SARTORI E O GOVERNO DA COVARDIA
“O mundo está de ponta cabeça.”
João Carlos Alves Rodrigues –
Professor aposentado,
militante sindical e construtor
do CPERS Sindicato,
em nossa Assembléia Regional de
09/09/2015
O massacre que este governo
continua fazendo e promovendo contra todos os servidores, desde o dia que tomou
posse, contra seus familiares e o povo gaúcho, com suas intenções e
manifestações, com seus Projetos (PLs e PLCs) é tão grave que temos sim que
pedir ao povo para entender a luta dos servidores. Entender a greve dos
servidores e apoiá-los nesta grande jornada em defesa do Rio Grande do Sul.
Tem funcionário público em
desespero com suas contas e compromissos já e que temem não poder cumprir com
suas obrigações com seus dependentes. Tem funcionário público que vive, apesar
de cumprir com todas suas obrigações contratuais, e excessiva insegurança e
sofre com o terrorismo deste governo desde o início do ano. Tem funcionários
públicos e muitos filhos de funcionários públicos sacrificando planos e
projetos importantes para melhorar de vida, avançar nos estudos e manter suas
casas e famílias unidas. É muito grave isso...É um ataque covarde deste governo
aos trabalhadores que prestam serviços ao Rio Grande do Sul por uma vida inteira.
E isto tem atingido desde funcionários recém nomeados e que ingressaram agora
em suas carreiras, funcionários veteranos e em fim de carreira e também
servidores aposentados que já deram sua contribuição de uma vida inteira ao
nosso estado e ao nosso povo.
É, para mim, preciso repetir aqui
mais uma vez, uma grande covardia e perversidade que o Governo Estadual do Sr.
Sartori e dos partidos que o apoiam:
PMDB/PSD/PPS/PHS/PTdoB/PSL/PSDC/PSB/PDT/PP/DEM/PSDB/SDD/PRB,
cometem com a vida de milhares de
trabalhadores, seus familiares e com o povo gaúcho.
Tudo para poder aumentar
impostos e preservar privilégios, benesses e isenções para os poderosos. E ao
mesmo tempo leiloar patrimônio público ao bel interesse dos poderosos.
Ao invés de recorrer a uma
solução imediata e emergencial que é sacar os depósitos judiciais para evitar a
penúria dos trabalhadores neste período, esta comprovado já que o governo optou
pela vida da covardia de obrigar os trabalhadores a pagar a conta que os
poderosos criaram, o governador resolveu fazer os trabalhadores sofrerem. As
dívidas deles se avolumarão, pensões, alimentos, aluguel, prestações, luz e
água, empréstimos tudo irá pressionar e deprimir gravemente a vida e saúde dos
trabalhadores, seus familiares e do povo.
E ainda tem os colegas que, com o
terrorismo e o desrespeito sistemático, com as perseguições e ameaças e a
continua perspectiva de parcelamento dos salários e a insegurança financeira,
já entram em pânico e começam a acusar depressão, burnout e outras doenças.
É muito grave e covarde isso e
penso que terá terríveis consequências na vida de muitas pessoas e irá agravar
os impactos da crise no RS. Além de precarizar os serviços de segurança,
educação e saúde atinge todos os demais servidores cujos vencimentos são bem
inferiores a média salarial de CCs e cargos com privilégios e prerrogativas dos
poderosos. Ao contrário do que se possa imaginar o governador ri da nossa cara
- chama o estado de vaca morta - e não está nem aí para exemplos. Depois de ter
passeado de helicóptero para ir num aniversário na praia, enquanto o SAMU ficou
sem o serviço - hoje as secretárias e telefonistas do Samu Estadual entraram em
greve também - , no mesmo dia aliás. Após ter criado um cargo na maior cara de
pau para a esposa. Após ter concedido reajuste aos altos salários do
Judiciário, secretários, vice e a si mesmo, não está nem aí para qualquer
moralidade. Foi noticiado que neste período de luta dos servidores contra o
parcelamento, este governador nomeou mais 1.600 CCs. E agora sabe-se que pagou
integralmente os altos salários castigando todos os pequenos. É pura covardia.
E é desta covardia que partiu a
minha necessidade de postar de novo este texto. Pois ontem a noite fui
informado de uma postagem covarde de determinada cidadã de Novo Hamburgo,
conhecida CC profissional do PMDB, que resolveu prosseguir na ousadia e
desfaçatez e no ataque covarde ao servidores comparando-os aos desempregados e
fazendo tábula rasa, como seu Governador e o líder do Governo e do PMDB na
Assembléia Legislativa, que chamou os servidores públicos estaduais de vadios.
