual cenário que se desenrola desde janeiro de
2020 é o sentido de responsabilidade.
Com o comportamento claramente
irresponsável do Presidente e do seu Governo, a resposta das Forças Armadas, o
que inclui a participação de mais de sete mil oficiais da ativa e inativos no
Governo Federal, é trágica, vergonhosa e vexatória. Os dados estão escancarados
todos os dias no noticiário. Na CPI da Pandemia a cadeia de erros estratégicos,
escolhas equivocadas, omissões e condutas de negligência, incompetência ou pura
insensatez fica mais e mais escancarada. E a conduta, as falas do Presidente
concentram tudo isto em uma única personagem.
Não há argumento que justifique
mais a atual situação, a conduta e a baixa qualidade das nossas forças armadas
que acompanham e pelo visto respaldam esse presidente mais do muitos outros por
escolha e opção ideológica. É muito certo dizer que qualquer civil, cidadão ou
cidadã, esperava muito mais e uma resposta melhor de um exército que é
profissional e que é mantido às expensas de nossos impostos. E não se trata
somente de Garbo ou Asseio, de ter uma farda bonita, um cabelo bem cortado e
saber atirar, obedecer ordens e ter disciplina. Isso nunca bastou para um
exército realmente eficiente.
É preciso ter engajamento real, e
é preciso ter esclarecimento, é preciso
usar a máxima inteligência, adotar conduta de interpretação rigorosa de
informação e planejar, dirigir e executar ações com melhor uso dos recursos
disponíveis, buscando também a suplementação e a previsão de mais recursos.
E isso não ocorreu, não ocorre em
não vai ocorrer, enquanto estiverem ocupados com essas quimeras da guerra fria,
adotarem a conduta interesseira e corporativa exclusivamente ocupada com seus
ganhos pessoais, vantagens e soldos, e enquanto persistirem em seguir um
Irresponsável e genocida, os militares vão persistir colocando em risco não
somente o seu papel pessoal na história brasileira na presente quadra, mas
arriscando no declínio das instituições em que atuam de modo profissional.
Não adianta nada, assim, ter
certas distinções e empilhar medalhas no peito, ostentar medalhas e
condecorações, enquanto mais de 500 mil brasileiros e brasileiras sucumbem ao
vírus que não recebeu combate e Enfrentamento adequado do Governo Federal.
Vejam o caso das escolas
militares. Hoje muitos defendem por aí a transformação de escolas públicas em
escolas militares. Se for para reproduzir isso que eu está escancarado aos
nosso olhos, é melhor não. Acredito que os quartéis precisam mais da escola
pública do que a escola pública de quartéis, e uma prova disso é tudo que eu
disse antes.
Para terminar com a nossa
paciência e tolerância mesmo vejo bem isso: qualquer um que observa a conduta,
a retórica, as mentiras e a incompetência gritante do ex-ministro Pazuello e
que descobre que este cidadão é um General de Brigada, deve concluir
imediatamente que há algo de muito errado na formação e na carreira militar no
Brasil. E deste General de Brigada e de sua conduta surgiu justamente o maior
caso de indisciplina e de falta de respeito a hierarquia na história do
exército brasileiro. Para a desonra de todos, os dois maiores atributos
necessários às forças armadas, disciplina e respeito a hierarquia, segundo a
doutrina atual foram abandonados.
Resta evidente que tem algo
errado nisso e que talvez essa doutrina esteja ultrapassada ou a formação atual
e a qualidade dessa formação atual é insuficiente.
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