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segunda-feira, 3 de junho de 2013

QUAL É MESMO A LINHA DE FRONTEIRA ENTRE RACIOCÍNIOS FILOSÓFICOS ORDINÁRIOS E RACIOCÍNIOS FILOSÓFICOS EXTRAORDINÁRIOS? A MATEMÁTICA NO EXEMPLO DE KRIPKE

"Logical investigations can obviously be a useful tool for philosophy. They must, however, be informed by a sensitivity to the philosophical significance of the formalism and by a generous admixture of common sense, as well as a thorough understanding both of the basic concepts and of the technical details of the formal material used. It should not be supposed that the formalism can grind out philosophical results in a manner beyond the capacity of ordinary philosophical reasoning. There is no mathematical substitute for philosophy." (S. Kripke)

"Investigações lógicas podem obviamente ser uma ferramenta útil à filosofia. Elas devem, no entanto, ser informadas por uma sensibilidade para a importância filosóficas do formalismo e por uma generosa mistura de senso comum tanto quanto de um entendimento profundo dos conceitos básicos e dos detalhes técnicos do material formal utilizado. Não se deveria supor que o formalismo pode produzir resultados filosóficos de um modo para além da capacidade do raciocínio filosófico ordinário. Não há substituto matemático para a filosofia." (S. Kripke)


Saul Kripke - na tradução do Prof. Alexandre Noronha Machado, 

nos serve aqui para pensar em formalismos e filosofia, ou na diferença entre raciocínio formal e raciocínio profundo...

nem sempre aquilo que é chamado de "lógica" por admirados, calculantes, técnicos ou mecânicos, está absolutamente do lado da reflexão profunda da filosofia...

ao contrário pode acontecer e acontece que muitas vezes o entendimento profundo e um raciocínio mais complexo desaparece ou se desmancha no ar, ou não desce à terra  em sua estrutura a partir de um olhar que o reduza e/ou formaliza pelo senso comum ou pela análise lógica...

é claro também que ninguém disse em nenhum lugar para você que tudo se resolve com cálculo, mas você preferiria assim porque prefere a companhia do senso comum do que de qualquer argumento contra-intuitivo....

e assim foi se criando na filosofia uma espécie de aversão a tudo que tenha em si uma impossibilidade de ser resolvido pela análise lógica da linguagem....

compreendendo a proposição de Kripke - e espantando de outra forma aqui esta tendência guiada pelo ímpeto resolutivo e pelo impulso de urgência lógica a querer facilitar as coisas onde elas não são fáceis - deveríamos conseguir ter mais clareza sobre qual é mesmo a linha de fronteira entre raciocínios filosóficos ordinários e raciocínios filosóficos extraordinários?

Em outras palavras: 


 "There is no mathematical substitute for philosophy" 

é a epígrafe do primeiro capítulo de "Philosophy of Logics", de Susan Haack

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