SIMONE DE BEAUVOIR - quer saber mesmo o que eu penso? Eu gosto dela.
Gosto das ideias dela e da forma como ela as apresenta. Gosto que ela usa as ideias com uma certa clareza e finesse, mas que vai sempre indo direto no ponto.
Eu não diria que ela é menos filósofa que Sartre, nem menos importante. Da mesma forma que quando leio Hannah Arendt, não vejo nela um filósofa menor que Heidegger, ainda que para mim Heidegger seja um verdadeiro gigante - com todos os riscos que toda forma de grandeza acarreta.
Penso também nesta condição feminina na filosofia. Uma coisa que parece colocar sempre a mulher ou o feminino na lateral dos combates. Não sei se uma figura ou metáfora cai bem aqui.
Penso que não, mas me vem a calhar que a guerra, a meia guerra só é vivida nas laterais da história. E não me parece que Simone ou Hannah tenham vivido meias guerras. A verdadeira guerra também ocorre dentro de nós mesmos. E a consciência disso as vezes nos suaviza e as vezes nos enfurece.
Nenhuma filosofia que presta sobrevive ao engano. No entanto, ainda que alguns vejam nela uma moda, portanto, é a mesma coisa que dizer que é um engano passageiro, para mim o pensamento de Simone me parece vivo, presente, ativo.
Posso estar enganado, sim, sempre posso estar enganado, mas creio que deveríamos olhar com mais atenção para estes fenômenos das mulheres na filosofia do século XX. Na maior latitude possível.
O que inclui aqui Rosa de Luxemburgo, Simone Weil, Susan Sontag e também algumas que ficam nas áreas de fronteira entre a literatura e a filosofia, a história, a antropologia e mesmo em ciências exatas e biológicas. Afinal, são sim obras do pensamento...pausa... veja este vídeo entrevista e pense por si mesmo:1959 - INTERVIEW FOR SIMONE DE BEUAVOIR
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