Na releitura de Tales de Mileto (circa 624-545 a.C.), hoje encontramos ainda muitas coisas que intrigam em seu itinerário.
As descrições que encontramos nesta passagem a seguir demonstram ainda uma parte disto:"o observador da natureza, o inventor genial, o político empenhado na luta contra os persas, além de geômetra, astrõnomo e um observador do céu tão atento ao ponto de distrair-se e cair em um buraco de rua" (in: NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: Das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005, p. 13)
Na minha atividade, em um plano de aula, sinto com frequência a força das suas idéias que me levam a pensar sempre mais longe e também a me espantar sempre. É é muito incrível mesmo que se consiga suprir tantas lacunas de uma história arrumando em cadeia a observação do Cosmos, a interrogação sobre o arche e a resposta baseada na physis. Pelo menos esta é a estratégia que eu estou usando.
Não se sabe bem ao certo como e quando isso gera a descoberta do logos grego, mas se percebe ao tratar do tema que ele está bem perto como um espírito que paira a nos observar em nossas tentativas de interrogação, investigação e solução de um problema que resolve ao mesmo tempo muitos outros...em 28 de maio de 585 a.C. ocorreu o eclipse previsto por Tales.
Me dá a impressão de que ocorreram muitas outras coisas neste dia. Alguns dizem que a filosofia nasce neste dia e haveria de ser assim considerada porque Tales prova finalmente que seu logos consegue desvendar as regras da physis em ação no cosmos. Outros afirmam que esta data marca a acme de Tales de Mileto, ou seja, o seu florescimento ou principal fruto.
E é um mistério bem grande o fato de que ele não deixou nada mais do que três proposições filosóficas das quais temos apenas testemunho e doxografia. Numa pesquisa rápida encontrei muitas informações dispersas sobre ele. Algumas com fontes de suas origens outras parecem mais depoimentos lendários. Mas dá para se imaginar o universo dos conhecimentos dele como muito vasto. Assim, o vemos como o Primeiro Filósofo, Primeiro Físico, Primeiro Geometra (no sentido de um pensamento abstrato), Primeiro Cosmólogo e, como afirma Michel Serres o Primeiro Logos ( inventor do logos grego).
Também fico admirado que boa parte dos seus conhecimentos que representaram então um salto gigantesco para o futuro ficam meio que abandonados nas aulas de filosofia de muitos professores. Sempre confiei muito nele como primeiro autor, apesar de enfrentar algumas vicissitudes nas primeiras vezes que comecei por ele, hoje vejo como algo absolutamente maravilhoso que a filosofia comece coma proposição o "arche é a água". Ou, como nos diz Hegel, Nietzsche e Heidegger em seus comentários come sta proposição de que "tudo é um" que possui a maravilhosa forma lógica da grande ambição filosófica grega que é pensar o todo e dar um corpo articulado e integrado a todos os conhecimentos que estavam aqui e ali no mundo antigo.
Eu não consigo ficar assim em relação a ele, tendo em vista que seus pensamentos reúnem em si um grande movimento. Movimento este que perfaz e revisa a totalidade dos conhecimentos, informações e técnicas do mundo antigo. Penso nisto quando leio todos os pré-socráticos e adiciono a eles outros gregos que produziram conhecimentos e aquilo tudo que chamamos de ciência grega. Sim, penso que o movimento iniciado por Tales é sim uma nova síntese, se não o considerarmos a primeira grande síntese.
Ao mesmo tempo fico a ver que o cotidiano deste homem parecia ser tão carregado de afazeres e descobertas, reflexões e observações....que me deixa também incrédulo o número parco de conhecimentos que temos dele, pois tudo sobre o qual nos baseamos são reconstruções.
Será que ele passava os dias tão ocupado que não podia escrever? E não tenho dúvida que ele era muito ocupado e operante, apesar de imaginarmos um bom tempo dedicado a reflexões..
Optava mais por suas operações na sua oficina - que suponho que todo homem prático tem e gosta de ter.
E imagino que - como nos são narrados seus dias e sua fama - que ele eventualmente e talvez mais frequentemente ao final da vida recebia algumas vistas para transmitir seu conhecimento e buscar seus conselhos.
Será mesmo que ele não sabia escrever?
Bem não sobrou nada de um texto de Tales e é algo assombroso para mim o fato de fazermos este esforço para ir tão longe no tempo e encontrar este logos muito ativo e produtivo que ele inventou.
Me parece que não há nada nos movimentos e pensamentos dos seus sucessores, que não tenha sido de alguma forma tocado por ele, seja em semente, seja em frutos das suas primeiras reflexões.
