OS
FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS
1. Tales
de Mileto - 624-545 a .C.
– acme em 28 de maio 585 a .C., com a previsão do
eclipse solar – o primeiro filósofo da physis
- o inventor do logos - arché é a água - há deuses em todas as
coisas - a terra flutua sobre a água - participou da vida política e militar da
sua cidade - solução de diversos problemas geométricos – viajou para o Egito –
desenvolveu uma teoria para explicar as inundações do Nilo - Aristóteles o
considera fundador da filosofia;
2. Anaximandro
de Mileto - 610-546 a .C.
- arché é o Ilimitado - discípulo e
sucessor de Tales - dado que todas as coisas são geradas, limitadas e
corruptíveis - a harmonia entre o Ilimitado (Apeiron) e os Limitados (peiras)
é a Justiça - o real não tem origem num particular - o limitado não é a origem
das coisas;
3. Anaxímenes
de Mileto - 588-524 a .C.
- arché é o ar - o ar é um elemento
vivo - o ar constitui as coisas através da rarefação e da condensação - a
condensação nos leva até a pedra, a rarefação até o ar - uma condensação
progressiva leva ao vento, às nuvens, à água, a terra e finalmente à pedra - a
lua recebe sua luz do sol;
4. Xenófanes
de Colofão - 570-475 a .C.
- o arché é a terra - contra o
antropomorfismo dos deuses - só há um Deus - da terra e da água é gerado o homem
- Deus é um, não gerado, eterno, imutável, imóvel - Deus é puro pensamento (nous);
5. Heráclito
de Efeso - 535-475 a .C.
- acmé
entre 504 e 500 a .C.-
arché é o fogo ¬ abdicou aos direitos
de participar do governo - oposição a Xenófanes - uma unidade fundamental de
todas as coisas - o movimento é a luta entre os contrários - o cosmos é combate harmonioso entre os
opostos - há movimento - há mudança - não se põe o pé duas vezes no mesmo rio -
o ser e o vir a ser - a sabedoria humana pode ligar-se ao logos - o logos é a
inteligência divina que governa o real - o Sol tem a largura de um pé humano -
os sentidos enganam - as coisas mudam;
6. Parmênides
de Eléia - 530-460 a .C.
- arché é o éter - o ser é um - tudo
é um - pós-pitagórico - a unidade formal - distinguir a verdade da opinião - o
caminho da noite e o caminho do dia - fora do ser o não-ser nada é - o ser e o
nada - pensar e ser é o mesmo - dois caminhos de investigação o do ser e o do
não ser - o caminho do ser é o caminho da certeza e conduz à verdade - o
caminho do não ser é imperscrutável - deve-se pensar o ser - definir o ser é
encontrar a medida do pensar - “o congelamento”;
7. Zenão
de Eléia - 490-430 a .C.
- acmé entre 464/461 a.C. - tudo é um
- é impossível demonstrar a multiplicidade das coisas - discípulo de Parmênides
e defensor de sua doutrina - conspirou contra um tirano e foi morto - espírito
polêmico - introduz o método da refutação indireta das teses dos seus
adversários - isso se faz admitindo o que o adversário afirma e mostrando que
isso leva à contradições - o resultado é a anulação da tese - esse recurso é
designado também de redução ao absurdo - Aristóteles o considera fundador da
dialética;
8. Pitágoras
de Samos - 570-495 a .
C. - acmé em 530 a .C. – o primeiro a usar
o epíteto Filósofo para significar o que ele era ou fazia – diz-se filósofo não
sábio, porque buscava a sabedoria - o
número é a medida de todas as coisas - Esoterismo - Ascetismo - doutrina da
transmigração das almas - a Harmonia do mundo - a medida do número é o primeiro
princípio - o número ( a medida) é a causa da relação em harmonia das coisas;
9. Alcméon
de Cróton - acmé início sec. V
a.C. - discípulo de Pitágoras - a imortalidade da alma - médico - usa a tábua
dos contrários de Pitágoras - examina os corpos vivos - pois das coisas divinas
e das coisas mortais só os deuses tem um conhecimento certo, aos homens é
permitido apenas conjecturar - os homens distinguem-se dos demais seres ( como
os animais) porque, além de perceber, compreendem - construção de hipóteses e
conjecturas - enfrenta o problema dos enganos dos sentidos e da percepção -
podemos abordar a multiplicidade das coisas separando-as em pares - os homens
morrem porque não conseguem unir o princípio ao fim;
10. Melisso
de Samos - acmé em 441 a .C.
