COMO CHEGAMOS A ESSA
MONSTRUOSIDADE?
A História que leva ao que
vivemos hoje no Brasil é longa. Ela envolve momentos do final da ditadura
militar, momentos e episódios da redemocratização e a retomada dos monstros, a
partir da descontrução midiática, jurídica e política dos governos do PT. Já no
primeiro governo Lula as operações entraram em modo automático com o Mensalão,
mas antes disso já haviam sinais do uso de fake News e da mídia hegemônica
contra o Governo de Olívio Dutra no período de 1999 a 2002. Parte das medidas
adotadas para obstaculizar o Governo Olívio Dutra no RS, foram colocadas em
jogo contra os governos federais do PT. A direita, o centrão e parte da social
democracia no Brasil, não suportaram a derrota para Lula em 2002, mas com as
quatro vitórias de Lula e Dilma, para eles o quadro se tornou
insuportável.
Já na terceira derrota do PSDB em
2010, para a presidência da República, e já naquela época e campanha, a adoção
pelo Zé Serra do terrorismo e do vale tudo ao estilo Steve Bannon na campanha
contra a Dilma nos meios digitais, incluso com Fake News, geraram o despertar
dos monstros que hoje governam o país. Chegamos até aqui por esse caminho sim.
Mas temos alguns sinais anteriores, tanto na Anistia, quanto no pacto social da
nova República, quanto no lawfare do Mensalão. A perda ou o abandono dos
escrúpulos, é exatamente o que gerou todo esse despudor que assistimos
horrorizados com a morte de mais de 520 mil Brasileiros e Brasileiras nessa
Pandemia.
Os monstros assassinos genocidas
viram que dava para sair do armário com tranquilidade já ali. Mas antes disso,
teve o tal do Mensalão que lançou a tese do domínio do fato, já dando sinais de
que a justiça no Brasil avançava para o arbítrio e começava a ter posição,
interesses e ações de natureza exclusivamente política, incluso em retaliação
por ressentimentos corporativos e salariais e também por um terceiro no turno
dissimulado contra os seus interesses eleitorais.
Depois disso o Aécio avançou
definitivamente o sinal com sua atitude na campanha e no pos derrota de 2014.
No meio disso, tivemos 2013 e o uso de uma estratégia muito perversa para
derreter as bases da política brasileira. Frente ao cenário pesado, o MDB
resolveu primeiro, logo após as manifestações de junho de 2013, não apoiar uma
reforma política e, em segundo, trair Dilma para construir a ponte para o nada,
a negação e a mais plena monstruosidade que se manifestou no Impeachment, no
Golpe, no Governo Temer que podia ser corrupto, desde que fizesse as reformas.
São os mesmos que cerraram fileiras no apoio vergonhoso a Bolsonaro contra
Haddad no segundo turno. E assim foi dado o último sinal de civilidade no
segundo turno de 2018.
No meio disso tudo, voltamos ao
sistema judiciário, quando o partido do Lava Jatismo e seu LawFare - ou seja,
justiça e poder a qualquer preço, e a mídia, imprensa e comunicadores sociais
que adoraram a toada do “precisamos destruir o PT" afundaram o país na
mais completa barbárie moral. Não vou
falar aqui de militares e pastores e nem de caminhoneiros ou classe média e
outros setores específicos, mas foi com mais isso. A questão é: como sair disso
e como criar as condições para que isso nunca mais aconteça?
Com a Pandemia, esse espetáculo
de horrores e essas monstruosidades conseguiram a façanha no Brasil de, mesmo
com a potência do SUS, tornar o Brasil o cenário da maior tragédia, morticínio
e genocídio por negligência, irresponsabilidade e canalhice.
Aquela perda de escrúpulos lá atrás e as
canalhices e monstruosidades perversas que se seguiram nos levaram direitinho
até isso.
Não há um vínculo diretamente
causal entre todos esses pontos. Mas há um espírito geral e um modus operandi
inescrupuloso que paira sobre tudo. E enquanto alguns progressistas, pseudo
democratas e pseudo republicanos degenerados não recuperarem o juízo vai continuar
assim.
E o problema não é mesmo
polarização ou se tem ou não terceira via, o problema é reparar integralmente o
mal feito e aceitar mesmo de uma vez por todas a vontade majoritária do povo
brasileiro, sem fazer uso de mentiras, golpes, manobras ou uma retórica
tortuosa contra isso.
Esses dias disse que a Alemanha
do Pós Guerra extinguiu o Partido Nazista e colocou no ostracismo todos que
levaram a Europa e o Mundo para a maior guerra da história da humanidade, em
prejuízo do povo alemão e também com o sacrifício de mais de 80 milhões de
seres humanos, incluso aí os 6 a 7 milhões de vítimas do holocausto e da
fábrica de extermínio dos campos de concentração, em que judeus, ciganos e
muitas outras etnias, homossexuais, deficientes físicos e mentais e também
membros das resistência e lideres políticos e simpatizantes de esquerda foram
assassinados, bem como, nós massacres de Hiroxima e Nagasaki, em que mais de
240 mil japoneses foram dizimados em dois dias e muitos outros instantaneamente foram feridos de morte para
o que sobrou de suas vidas. Essa não é.uma questão subjetiva, nem uma questão
de moral do tipo dou perdão ou compreendo ou não dou perdão e não aceito.
A outra questão que se apresenta
nesse inquérito aqui: é se aceitando a necessidade de uma punição rigorosa
tanto criminal, quanto política e institucional qual a linha de corte no juízo
de responsabilidade sobre os eventos acima? É um problema muito grande e muito
semelhante ao que foi provocado pela Anistia ao final da ditadura no Brasil, essa
mesma que colocou no armário os monstros que reapareceram depois em 2010 e que
em 11 anos nos levaram até essa tragédia atual.
A velha solução intermediária de
um novo pacto social pela democracia e em defesa da República no Brasil, se
coloca de novo. Mas como em todo Contrato Social outra velha questão retorna:
quem será o fiscal desse contrato e em que instância a correção às violações de
suas cláusulas serão corrigidas, punidas e reparadas. No pacto anterior, me
parecia tácito que isso estava colocado tanto sobre todos os partidos quanto
nas posições majoritária dos três poderes, incluso no Judiciário e no
Executivo, cuja síntese se limita a 11 juízes e um ou uma presidente.
Então, aquela expressão golpista
sintetiza plenamente o tamanho da responsabilidade de todos já no golpe e nos
processos paralelos: com Supremo e com tudo e a democracia e o direito a vida
digna e a vida de milhões de brasileiros se foi.
Quando Lucianinho Hulk falou esta
semana que a democracia está ameaçada, me dei conta do Rubinho da Política
brasileira ou do tamanho prejuízo que essa cegueira causada por falta de
escrúpulos provoca. E não se trata somente de uma faísca atrasada ou de uma
reflexão tardia desse retardado, o nosso problema, porque na mesma semana
quatro ministros do STF disseram que o Impeachment dessa monstruosidade poderá
prejudicar a imagem do país no exterior. E é assim que esse vírus do faz de
conta e da insensibilidade se mostra presente como sustentáculo máximo dessa
monstruosidade. Não somente foram tolerantes com aquilo que jamais poderia ser
aceito ou tolerado, quanto continuam a ser tolerantes com isso.
E alguém ainda acredita que a
culpa de toda essa insensatez é do PT? Ora, convenhamos. Essa estupidez e
covardia toda me cansam a moleira.
#ForaBolsonaro
#SóPráComeçar
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