As descrições que encontramos nesta passagem a seguir demonstram ainda uma parte disto:"o observador da natureza, o inventor genial, o político empenhado na luta contra os persas, além de geômetra, astrõnomo e um observador do céu tão atento ao ponto de distrair-se e cair em um buraco de rua" (in: NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: Das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005, p. 13)
Na minha atividade, em um plano de aula, sinto com frequência a força das suas idéias que me levam a pensar sempre mais longe e também a me espantar sempre. É é muito incrível mesmo que se consiga suprir tantas lacunas de uma história arrumando em cadeia a observação do Cosmos, a interrogação sobre o arche e a resposta baseada na physis. Pelo menos esta é a estratégia que eu estou usando.
Não se sabe bem ao certo como e quando isso gera a descoberta do logos grego, mas se percebe ao tratar do tema que ele está bem perto como um espírito que paira a nos observar em nossas tentativas de interrogação, investigação e solução de um problema que resolve ao mesmo tempo muitos outros...em 28 de maio de 585 a.C. ocorreu o eclipse previsto por Tales.
Me dá a impressão de que ocorreram muitas outras coisas neste dia. Alguns dizem que a filosofia nasce neste dia e haveria de ser assim considerada porque Tales prova finalmente que seu logos consegue desvendar as regras da physis em ação no cosmos. Outros afirmam que esta data marca a acme de Tales de Mileto, ou seja, o seu florescimento ou principal fruto.
E é um mistério bem grande o fato de que ele não deixou nada mais do que três proposições filosóficas das quais temos apenas testemunho e doxografia. Numa pesquisa rápida encontrei muitas informações dispersas sobre ele. Algumas com fontes de suas origens outras parecem mais depoimentos lendários. Mas dá para se imaginar o universo dos conhecimentos dele como muito vasto. Assim, o vemos como o Primeiro Filósofo, Primeiro Físico, Primeiro Geometra (no sentido de um pensamento abstrato), Primeiro Cosmólogo e, como afirma Michel Serres o Primeiro Logos ( inventor do logos grego).
Também fico admirado que boa parte dos seus conhecimentos que representaram então um salto gigantesco para o futuro ficam meio que abandonados nas aulas de filosofia de muitos professores. Sempre confiei muito nele como primeiro autor, apesar de enfrentar algumas vicissitudes nas primeiras vezes que comecei por ele, hoje vejo como algo absolutamente maravilhoso que a filosofia comece coma proposição o "arche é a água". Ou, como nos diz Hegel, Nietzsche e Heidegger em seus comentários come sta proposição de que "tudo é um" que possui a maravilhosa forma lógica da grande ambição filosófica grega que é pensar o todo e dar um corpo articulado e integrado a todos os conhecimentos que estavam aqui e ali no mundo antigo.
Eu não consigo ficar assim em relação a ele, tendo em vista que seus pensamentos reúnem em si um grande movimento. Movimento este que perfaz e revisa a totalidade dos conhecimentos, informações e técnicas do mundo antigo. Penso nisto quando leio todos os pré-socráticos e adiciono a eles outros gregos que produziram conhecimentos e aquilo tudo que chamamos de ciência grega. Sim, penso que o movimento iniciado por Tales é sim uma nova síntese, se não o considerarmos a primeira grande síntese.
Ao mesmo tempo fico a ver que o cotidiano deste homem parecia ser tão carregado de afazeres e descobertas, reflexões e observações....que me deixa também incrédulo o número parco de conhecimentos que temos dele, pois tudo sobre o qual nos baseamos são reconstruções.
Será que ele passava os dias tão ocupado que não podia escrever? E não tenho dúvida que ele era muito ocupado e operante, apesar de imaginarmos um bom tempo dedicado a reflexões..
Optava mais por suas operações na sua oficina - que suponho que todo homem prático tem e gosta de ter.
E imagino que - como nos são narrados seus dias e sua fama - que ele eventualmente e talvez mais frequentemente ao final da vida recebia algumas vistas para transmitir seu conhecimento e buscar seus conselhos.
Será mesmo que ele não sabia escrever?
Bem não sobrou nada de um texto de Tales e é algo assombroso para mim o fato de fazermos este esforço para ir tão longe no tempo e encontrar este logos muito ativo e produtivo que ele inventou.
Me parece que não há nada nos movimentos e pensamentos dos seus sucessores, que não tenha sido de alguma forma tocado por ele, seja em semente, seja em frutos das suas primeiras reflexões.
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