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quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

TENTANDO DAR SENTIDO E VALOR ÀS NOSSAS VIDAS

 

Cada um de nós, especialmente aqui, dos que nos lêem nessas digressões filosóficas e humanas, demasiadamente e simplesmente humanas, está tentando dar sentido às suas vidas, às pequenas e às grandes coisas que nos ocupam.

Nossos trabalhos, nossas leituras, nossas anotações, nossas relações, nossos discursos e narrativas e nossas ações, enfim, nossos gestos e palavras são para nós a única forma de fazer isso. E me parece que não há nada mais digno do que isso e nem nada mais difícil do que isso, quando o mundo à nossa volta parece estar forra dos gonzos e girando sem sentido algum, muitas pessoas à nossa volta nos assombram porque parecem não ter um sentido e um sentimento comum.

Abrimos um aplicativo, lemos uma notícia, olhamos para o lado, para a nossa frente e também para o presente e o futuro e parece que o sentido desmorona, parece que o sentido está sendo destruído perversamente e com brutalidades intoleráveis e insuportáveis. O sentido, nessa percepção do mundo, procura nos escapar como se dissesse aqui não, aqui não é mais possível, aqui não dá ou aqui falta muita coisa para um simples e singelo sentido, sentimento ou sensibilidade.

Nossa busca de sentido se choca o tempo todo ou no mais das vezes com uma brutalidade mundana que nos violenta e nos agride.

Sinto como se o Mito de Sísifo fosse encenado e reencenado até mesmo nas pequenas coisas, nos detalhes e em contatos mesmo que rápidos com outros. E, eis que então, volto a um esforço de extrema boa vontade para dar sentido e fazer sentido, apesar de tudo.

Muitas vezes falamos em resistência e resiliência e parece mesmo que tentar dar sentido a tudo isso é um grande combate, até mesmo contra si mesmo e seus próprios sentimentos.

Mas a gente consegue, e quando consegue o sentido nos fortalece e nos inspira em continuar, por mais difícil e mesmo pequeno que ele pareça. Um pequeno sentido vale, enfim muito mais que toda grande desolação ou sofrimento que nos toca, que vivenciamos ou testemunhamos dolorosamente e pesarosamente.

E assim, por mais perigosa que pareça toda essa situação, por maior que seja a desesperança, persistimos, não desistimos e prosseguimos, com uma vela acesa a iluminar cada pequeno sentido conquistado diariamente que acaba nos dando força e luz para atingir o próximo em seu coração e sua mente.

Parece ser preciso repetir a todo enfrentamento e desalento esse ato de persistência e determinação em dar sentido a algo apesar do caos e do ranger dos gonzos desse mundo que nos ensurdece e nos obriga a cantar no tom apesar de toda a perturbação.

E conseguimos, persistimos mais uma vez e de novo tentando dar sentido, como nessa luta com as palavras, como um tapete que precisa sempre ser refeito para se escapar de todo mal e de toda a perdição que nos ronda e nos cerca nesses dias de tempos tão sombrios e tristes.

E quando encontramos esse sentido que nos faz tecer mais uma linha ou ligação entre o passado e o futuro, nesse presente, nos levantamos e sobrevivemos ajudando mais e mais amigos e amigas como nós a andar nesse vale de lágrimas e apoiar aqueles que precisam uma gota de orvalho para saciar a sede pelo sentido e por um bom sentimento.

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