AGUARDANDO - Sou daqueles que se
dedicou muito a sustentar o governo, garantir a reeleição e a explicar coisas
que muitas vezes não eram devidamente explicadas. Fiz isso com convicção e por
ainda permanecer com minha opção partidária apesar de todos os revezes. Após a
dificílima reeleição - o que aqui no sul levou a tragédia de trocarmos Tarso
Genro por Sartori ( do que não vou dizer nada, posto que ele fala ou não fala
por si mesmo e suas ações, escolhas e prioridades já agora no período de
transição me bastam) - adotei uma postura e conduta de ir distensionando e reduzindo as zonas de atrito porque percebi
uma síndrome golpista na oposição e uma síndrome defensivista e sem nenhuma
autocrítica na situação ou nas bases da situação. E eu não sei mesmo mais o que
dizer. Porque tem uma hora em que quem tem que falara é a Presidenta mesmo, são
os quadros mesmo e na atual situação não adianta mais fazer um discurso de
acomodação dentro do partido ou apontar que haverá um freio de arrumação ali
adiante. Sou daqueles que assimilei bem Katia Abreu - na lógica apontada da
governabilidade, representatividade e setorialidade, mas o que saiu de
ministério anteontem, fico como você Mestre Renato Janine Ribeiro aguardando as
razões. E bem afim de ouvir da boca da minha presidenta as suas razões.
Discordo de algumas indicações sim - em
especial Sid Gomes na Educação e não é por causa do partido, nem do nome, nem
da família ou do que ele disse sobre serviço público, mas sim por conta da
importância deste setor ser o carro chefe de fato para o futuro do Brasil e na
minha opinião ser necessário reduzirmos o tecnicismo tanto em gestão quanto no
planejamento deste setor. E uma parte
das minhas discordâncias me parecem intensas muito mais pelo significado e
simbolismo do estado de coisas que elas representam, do que pelo que de fato
irá ocorrer no governo. E não é só o número o problema não. Já vi governos
compostos por esquerda que fizeram muita política de direita e não duvido mesmo
que a única possibilidade de fazer uma administração mais progressista envolva
de fato compor com um bloco para trazê-lo para dentro desta política em vez de
deixá-lo assistindo e constituindo resistências. Dilma está trazendo a
contradição política para dentro do seu governo o que ao meu ver demonstra
muita coragem de encarar a dialética e uma síntese dura das posições no Brasil,
onde na atual selva de pedra trata-s e de sobreviver às mudanças e crises que
virão até 2018. Concordo com outras
indicações do ministério - admito, por exemplo, Padilha que aqui no sul
foi um dos poucos - após o afastamento do Mendes Ribeiro por motivo de
saúde - que defendeu Dilma no tal
"velho PMDB de guerra" que para mim no sul é um PSDB piorado e mais
reacionário em sua maior parte que faz um discurso moralista para cima do
Manpituba e que aqui dá abrigo ao que é bem pior que o Padilha....Dilma está
aceitando as contradições e eu quero ver ela enfrentar elas, mesmo que para
alguns de nós fosse mais razoável que ela desse suas razões e sou o último a
presumir que la não as tenha. Aqui vale para mim o que eu já disse sobre manter
ou não Graça Foster na Petrobrás - não por subserviência ou submissão a uma
política - não tenho a menor dúvida de que Dilma sabe melhor do que eu o que
está acontecendo ou aconteceu e que atua dentro de uma lógica que não é
simplesmente a das velhas razões de estado. O cenário impôs este quadro e esta
armação que alguns chamam de guerra - e é a terceira vez que uso esta palavra
aqui - e só isso já deveria fazer alguns idealistas e realistas pensarem um
pouco maios antes de falar pelos cotovelos. Desta forma, também espero as
palavras da minha presidenta e suas razões e objetivos, metas e dispositivos
com muito interesse, expectativa e certa curiosidade.
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