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quarta-feira, 20 de março de 2013

OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS: EDIÇÃO 2013 CORRIGIDA E ATUALIZADA


OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS

1. Tales de Mileto - 624-545 a.C. – acme em 28 de maio 585 a.C., com a previsão do eclipse solar – o primeiro filósofo da physis - o inventor do logos - arché é a água - há deuses em todas as coisas - a terra flutua sobre a água - participou da vida política e militar da sua cidade - solução de diversos problemas geométricos – viajou para o Egito – desenvolveu uma teoria para explicar as inundações do Nilo - Aristóteles o considera fundador da filosofia;

2. Anaximandro de Mileto - 610-546 a.C. - arché é o Ilimitado - discípulo e sucessor de Tales - dado que todas as coisas são geradas, limitadas e corruptíveis - a harmonia entre o Ilimitado (Apeiron) e os Limitados (peiras) é a Justiça - o real não tem origem num particular - o limitado não é a origem das coisas;

3. Anaxímenes de Mileto - 588-524 a.C. - arché é o ar - o ar é um elemento vivo - o ar constitui as coisas através da rarefação e da condensação - a condensação nos leva até a pedra, a rarefação até o ar - uma condensação progressiva leva ao vento, às nuvens, à água, a terra e finalmente à pedra - a lua recebe sua luz do sol;

4. Xenófanes de Colofão - 570-475 a.C. - o arché é a terra - contra o antropomorfismo dos deuses - só há um Deus - da terra e da água é gerado o homem - Deus é um, não gerado, eterno, imutável, imóvel - Deus é puro pensamento (nous);

5. Heráclito de Efeso - 535-475 a.C. -  acmé entre 504 e 500 a.C.- arché é o fogo ¬ abdicou aos direitos de participar do governo - oposição a Xenófanes - uma unidade fundamental de todas as coisas - o movimento é a luta entre os contrários - o cosmos é combate harmonioso entre os opostos - há movimento - há mudança - não se põe o pé duas vezes no mesmo rio - o ser e o vir a ser - a sabedoria humana pode ligar-se ao logos - o logos é a inteligência divina que governa o real - o Sol tem a largura de um pé humano - os sentidos enganam - as coisas mudam;

6. Parmênides de Eléia - 530-460 a.C. - arché é o éter - o ser é um - tudo é um - pós-pitagórico - a unidade formal - distinguir a verdade da opinião - o caminho da noite e o caminho do dia - fora do ser o não-ser nada é - o ser e o nada - pensar e ser é o mesmo - dois caminhos de investigação o do ser e o do não ser - o caminho do ser é o caminho da certeza e conduz à verdade - o caminho do não ser é imperscrutável - deve-se pensar o ser - definir o ser é encontrar a medida do pensar - “o congelamento”;

7. Zenão de Eléia - 490-430 a.C. - acmé entre 464/461 a.C. - tudo é um - é impossível demonstrar a multiplicidade das coisas - discípulo de Parmênides e defensor de sua doutrina - conspirou contra um tirano e foi morto - espírito polêmico - introduz o método da refutação indireta das teses dos seus adversários - isso se faz admitindo o que o adversário afirma e mostrando que isso leva à contradições - o resultado é a anulação da tese - esse recurso é designado também de redução ao absurdo - Aristóteles o considera fundador da dialética;

8. Pitágoras de Samos - 570-495 a. C. - acmé em 530 a.C. – o primeiro a usar o epíteto Filósofo para significar o que ele era ou fazia – diz-se filósofo não sábio, porque buscava a sabedoria -  o número é a medida de todas as coisas - Esoterismo - Ascetismo - doutrina da transmigração das almas - a Harmonia do mundo - a medida do número é o primeiro princípio - o número ( a medida) é a causa da relação em harmonia das coisas;

9. Alcméon de Cróton - acmé início sec. V a.C. - discípulo de Pitágoras - a imortalidade da alma - médico - usa a tábua dos contrários de Pitágoras - examina os corpos vivos - pois das coisas divinas e das coisas mortais só os deuses tem um conhecimento certo, aos homens é permitido apenas conjecturar - os homens distinguem-se dos demais seres ( como os animais) porque, além de perceber, compreendem - construção de hipóteses e conjecturas - enfrenta o problema dos enganos dos sentidos e da percepção - podemos abordar a multiplicidade das coisas separando-as em pares - os homens morrem porque não conseguem unir o princípio ao fim;

