"O homem não pode querer, a menos que tenha compreendido primeiro que não pode contar com nada além de si mesmo: que está sozinho, deixado sozinho na terra no meio das suas infinitas responsabilidades, sem ajuda nem socorro, sem outro objetivo senão aquele que ele irá definir r ele mesmo, sem não outro destino, mas aquele que ele irá forjar nesta terra. É essa certeza, essa compreensão intuitiva da sua situação, que chamamos desespero. Pode ver que não é um frenesim romântico fino, mas a consciência afiada e lúcida da condição humana. Assim como a angústia é indistinguível de um sentido de responsabilidade, o desespero é inseparável da vontade. Com o desespero, o verdadeiro otimismo começa: o otimismo do homem que nada espera, que sabe que não tem direitos e nada lhe chega, que se alegra em contar somente consigo mesmo e em agir sozinho para o bem de todos."
Livro: Os Escritos de Jean-Paul Sartre.
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