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quarta-feira, 11 de maio de 2016

EDUCAÇÃO E POLÍTICA: MINHA ENTREVISTA COMPLETA PARA A REVISTA DA ADUNISINOS

Nome completo: Daniel Adams Boeira

Idade: 51 anos

Formação: Licenciatura Plena e Bacharelado em Filosofia pela UFRGS (1989-1993)

Professor estadual concursado em Filosofia e História

Leciono na Escola Estadual de Ensino Médio Olindo Flores da Silva

Bairro Scharlau – São Leopoldo





Enquanto professor de escola pública, como você percebe o papel do professor na formação do pensamento político dos alunos?

Na condição de professor da área de ciências humanas, vejo como fundamental que os educadores de minha área coordenem e estimulem debates políticos, em colaboração e diálogo com os demais educadores, e tratem de forma bem franca, científica e democrática o tema da política e da realidade política nacional em todos os seus aspectos, pois podem promover o amadurecimento, engajamento ou não e também fornecer elementos para os jovens ou adultos, alunos e alunas avaliarem e interpretarem ao seu modo e com liberdade as questões políticas com seriedade, responsabilidade e clareza. Tratar temas da política e do pensamento político em sala de aula com clareza, baseado nos livros didáticos e fazendo referência às concepções em disputa, às informações disponíveis e acessíveis e as demais e às diversas posições em debate me parece ser o papel dos professores na formação do pensamento político autônomo dos alunos.

Qual a importância que você atribui as discussões sobre política em sala de aula, suas atividades em sala permitem essa interação?

Elevada importância. Os conteúdos e objetivos curriculares das disciplinas da nossa área (história, geografia, filosofia, sociologia e ensino religioso), incluem em todos os casos relações com acontecimentos do tempo atual, da vida cotidiana dos alunos e da realidade política, econômica, cultural e religiosa que a nossa sociedade vive. Neste sentido, em situações de agitação política, movimento político e ou processos políticos nossas aulas adquirem papel importante em abrir o debate, orientar para as pesquisas de fontes de conhecimento e informações e em procurar quando não é possível consenso promover alguma forma de dissenso respeitoso e racional, argumentado e civilizado.

Você representa Cpers/Ceprol? Como avalia a importância da articulação do movimento pró-democracia nas demais entidades civis?

Sou associado ao Cpers e na última reunião do conselho regional de representantes formamos o Comitê do 14º Núcleo do Cpers em Defesa da Democracia, neste compomos o comitê e fui autorizado a representar o nosso núcleo no comitê municipal de São Leopoldo – no qual havia me engajado primeiramente como cidadão e militante social - e se necessário regional para tratar deste tema. Trataremos de fortalecer mais ainda esta representação e a atuação do comitê na próxima assembléia regional e vamos estimular a formação de comitês em todas as cidades de abrangência do núcleo e se possível em muitas escolas. Indicamos também nossa representante no comitê de Novo Hamburgo. Vejo como muito importante porque percebo também que este momento de crise da democracia brasileira, de confronto político e também de acirramento de rivalidades pode ser superado por mais organização na sociedade, pela construção de mais diálogo e de propostas para a superação da crise e por mais debates na sociedade de tal modo a se encarar os problemas e buscar soluções coletivas e democráticas para eles, com respeito às diferenças e um tratamento orientado por princípios de justiça, respeito à lei e defesa das prerrogativas constitucionais dos cidadãos e de seus direitos. Vejo como importante também porque será possível se conformar um novo pacto nacional a partir de uma grande rede de comitês, bons debates e da construção de uma agenda para a superação da crise política e econômica. Portanto, identifico que todas as entidades civis que estimularem estes debates e a formulação de posições bem como tomada de posição em defesa da democracia vão contribuir para a superação dos atuais impasses e da atual crise institucional.


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