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quinta-feira, 8 de julho de 2021

COMO CHEGAMOS A ESSA MONSTRUOSIDADE?

 

COMO CHEGAMOS A ESSA MONSTRUOSIDADE?

A História que leva ao que vivemos hoje no Brasil é longa. Ela envolve momentos do final da ditadura militar, momentos e episódios da redemocratização e a retomada dos monstros, a partir da descontrução midiática, jurídica e política dos governos do PT. Já no primeiro governo Lula as operações entraram em modo automático com o Mensalão, mas antes disso já haviam sinais do uso de fake News e da mídia hegemônica contra o Governo de Olívio Dutra no período de 1999 a 2002. Parte das medidas adotadas para obstaculizar o Governo Olívio Dutra no RS, foram colocadas em jogo contra os governos federais do PT. A direita, o centrão e parte da social democracia no Brasil, não suportaram a derrota para Lula em 2002, mas com as quatro vitórias de Lula e Dilma, para eles o quadro se tornou insuportável.   

Já na terceira derrota do PSDB em 2010, para a presidência da República, e já naquela época e campanha, a adoção pelo Zé Serra do terrorismo e do vale tudo ao estilo Steve Bannon na campanha contra a Dilma nos meios digitais, incluso com Fake News, geraram o despertar dos monstros que hoje governam o país. Chegamos até aqui por esse caminho sim. Mas temos alguns sinais anteriores, tanto na Anistia, quanto no pacto social da nova República, quanto no lawfare do Mensalão. A perda ou o abandono dos escrúpulos, é exatamente o que gerou todo esse despudor que assistimos horrorizados com a morte de mais de 520 mil Brasileiros e Brasileiras nessa Pandemia.

Os monstros assassinos genocidas viram que dava para sair do armário com tranquilidade já ali. Mas antes disso, teve o tal do Mensalão que lançou a tese do domínio do fato, já dando sinais de que a justiça no Brasil avançava para o arbítrio e começava a ter posição, interesses e ações de natureza exclusivamente política, incluso em retaliação por ressentimentos corporativos e salariais e também por um terceiro no turno dissimulado contra os seus interesses eleitorais.

Depois disso o Aécio avançou definitivamente o sinal com sua atitude na campanha e no pos derrota de 2014. No meio disso, tivemos 2013 e o uso de uma estratégia muito perversa para derreter as bases da política brasileira. Frente ao cenário pesado, o MDB resolveu primeiro, logo após as manifestações de junho de 2013, não apoiar uma reforma política e, em segundo, trair Dilma para construir a ponte para o nada, a negação e a mais plena monstruosidade que se manifestou no Impeachment, no Golpe, no Governo Temer que podia ser corrupto, desde que fizesse as reformas. São os mesmos que cerraram fileiras no apoio vergonhoso a Bolsonaro contra Haddad no segundo turno. E assim foi dado o último sinal de civilidade no segundo turno de 2018.

No meio disso tudo, voltamos ao sistema judiciário, quando o partido do Lava Jatismo e seu LawFare - ou seja, justiça e poder a qualquer preço, e a mídia, imprensa e comunicadores sociais que adoraram a toada do “precisamos destruir o PT" afundaram o país na mais completa barbárie moral.  Não vou falar aqui de militares e pastores e nem de caminhoneiros ou classe média e outros setores específicos, mas foi com mais isso. A questão é: como sair disso e como criar as condições para que isso nunca mais aconteça?

Com a Pandemia, esse espetáculo de horrores e essas monstruosidades conseguiram a façanha no Brasil de, mesmo com a potência do SUS, tornar o Brasil o cenário da maior tragédia, morticínio e genocídio por negligência, irresponsabilidade e canalhice.

 Aquela perda de escrúpulos lá atrás e as canalhices e monstruosidades perversas que se seguiram nos levaram direitinho até isso.

Não há um vínculo diretamente causal entre todos esses pontos. Mas há um espírito geral e um modus operandi inescrupuloso que paira sobre tudo. E enquanto alguns progressistas, pseudo democratas e pseudo republicanos degenerados não recuperarem o juízo vai continuar assim.

E o problema não é mesmo polarização ou se tem ou não terceira via, o problema é reparar integralmente o mal feito e aceitar mesmo de uma vez por todas a vontade majoritária do povo brasileiro, sem fazer uso de mentiras, golpes, manobras ou uma retórica tortuosa contra isso. 

Esses dias disse que a Alemanha do Pós Guerra extinguiu o Partido Nazista e colocou no ostracismo todos que levaram a Europa e o Mundo para a maior guerra da história da humanidade, em prejuízo do povo alemão e também com o sacrifício de mais de 80 milhões de seres humanos, incluso aí os 6 a 7 milhões de vítimas do holocausto e da fábrica de extermínio dos campos de concentração, em que judeus, ciganos e muitas outras etnias, homossexuais, deficientes físicos e mentais e também membros das resistência e lideres políticos e simpatizantes de esquerda foram assassinados, bem como, nós massacres de Hiroxima e Nagasaki, em que mais de 240 mil japoneses foram dizimados em dois dias e muitos outros  instantaneamente foram feridos de morte para o que sobrou de suas vidas. Essa não é.uma questão subjetiva, nem uma questão de moral do tipo dou perdão ou compreendo ou não dou perdão e não aceito.

A outra questão que se apresenta nesse inquérito aqui: é se aceitando a necessidade de uma punição rigorosa tanto criminal, quanto política e institucional qual a linha de corte no juízo de responsabilidade sobre os eventos acima? É um problema muito grande e muito semelhante ao que foi provocado pela Anistia ao final da ditadura no Brasil, essa mesma que colocou no armário os monstros que reapareceram depois em 2010 e que em 11 anos nos levaram até essa tragédia atual.

A velha solução intermediária de um novo pacto social pela democracia e em defesa da República no Brasil, se coloca de novo. Mas como em todo Contrato Social outra velha questão retorna: quem será o fiscal desse contrato e em que instância a correção às violações de suas cláusulas serão corrigidas, punidas e reparadas. No pacto anterior, me parecia tácito que isso estava colocado tanto sobre todos os partidos quanto nas posições majoritária dos três poderes, incluso no Judiciário e no Executivo, cuja síntese se limita a 11 juízes e um ou uma presidente.

Então, aquela expressão golpista sintetiza plenamente o tamanho da responsabilidade de todos já no golpe e nos processos paralelos: com Supremo e com tudo e a democracia e o direito a vida digna e a vida de milhões de brasileiros se foi.

Quando Lucianinho Hulk falou esta semana que a democracia está ameaçada, me dei conta do Rubinho da Política brasileira ou do tamanho prejuízo que essa cegueira causada por falta de escrúpulos provoca. E não se trata somente de uma faísca atrasada ou de uma reflexão tardia desse retardado, o nosso problema, porque na mesma semana quatro ministros do STF disseram que o Impeachment dessa monstruosidade poderá prejudicar a imagem do país no exterior. E é assim que esse vírus do faz de conta e da insensibilidade se mostra presente como sustentáculo máximo dessa monstruosidade. Não somente foram tolerantes com aquilo que jamais poderia ser aceito ou tolerado, quanto continuam a ser tolerantes com isso.

E alguém ainda acredita que a culpa de toda essa insensatez é do PT? Ora, convenhamos. Essa estupidez e covardia toda me cansam a moleira.

#ForaBolsonaro

#SóPráComeçar

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