Com todo respeito à diferença de
opinião. O problema da credibilidade do Brasil não é a Dilma. Não é a
credibilidade de um presidente que afasta investimentos. Presidentes piores que
ela e menos honestos que ela foram incensados por investidores. A banca joga no
risco. Nós temos problemas de credibilidade sim no Brasil em relação à diversas
instituições. A começar pela Imprensa, passa-se ao Judiciário, passa-se ao
Legislativo e mesmo a ciência brasileira - em diversas áreas - que não é um
sujeito unitário, mas sim uma grande federação de especializações e doutrinas,
que não é um sistema articulado, mas que é tão fragmentado quanto alguns
partidos políticos tem também problema de credibilidade. Não deve ser
considerado um problema ordinário o que ocorre hoje no congresso nacional, por
exemplo, em relação à reforma política e ao ajuste fiscal.
E nós não vamos aumentar nossa
credibilidade fazendo sacrifícios mensais, trimestrais, semestrais, anuais ou
decenais de uma vaquinha ali e outra aqui. Ao contrário, é preciso corrigir
muitas condutas, começar a vetar certos pleitos corporativos e também fazer a
sociedade e o empresariado nacional assumirem a responsabilidade por este país
efetivamente. Sobre o Congresso e sua gestão política resta perguntar que
gestão política é esta que é pedida? Esta é a boa? Convenhamos...por fim,
deveria dizer com muito carinho que a oposição precisa dizer quando alega que a
política precisa mudar qual é a sua
proposta de política econômica. Não é
com a alegada moralidade do PSDB que vai se promover um efetivo combate a
corrupção. Convenhamos que quem bate records nisto de corrupção não apurada,
não noticiada e abafada, pouco pode oferecer aqui. Os reis da impunidade
deveriam descer dos seus pedestais tirar a fantasia de vestais e começarem a
limpar seus próprios erros.
É a BOLHA ESPECULATIVA, que foi
gerada a partir da crise do petróleo. Os bancos funcionam como salvaguardas ao
risco, porém, também tem suas políticas de risco que são negligenciadas pela
maior parte dos investidores. Aqui, os bancos acabaram virando garantidores e
achacadores dos estados e é assim que as dívidas públicas são trocadas e exploradas. A Grécia é vítima disto. E o
Brasil lida com este processo que envolve a submissão da soberania nacional a
interesses financeiros e rentistas. Aqui voltamos ao tema da autonomia do banco
central. Na interpretação de alguns Joaquim Levi está ali como fiador da banca,
porém ele me parece mais um fiador da política para a banca. O Brasil não
merece sofrer o que está sofrendo que é um ataque especulativo atrás do outro
reforçado pela oposição que no país tem atuado a qualquer preço contra os
interesses nacionais. Isso a parece em relação à Petrobras e mesmo contra as
demais empresas nacionais.
E a credibilidade não aumenta um
milimetro com instabilidade política e com um governo golpista. Itamar Franco
poderia ter todos os defeitos, mas não foi golpista e mesmo assim a
credibilidade brasileira não retornou com ele. Temer merece mais respeito,
porém não podemos dizer que terá mais credibilidade que a Dilma com o congresso
no seu atual estado de coisas. Não se resolve acrise com mais crise ou com o
caos. O Gianetti pode viajar para NY se as coisas piorarem aqui. E outros podem
ir para Miami por uns tempos. Eu e meus concidadãos não.
Agradeço também, porque è a
primeira vez que comento uma postagem de alguém do PSDB e que aceita o bom debate de ideias. Penso, que o Gianetti merece
respeito sim, gosto da obra mais filosófica dele, mas a história tem mostrado que
muitos intelectuais muito bons embarcam em erros de natureza política com
razoável facilidade. Então, eu te diria que gosto de seguir uma regra que
aprendi nos idos de 1991, vá com calma, alegro ma non troppo, porque os lobos
nunca estão só de um lado do bosque. E ninguém deveria ser mais prudente em
juízos políticos do que os intelectuais. Ser sério deveria nos afastar de
medidas drásticas e absolutas, Não existe mágica neste terreno a história não é
um processo que se faz no subjetivo.E sabemos que podemos estar errados e sob
este acordo podemos dialogar sem extremismos, nem excessivas paixões cognitivas
ou morais.
Nesse sentido a estabilidade
democrática e institucional é o suporte mais importante para a mudança que
todos nós queremos.
Nós temos discordância quanto as
causas do mal. Eu tenho confiança nela e não é uma confiança acrítica ou
ingênua. As instituições precisam trabalhar mais e melhor. E quanto à profecia
eu creio que o aperto passa até as eleições municipais. Mas isto é uma crença e
tem tanto valor cognitivo quanto o seu contrário. Quanto ao Congresso espero
que seja corrigido, mas sei que é um processo. O radicalismo de direita,
anti-político e o desespero de alguns insuflados por um excessivo terrorismo
midiático fez isto que está ali. Se tivermos acordo de que o resultado dos que
cevaram na direção contrária ao governo foi pior do que o problema do governo
já é um grande passo. E podes crer que é pior...
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,analise-cenario-provavel-para-o-brasil-e-de-quatro-anos-em-recessao,1727269
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