A RAINHA DA INGLATERRA E BOLSONARO
Muita gente gosta de usar
"Rainha da Inglaterra" para exemplificar ou simbolizar alguém que
possui um cargo decorativo que é simplesmente simbólico ou que só tem cadeira
ou trono e não faz nada ou não significa nada. Bem, creio que é necessário
graduar essa avaliação ou esse simplismo que se baseia apenas nas aparências ou
nas parcas dimensões de avaliação dos fatos.
Na série The Crown (A Coroa),
tomamos conhecimento de uma certa narrativa da história e do papel da Rainha
Elizabeth II, na Inglaterra ou no Reino Unido, nos últimos 50 a 70 anos. Não é
muito difícil perceber a dimensão laudatória da Rainha na série. Mas é possível
também perceber as nuances da personagem, suas ações e decisões e o seu drama
em ser a Rainha que não queria ser Rainha, mas que está sendo há 70 anos, sem
prejuízos à nação e sem maiores problemas de conduta ou de postura.
A parte que mais me chamou
atenção na série e que pode ser cotejada aos fatos um dia, porque envolve um
aspecto da biografia e das limitações de formação dela, é essa espécie de
confissão de ignorância ou não erudição da Rainha. Pode ser apenas uma forma de
criar certa identificação e empatia entre o inglês e a inglesa comuns com sua
majestade, mas para mim é muito mais do que isso. E serve de grande lição – nos
tempos atuais – para aqueles que tem assento em algum poder, mas que não
possuem uma extraordinária ou vasta erudição ou mesmo uma excelente formação
superior. Ainda que não apareçam muitos momentos de consulta de sua majestade
aos eruditos ou aos universitários. De fato não lembro de ter visto algum momento
desses, devemos considerar que, na maior parte dos casos, ela recebe em sua
caixinha vermelha de despachos, informações estratégicas para ler e analisar e,
eventualmente aconselhar aos primeiros ministros.
Porém, uma Rainha da Inglaterra
meramente decorativa ela não é, tal como é hoje o Presidente Mínimo e Isolado
Bolsonaro, com bem menos poderes que a própria Rainha e, como essa comparação é
muito ruim, com nenhuma estatura ou responsabilidade comparável a de uma Rainha
da Inglaterra. Esse cara deve sequer ler a caixinha de despachos direito.
Como ele possui seu próprio
Gabinete do Ódio, apelido que foi dado ao Circle of Evils, que é justamente
avesso à orientações da ciência, da cultura e da boa educação, que consulta
muito mais o demônio do Steve Bannon e que justamente funciona como uma
barreira de fanáticos ao bom senso e a sensatez, eles fazem com que nesses
tempos difíceis ele erre cada vez mais, persista cada vez mais no erro e se
comporte de forma cada vez mais incorrigível. Isso explica a persistência no
erro desse cara que ocupa a cadeira de presidente hoje e também explica ou
deixa muita clara que não há hipótese alguma dele tomar um curso novo, ou de
mais correção no exercício do poder em seu mandato.
E, sendo assim, é claro que a
dimensão mais pueril desse símbolo, ou simplória e apressada, nos adverte
rapidamente que a sua opinião ou atuação deve perder créditos junto à opinião
pública todos os dias e é isso que tem ocorrido.
Assim, basicamente, por não levar
em nenhuma consideração aquilo que os mais sábios, mais eruditos ou mais
preparados lhe informam e lhe aconselham e muito menos possuir a consciência de
seus próprios limites de conhecimento para acolher um bom conselho ou ter boa
vontade, ele prossegue fazendo e dizendo besteiras a granel. Desse modo, este
irresponsável, miserável e criminoso, dá pouca atenção mesmo aos diversos
sinais e alertas de prudência daqueles que não estão como ele e seu Gabinete do
Ódio, deslumbrados com o poder ou acreditando, ufanados, que são grandes coisas
porque ganharam uma eleição ou um cargo importante com um festival de Fake News
e com um engodo sistemático e deletério de uma parte considerável dos eleitores
e eleitoras brasileiros.
E, curiosamente, já aparecem
claramente outras figuras no governo que contrariam essa postura irresponsável
e se enquadram nesses casos políticos, juízes e militares de longa e
profissional carreira no serviço público. Seja qual for a crítica que podemos expressar
a eles - por diferenças ideológicas ou de competência, é na consciência
subjetiva e histórica de cada um deles e de suas próprias experiências que se
impõe esse isolamento e condição miserável desse presidente Bolsonaro. Podem
não expressar isso, mas todos sabem que esse miserável passa a figurar na
história como paradigma máximo de um presidente decorativo e inútil
Então, esse coitado não chega nem
perto dos pés de uma Rainha da Inglaterra. Pois essa ainda tem um trono bem
estável, serenidade e humildade, longevidade e sabedoria para reinar. Já esse
traste se transformou em um móvel velho e abandonado que está todo corroído
pelos cupins da vaidade e tolice e que logo mais - assim que passar o pior
desse momento - vai parar e acabar no fogo e não fará falta alguma para o povo
e o país.
Podem ter certeza que não haverão
lamentações e nem sequer um cortejo fúnebre para esse criminoso irresponsável.
Não há perdão para traidores e covardes.
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