10. Melisso de Samos - acmé em 441 a.C. – da Escola Eleata - filósofo e político - é o comandante que derrota a esquadra ateniense - também polêmico e defensor de Parmênides - o todo é imóvel - não há movimento - o ser e o nada - o um é o eterno e o ilimitado - o vazio é o não ser - não há vir a ser - o que é sempre é - a unidade material - nada que tem princípio é eterno ou infinito;

11. Empédocles de Agrigento - 490-435 a.C. - acmé em 450 a.C. - influenciado pelos eleatas e os pitagóricos - duas forças na natureza: amor e ódio - há quatro elementos originais: água, terra, fogo e ar - há geração e corrupção entre os seres - defensor da democracia;

12. Filolau de Cróton - acmé ao final do séc. V - defensor da tirania - escreveu um livro sobre a doutrina pitagórica que foi lido por Platão - a natureza é ordenada no cosmos com elementos limitados e ilimitados, sem o número nada pode ser concebido ou conhecido;

13. Arquitas de Tarento - 428-347 a.C. - trouxe grandes desenvolvimentos à Matemática, Mecânica e Música - a Aritmética é predominante em relação às outras ciências - ali aonde a Geometria falha, a Aritmética apresenta demonstrações - a Aritmética expõe as formas, é a ciência das formas;

14. Anaxágoras de Clazômenas - 500-428 a.C. - o arché é o Nous - viveu trinta anos em Atenas - é fundador da primeira escola filosófica de Atenas - físico, matemático e astrônomo - descobertas astronômicas diversas - por negar a divindade do sol e da lua é acusado na Ágora de impiedade com os deuses - foge então com o auxílio de Péricles seu protetor e discípulo - era conhecido pelo seu desprendimento frente ao mundo - os princípios são infinitos - a multiplicidade é ilimitada - o ilimitado, entretanto, não pode ser representado - em cada coisa há uma porção de cada coisa - o espírito (Nous) é ilimitado e autônomo - o Nous é a inteligência universal que tem a verdade - o Nous ao contrário das coisas não é limitado por nada;

15. Diógenes de Apolônia - segunda metade do século V a.C. - arché é o ar - um elemento ilimitado e há mundos ilimitados e o vazio ilimitado - a terra é esférica - contemporâneo de Anaxágoras - procura explicar a multiplicidade das coisas - explica isso através daquilo que é chamado de ar pelos homens - é o Deus que atinge tudo, dispõe de tudo e está em tudo - deve-se partir no discurso do que é incontestável - todas as coisas são a mesma coisa - essa mesma coisa se diferencia nas coisas - os homens e os outros seres vivem da respiração do ar - o ar é para eles a alma e a inteligência - uma coisa não participa dele da mesma forma que as outras coisas -o ar é imóvel e é dele que nasce cada coisa, por condensação, rarefação ou mudança de estado - faz também uma teoria fisiológica relativa à circulação do sangue;

16. Leucipo de Abdera - cerca 500 a.C. - acmé 430 a.C. - contemporâneo de Anaxágoras, dos Sofistas e de Sócrates - é considerado por Aristóteles o criador da doutrina dos átomos - nada deriva do acaso, mas tudo de uma razão e sob a necessidade - todas as coisas são ilimitadas e se transformam umas nas outras - o universo é ilimitado com uma parte cheia e a outra vazia - os átomos são os seus elementos - há nascimento do mundo, mas também perecimento e ruína - o movimento é eterno -os átomos movem-se chocando-se mutuamente e rechaçando-se uns aos outros - a alma é feita de fogo - a percepção e o pensamento são modificações do corpo -;

17. Demócrito de Abdera - cerca de 460-370 a.C. - bastante viajado - discípulo e sucessor de Leucipo - é conhecido pela sua fecundidade (aprox. 90 obras ) e largo sorriso - sistematizou a doutrina Atomista - a realidade é composta de átomos e de vazio - a combinação dos átomos, que são infinitos em número e imperceptivelmente pequenos, explica os fenômenos - com átomos se pode explicar também a percepção e o conhecimento - escreve também sobre ética, política e educação.

OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS. Org. Gerd Bornheim. 5a. ed. São Paulo: Cultrix, 1985.
OS PRÉ-SOCRÁTICOS. In: OS PENSADORES. Vol. 1, 1a. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

Professor Daniel Adams Boeira
Filosofia
Escola Estadual de Ensino Médio Olindo Flores da Silva
São Leopoldo – Rio Grande do Sul
2013 (elaborado sobre o exemplar de 1997)


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