SÃO PAULO MERECE ATENÇÃO E
REFORÇO NA QUARENTENA: URGENTE!
São Paulo é desde o início da
Pandemia Global de Covid-19 (Cov-Sars II ou Coronavírus) e do processo
desafiador de responder a ela, o maior epicentro e polo de contágio e
disseminação do Coronavírus no Brasil. Lá ocorreu o primeiro óbito e lá também
tivemos ocorrências arrasadoras, como o óbito de 80 idosos contagiados, numa
única clínica hospital particular.
Durante um bom período - ou por
muitas semanas - foi São Paulo o estado e a capital, onde tinham mais de 50%
dos casos e óbitos do Brasil. Isso mudou, porém, mudou porque o vírus se
disseminou e se avulta em mais dois grandes polos no Brasil e em outras
capitais quase de forma linear à densidade demográfica - Manaus e Fortaleza que
já estão com seus sistemas de saúde colapsados, mas isso não pode ser
negligenciado porque aquilo que os dados apontam, indica que a letalidade em
São Paulo já aumenta 7,1% nos dados de ontem.
Ainda, segundo os dados de ontem:
SP tem 13.894 casos de Covd-19 (37,96% do total do Brasil, 36.599) e 991 óbitos
(42,22% do total do Brasil, 2.347.)
Devido a extrema densidade
demográfica dessa Megalópole Global, a tendência é que mesmo com um grande esforço
da população em cumprir isolamento o vírus já seja muito perigoso e de alta
letalidade. Porém, não cumprindo o isolamento o que divisamos no horizonte é
uma gigantesca tragédia.
Fortaleza, devo anotar aqui, o
outro epicentro de irradiação e de alto impacto do Coronavírus, é a capital
brasileira com maior densidade demográfica, segundo os dados do Censo de 2010.
Já Manaus, capital do estado do
Amazonas, está nesta lista e é um polo ou epicentro de irradiação do
Coronavírus, por ser centro regional com densidade média, mas por ser também
centro turístico e econômico, além de possuir uma precária estrutura de saúde,
o que explica o pioneirismo no colapso do seu sistema de saúde.
ISOLAMENTO, SISTEMA DE SAÚDE E A
INFANTARIA DESSA GUERRA
Todos sabem, mas vale repetir,
que a razão de ser da estratégia de isolamento, quarentena ou distanciamento
social, é evitar o colapso dos sistemas de saúde de tal modo que se agrave a
letalidade e a mortalidade de pacientes de Coronavírus sem leitos em
enfermarias e UTIs, como ocorreu em outros países e que levou também a óbitos
de pacientes com outras enfermidades e por outros agravos que não recebem
atendimento e tratamento adequado.
A dimensão mais dolorosa, porém,
do Colapso dos Sistemas de Saúde aparece quando começam a faltar profissionais
de saúde para o atendimento dos pacientes de Coronavírus ou outras doenças. E
isso começa a acontecer por afastamentos em virtude de fazerem parte dos grupos
de risco, serem contagiados ou por óbitos. Por isso, preferi publicar essa
análise com a atual imagem.
As guerras modernas dispensam em
parte o uso intenso de infantaria, mas numa Guerra contra uma Pandemia Global
não há recurso mais importante do que os recursos humanos que devem ser
preservados, protegidos, preparados e reforçados ao máximo. Assim, além dos
insumos, EPIs de Máscaras, Luvas, Aventais e Calçados, Equipamentos, Leitos de
Enfermaria e UTIs com respiradouros, é com essa grandiosa infantaria que
envolve desde a portaria e a segurança de uma unidade de saúde, seja ela Posto,
UPA ou Hospital, passando pela equipe de higienização e limpeza, cozinheiras,
funcionárias e funcionários da lavanderia, da farmácia, da manutenção,
motoristas, socorristas, técnicas de enfermagem, enfermeiras, médicos e todo o
pessoal administrativo também. Faço essa menção como homenagem, mas também para
apontar os serviços e os espaços de voluntariado possível, no intuito de
reforçar esse grande exército de infantaria que é crucial nessa Guerra.
SÃO PAULO: A AMEAÇA DE COLAPSO E
O BOICOTE
Porém, o Sistema de Saúde de São
Paulo ainda não colapsou devido a extrema força econômica do estado e ao
esforço dos gestores públicos que respondem da melhor forma possível à
Pandemia. Mas a capital e o estado encontram-se no limiar desse terrível
Colapso.
São Paulo possui as maiores
aglomerações urbanas do mundo. Tem bolsões de pobreza e muitos vulneráveis. E é
a segunda cidade com maior densidade demográfica, segundo os dados do Censo de
2010 do IBGE. (É bom lembrar aqui que o Censo de 2020 foi adiado e quase foi
negligenciado completamente pelo governo federal.)
Além disso, é um centro econômico
global e estratégico do Brasil. Não adianta negar isso ou não gostar disso,
todos nós brasileiros e brasileiras devemos reconhecer a importância de São
Paulo - estado e capital. E, portanto, devemos clamar e muito para que São
Paulo receba atenção maior, haja visto que não adianta falar em Empregos,
Economia ou Recuperação Econômica do Brasil, e não contribuir para que São
Paulo reduza ao máximo o impacto da Pandemia Global na sua população. É uma
retórica política vazia e irresponsável a do Presidente que tem gastado mais
energia para conflitar com o Governador de São Paulo, do que efetivamente
contribuir para oferecer condições de garantir a sustentabilidade econômica
desse estado e reforçar as medidas de isolamento.
Com esse franco boicote dos
bolsonaristas e do próprio presidente Bolsonaro, a tendência é que a situação
de São Paulo piore e muito.
Ver João Dória e Bruno Covas
fazerem, com apoio de setores importantes da paulistéia, um esforço descomunal
para tentar salvar a população e sofrendo a oposição desses irresponsáveis é
uma das imagens mais tristes do Coronavírus no Brasil.
Por fim, espero que minha
exposição ajude também aqueles que estão tentando flexibilizar o isolamento a
compreenderem que tal medida é uma facada nas costas da infantaria crucial
nessa Guerra, mas que é também um ato que agrava e muito a possibilidade do
maior estado, da maior economia e do maior contingente de brasileiros sobreviverem
a essa Pandemia e contribuírem para a recuperação econômica pós Coronavírus.
Obs.: São Leopoldo, o lugar de
onde falo agora, com seu Prefeito e parte considerável da sociedade civil tenta
resistir ao máximo às Carreatas da Morte, aos Covardes e Arregões, e à pressão
econômica, porque sabe que não há como recuperar a economia, caso ocorra um
Colapso do seu sistema de saúde a as mortes e óbitos por coronavírus atinjam
amplos setores do seu tecido social e de sua população. Guardadas as devidas
proporções, São Leopoldo pode sim reduzir o Impacto da Pandemia Global de
Coronavírus, porém, não é uma ilha e precisa muito que as cidades vizinhas
também respeitem a estratégia decisiva nessa guerra. O isolamento não é uma
opção ou um objeto de escolha caprichosa e ideológica de um prefeito ou
governador, mas a única medida necessária e decisiva para impedir o colapso do
sistema de saúde e em consequência também o colapso e a derrocada das condições
econômicas da sociedade.
Obrigado!
#FiquemEmCasa
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