– da Escola Eleata - filósofo e político - é o comandante que derrota a
esquadra ateniense - também polêmico e defensor de Parmênides - o todo é imóvel
- não há movimento - o ser e o nada - o um é o eterno e o ilimitado - o vazio é
o não ser - não há vir a ser - o que é sempre é - a unidade material - nada que
tem princípio é eterno ou infinito;
11. Empédocles
de Agrigento - 490-435 a .C.
- acmé em 450 a .C. - influenciado pelos
eleatas e os pitagóricos - duas forças na natureza: amor e ódio - há quatro
elementos originais: água, terra, fogo e ar - há geração e corrupção entre os
seres - defensor da democracia;
12. Filolau
de Cróton - acmé ao final do séc.
V - defensor da tirania - escreveu um livro sobre a doutrina pitagórica que foi
lido por Platão - a natureza é ordenada no cosmos com elementos limitados e
ilimitados, sem o número nada pode ser concebido ou conhecido;
13. Arquitas
de Tarento - 428-347 a .C.
- trouxe grandes desenvolvimentos à Matemática, Mecânica e Música - a
Aritmética é predominante em relação às outras ciências - ali aonde a Geometria
falha, a Aritmética apresenta demonstrações - a Aritmética expõe as formas, é a
ciência das formas;
14. Anaxágoras
de Clazômenas - 500-428 a .C.
- o arché é o Nous - viveu trinta anos em Atenas - é fundador da primeira escola
filosófica de Atenas - físico, matemático e astrônomo - descobertas
astronômicas diversas - por negar a divindade do sol e da lua é acusado na
Ágora de impiedade com os deuses - foge então com o auxílio de Péricles seu
protetor e discípulo - era conhecido pelo seu desprendimento frente ao mundo -
os princípios são infinitos - a multiplicidade é ilimitada - o ilimitado,
entretanto, não pode ser representado - em cada coisa há uma porção de cada
coisa - o espírito (Nous) é ilimitado
e autônomo - o Nous é a inteligência
universal que tem a verdade - o Nous
ao contrário das coisas não é limitado por nada;
15. Diógenes
de Apolônia - segunda metade do século V a.C. - arché é o ar - um elemento ilimitado e há mundos ilimitados e o
vazio ilimitado - a terra é esférica - contemporâneo de Anaxágoras - procura
explicar a multiplicidade das coisas - explica isso através daquilo que é
chamado de ar pelos homens - é o Deus que atinge tudo, dispõe de tudo e está em
tudo - deve-se partir no discurso do que é incontestável - todas as coisas são
a mesma coisa - essa mesma coisa se diferencia nas coisas - os homens e os
outros seres vivem da respiração do ar - o ar é para eles a alma e a
inteligência - uma coisa não participa dele da mesma forma que as outras coisas
-o ar é imóvel e é dele que nasce cada coisa, por condensação, rarefação ou
mudança de estado - faz também uma teoria fisiológica relativa à circulação do
sangue;
16. Leucipo
de Abdera - cerca 500 a .C.
- acmé 430 a .C. - contemporâneo de
Anaxágoras, dos Sofistas e de Sócrates - é considerado por Aristóteles o
criador da doutrina dos átomos - nada deriva do acaso, mas tudo de uma razão e
sob a necessidade - todas as coisas são ilimitadas e se transformam umas nas
outras - o universo é ilimitado com uma parte cheia e a outra vazia - os átomos
são os seus elementos - há nascimento do mundo, mas também perecimento e ruína
- o movimento é eterno -os átomos movem-se chocando-se mutuamente e
rechaçando-se uns aos outros - a alma é feita de fogo - a percepção e o
pensamento são modificações do corpo -;
17. Demócrito
de Abdera - cerca de 460-370
a .C. - bastante viajado - discípulo e sucessor de
Leucipo - é conhecido pela sua fecundidade (aprox. 90 obras ) e largo sorriso -
sistematizou a doutrina Atomista - a realidade é composta de átomos e de vazio
- a combinação dos átomos, que são infinitos em número e imperceptivelmente
pequenos, explica os fenômenos - com átomos se pode explicar também a percepção
e o conhecimento - escreve também sobre ética, política e educação.
OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS. Org. Gerd Bornheim. 5a. ed. São
Paulo: Cultrix, 1985.
OS PRÉ-SOCRÁTICOS. In: OS PENSADORES. Vol. 1, 1a. ed. São Paulo:
Abril Cultural, 1973.
Professor Daniel Adams
Boeira
Filosofia
Escola Estadual de Ensino
Médio Olindo Flores da Silva
São Leopoldo – Rio Grande do
Sul
2013 (elaborado sobre o
exemplar de 1997)
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