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domingo, 5 de abril de 2020

A RAINHA DA INGLATERRA E BOLSONARO


 A RAINHA DA INGLATERRA E BOLSONARO



Muita gente gosta de usar "Rainha da Inglaterra" para exemplificar ou simbolizar alguém que possui um cargo decorativo que é simplesmente simbólico ou que só tem cadeira ou trono e não faz nada ou não significa nada. Bem, creio que é necessário graduar essa avaliação ou esse simplismo que se baseia apenas nas aparências ou nas parcas dimensões de avaliação dos fatos.

Na série The Crown (A Coroa), tomamos conhecimento de uma certa narrativa da história e do papel da Rainha Elizabeth II, na Inglaterra ou no Reino Unido, nos últimos 50 a 70 anos. Não é muito difícil perceber a dimensão laudatória da Rainha na série. Mas é possível também perceber as nuances da personagem, suas ações e decisões e o seu drama em ser a Rainha que não queria ser Rainha, mas que está sendo há 70 anos, sem prejuízos à nação e sem maiores problemas de conduta ou de postura.

A parte que mais me chamou atenção na série e que pode ser cotejada aos fatos um dia, porque envolve um aspecto da biografia e das limitações de formação dela, é essa espécie de confissão de ignorância ou não erudição da Rainha. Pode ser apenas uma forma de criar certa identificação e empatia entre o inglês e a inglesa comuns com sua majestade, mas para mim é muito mais do que isso. E serve de grande lição – nos tempos atuais – para aqueles que tem assento em algum poder, mas que não possuem uma extraordinária ou vasta erudição ou mesmo uma excelente formação superior. Ainda que não apareçam muitos momentos de consulta de sua majestade aos eruditos ou aos universitários. De fato não lembro de ter visto algum momento desses, devemos considerar que, na maior parte dos casos, ela recebe em sua caixinha vermelha de despachos, informações estratégicas para ler e analisar e, eventualmente aconselhar aos primeiros ministros.

Porém, uma Rainha da Inglaterra meramente decorativa ela não é, tal como é hoje o Presidente Mínimo e Isolado Bolsonaro, com bem menos poderes que a própria Rainha e, como essa comparação é muito ruim, com nenhuma estatura ou responsabilidade comparável a de uma Rainha da Inglaterra. Esse cara deve sequer ler a caixinha de despachos direito.

Como ele possui seu próprio Gabinete do Ódio, apelido que foi dado ao Circle of Evils, que é justamente avesso à orientações da ciência, da cultura e da boa educação, que consulta muito mais o demônio do Steve Bannon e que justamente funciona como uma barreira de fanáticos ao bom senso e a sensatez, eles fazem com que nesses tempos difíceis ele erre cada vez mais, persista cada vez mais no erro e se comporte de forma cada vez mais incorrigível. Isso explica a persistência no erro desse cara que ocupa a cadeira de presidente hoje e também explica ou deixa muita clara que não há hipótese alguma dele tomar um curso novo, ou de mais correção no exercício do poder em seu mandato.

E, sendo assim, é claro que a dimensão mais pueril desse símbolo, ou simplória e apressada, nos adverte rapidamente que a sua opinião ou atuação deve perder créditos junto à opinião pública todos os dias e é isso que tem ocorrido.

Assim, basicamente, por não levar em nenhuma consideração aquilo que os mais sábios, mais eruditos ou mais preparados lhe informam e lhe aconselham e muito menos possuir a consciência de seus próprios limites de conhecimento para acolher um bom conselho ou ter boa vontade, ele prossegue fazendo e dizendo besteiras a granel. Desse modo, este irresponsável, miserável e criminoso, dá pouca atenção mesmo aos diversos sinais e alertas de prudência daqueles que não estão como ele e seu Gabinete do Ódio, deslumbrados com o poder ou acreditando, ufanados, que são grandes coisas porque ganharam uma eleição ou um cargo importante com um festival de Fake News e com um engodo sistemático e deletério de uma parte considerável dos eleitores e eleitoras brasileiros.

E, curiosamente, já aparecem claramente outras figuras no governo que contrariam essa postura irresponsável e se enquadram nesses casos políticos, juízes e militares de longa e profissional carreira no serviço público. Seja qual for a crítica que podemos expressar a eles - por diferenças ideológicas ou de competência, é na consciência subjetiva e histórica de cada um deles e de suas próprias experiências que se impõe esse isolamento e condição miserável desse presidente Bolsonaro. Podem não expressar isso, mas todos sabem que esse miserável passa a figurar na história como paradigma máximo de um presidente decorativo e inútil

Então, esse coitado não chega nem perto dos pés de uma Rainha da Inglaterra. Pois essa ainda tem um trono bem estável, serenidade e humildade, longevidade e sabedoria para reinar. Já esse traste se transformou em um móvel velho e abandonado que está todo corroído pelos cupins da vaidade e tolice e que logo mais - assim que passar o pior desse momento - vai parar e acabar no fogo e não fará falta alguma para o povo e o país.

Podem ter certeza que não haverão lamentações e nem sequer um cortejo fúnebre para esse criminoso irresponsável. Não há perdão para traidores e covardes.

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