Veja o típico raciocínio leviano da criatura:
“Alô funcionários públicos
estaduais.
Esta ruim para vocês, porque
receberam seus salários parcelados, mas com data definida para receber a
parcela seguinte?
Então se coloquem no lugar dos
trabalhadores das empresas privadas que estão sendo demitidos...”
Respondo assim a esta estultice e
covardia embonecada: A reprodução da covardia do Governador Sartori e do PMDB
com os servidores públicos estaduais, seus familiares e o povo gaúcho se amplia
com este tipo de argumento. E ele expressa a condição vil em que eles gostariam
de ver os servidores, os trabalhadores e o nosso povo. Comparar a situação dos
servidores com desempregados ou outros trabalhadores confessa o pouco apreço
que eles tem por ambos. Está pressupondo que o servidor tem privilégios sem
considerar em nenhum momento os privilégios dos poderosos e dos marajás que ela
sustenta. É só covardia e nada mais...
Quando a gente responde alguém
como ela, e quando postamos determinadas considerações aqui, não o fazemos
tanto por ela ou eles, mas pelos outros que lêem uma bobagem destas ou outras e
se não verem contestação, tomam por verdadeira ou boa opinião tal desfaçatez e
ficam pensando por mínima reflexão que é isso mesmo, mas não é não meu caro. E
defender os trabalhadores contra isto é também fortalecer nossa luta contra
está covardia.
E respondo também aqui contra
certa presunção de que os servidores são privilegiados: Porque você acha que os
servidores públicos não sabem o que é desemprego ou perda de direitos? Creio
que estais muito enganada a criatura com a gigantesca maioria dos servidores
que não nasceram servidores, nem são privilegiados de berço ou que seguem
carreiras superiores quase que por herança paterna – de pai apara filho ou em
linha sucessória e hereditária bacharelesca, latifundiária ou empresarial. Não
é mesmo o caso. A gigantesca maioria é trabalhador e filho de trabalhador e
adquiriram com muito esforço e estudo, apoio e busca de oportunidades capital
cultural para disputar uma vaga no serviço público. Passaram por sacrifícios,
dificuldades e apertos e foram selecionados por concurso público, nem por
indicação e nem por eleição manobrada pro recursos de empresários interessados.
E isso não significa que sempre tiveram renda ou que não passaram por
dificuldades antes.
Quem concebeu esta estupidez de
atacar os servidores como se eles fossem os culpados da crise, tivessem
ingressado no serviço público pela porta dos fundos ou por lista partidária
desrespeita o espírito republicano gaúcho e despreza a dignidade dos servidores
– e isso envolve o governador, sua equipe, seus correligionários e fiéis
seguidores – que estão cometendo um grave crime contra as pessoas e suas vidas
e deveriam ser banidos da vida pública sem nenhuma vacilação.
Esta política não é capaz em
nenhum momento razoável e sob nenhuma descrição possível de ganhar ares de
estar sendo empreendida pelo bem comum – veja a violência galopante que esta
estupidez causou - ou mesmo pode ser considerada uma espécie de vontade geral,
pois seu juízo é inexplícito e intransitivo aos cidadãos e cidadãs de carne e
osso, e isso causa muito mal a mais de um milhão de gaúchos diretamente e
indiretamente a todos os gaúchos. Não é o povo gaúcho que precisa fazer mais
sacrifícios, nem os servidores e seus familiares, mas sim este bando de
nababos, privilegiados, poderosos e bem protegidos e prestigiados na imprensa
oficial senhores e senhoras que pensam ter recebido um cheque em branco na
eleição do ano passado ou ter prerrogativas e direitos superiores aos cidadãos
deste estado.
Estupidez tem limite meus
senhores e senhoras. E pedir compreensão aos trabalhadores e ao povo, ainda por
cima, sem compreender algo tão básico e elementar como a sobrevivência dos
trabalhadores, a proteção de seus dependentes indefesos e a saúde de todos é
vergonhoso. Por isso repito que é uma questão de solidariedade e de moralidade
apoiar a luta dos servidores públicos. Afinal não é nada difícil saber quem
anda mal acostumado neste estado e quem concebe o estado como a solução
econômica para os seus interesses e de seus aliados pouco se importando com as
necessidades de educação, saúde, segurança, cultura, saneamento e outros temas
num estado como o nosso com a grande história republicana do nosso estado.
Espero que este artigo reeditado
sirva de libelo na defesa dos servidores, trabalhadores e do povo gaúcho e
esteja a altura da questão colocada: como colocar este mundo em pé novamente
(?), e seguir no processo civilizatório com democracia e respeito aos direitos
civis, aos seres humanos, à vida do povo e a todas as pessoas que presam a
dignidade humana acima de tudo!
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