É uma expressão limite esta de reduzir a MAIORIDADE PENAL PARA
OS 3 ANOS.
E as expressões limite, bagunçam o pensamento, mas lhe impõem
o exercício de romper com a solução fácil e creio que, neste caso, e, talvez, em
outros, tratar do problema real, do problema que esta encoberto pelo debate da
maioridade penal.
Mas nos ajuda, assim mesmo, a pensar sobre que discussão
realmente é esta.
Quem discute maioridade penal deveria discutir também
responsabilidade materna, paterna e familiar. O que inclui a sua própria
responsabilidade neste grande jogo social que é viver coletivamente.
Em boa parte dos exemplos de crimes, desvios de conduta,
delinquência, violência e etc, nos vemos INCAPAZES, nós vemos INCAPAZES, mas –
PENSE BEM - os incapazes são os pais e as mães que não conseguem ou não
aprenderam a educar seus filhos, impor-lhes limites, traçar regras e
mandamentos, vetar condutas e dar exemplos.
Sim, este para mim é o debate mais atual de todos sobre a
questão da MAIORIDADE PENAL.
E temos que tocar também nas duas outras pontas que fazem de
conta que o problema é SOMENTE dos outros.
É muito fácil dizer que o filho é seu e, na hora de corrigir,
dizer que a responsabilidade é do estado, quando a sociedade é sua também, a
comunidade é sua também e o estado é produto e reflexo também do tamanho, da
medida e da qualidade de sua consciência política e social.
Precisamos romper este tipo de alienação social corrente,
que é também uma alienação política, votar de quatro em quatro anos não
transfere a responsabilidade absoluta aos políticos, legisladores e governantes,
apenas delega uma parte da responsabilidade quanto à gestão e certas decisões.
A sociedade é um organismo vivo feito e constituído cotidianamente por nossas
ações, omissões e iniciativas positivas ou negativas.
A sociedade em geral - ou seja - todos os cidadãos deveriam
se responsabilizar pela educação dos jovens e romper este cordão de indiferença
e individualismo que é cultivado socialmente por puro egoísmo. E penso também
que devemos defender alguma forma de controle sobre aquilo que é divulgado nas
televisões e rádios.
Certas canções, programas e ações não são no fundo
exercícios de criatividade, inteligência ou transgressão refletida e reflexiva,
são puramente expressões de menoridade moral, pequenez humana e fraqueza de
caráter. Nem darei os exemplos aqui, mas pensem, pensem mais.
Do jeito que esta, vamos ter que fazer cadeias e reeducar
muita gente. Entre estes, alguns bem poderosos e admirados publicamente, mas
que não tem demonstrado sua parcela de responsabilidade ou feito bom uso de sua
visibilidade para melhorar e educar nossa sociedade.
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