A Praça do Imigrante fica
situada na primeira quadra à direita da Rua Independência, antiga Rua do Passo
ou Rua Grande. O local é destinado a ser praça desde a primeira planta de
traçados das ruas da cidade de 1833, feita por Tito Lívio Zambeccari.
Em !923, o intendente
Mansueto Bernardi (ex-interventor, eleito Intendente pelo PRR), seu adjunto
Frederico Wolfenbuttel, e os conselheiros do município, em especial destaque o Dr.
Arthur Ebling (que será prefeito em 1946) que apôs diversas sugestões. Em
discussão eles propuseram comemorar o Centenário da Imigração Alemã. A partir
disto foi fixada a fonte de receitas e então, no ensejo das comemorações, foi
construída a praça que vemos hoje entre 1924 e 1934. Com o objetivo de
comemorar o Centenário da Chegada dos imigrantes alemães a São Leopoldo em 25
de julho de 1824. Para construí-la foi feito primeiro o Monumento, inaugurado
em 20 de setembro de 1924 (inconcluso). Depois foi necessário um cais, concluído
em 1928 e o posterior aterramento da quadra inteira em 1930, após isto em 1934
foram concluídas as obras de ajardinamento e de calçamento e colocados uns 50
bancos metálicos que mais tarde, nos anos 40, foram substituídos por 54 bancos
de concreto armado que, ainda, em menor número, se encontram na praça.
Assim, para construí-la
do projeto inicial à finalização levou-se dez anos. Os intendentes que levaram à
cabo esta obra foram: Mansueto Bernardi 1923-1924, Frederico Wollfenbuttel,
interino em 1924, João Correa da Silva 1924-1928 e Theodomiro Porto da Fonseca
1928-1934. Nos dias de hoje isto parece uma eternidade. Mas para a época a
construção dos cais, o aterramento e ajardinamento importavam em investimentos
de muitos recursos, transporte de materiais e do uso de mão de obra, combinado
com o controle da sazonalidade de cheias e estações chuvosas à margem do rio.
A história daquele
local confunde-se, portanto, com toda a história da cidade, pois ali ficava a
antiga e histórica Rua do Passo, local onde era feita a travessia do Rio dos
Sinos, ou seja, o ponto mais raso entre as margens do rio que permitia a passagem
de cargas, gado, cavalos e carroças em períodos de estiagem ou baixio do rio.
Mais tarde em 1873 foi construída a primeira ponte – hoje designada Ponte
Velha, o primeiro Tombamento do IPHAE em 1980.
A sua inauguração
foi uma importante festividade e, segundo relatos colhidos pelo Prof. Dr.
Martim Dreher e pesquisa de Roswithia Weber foi feita com grandes festejos que
se iniciavam por alvorada festiva e terminavam com Baile Municipal, sendo
delegações de autoridades estaduais e consulares recebidas na Estação de Trem e
acompanhadas com Bandas de Música até o local da inauguração. A inauguração do
monumento também foi retardada, segundo este reconhecido historiador, para
permitir os festejos sem chuva e sem enchentes do mês de julho de 1924 para
setembro de 1824. E mais tarde em 1934 foi feita a inauguração da praça como
Praça do Centenário com todo o ajardinamento do seu entorno.
De lá para cá a
praça sofreu poucas alterações. A vegetação de arbustos e cercas vivas hoje
praticamente inexiste e hoje há na praça um conjunto de aproximadamente 30
árvores frondosas e altas que sombreiam todos os seus passeios e o monumento
também. O monumento ao Imigrante requer cuidados em relação a vegetação
rasteira que vez por outra procura tomá-lo e, ao mesmo tempo, requer cuidados
quanto ás suas imagens como veremos em seguida que já foram objeto de
vandalismo em 2007. Também haviam originalmente na praça uma quantia de 54
bancos moldados em concreto em padrão bem específico desta praça que precisam
ser refeitos. Os passeios parecem precisar ser restaurados e os desenhos de
calçamento originais bem como a manutenção do chafariz principal e do aquário
ao fundo do monumento também precisam ser refeitos. Ao mesmo tempo parece
necessário dar melhor iluminação aos monumentos e aos passeios da praça com
instalações subterrâneas. Em algumas fotos antigas vemos a praça toda iluminada
e parece que eram muito freqüentes momentos festivos e cerimônias festivas realizadas
naquele local. É preciso informar aqui – para todo efeito – que os antigos
caramanchões que ficavam à beira rio foram removidos em virtude da construção
dos diques de contenção das cheias nos anos 70. E, por fim, que a calçada da
praça que faz à Avenida Dom João Becker sofreu uma redução de aproximadamente
um metro.
Neste SÁBADO DIA 04 DE AGOSTO DE
2012 SERÁ REALIZADA CERIMÕNIA OFICIAL DE ENTREGA DO PEDIDO DE TOMBAMENTO DA
PRAÇA DO IMIGRANTE, POR PARTE DO PREFEITO MUNICIPAL ARY JOSÉ VANAZZI A SENHORA
ANA LÚCIA GOELZER MEIRA DO IPHAN
FONTE:
MULLER, Telmo Lauro. Monumentos em São Leopoldo. São Leopoldo: Edição do Autor, 1979, 83 p. (em especial pp.07-19.)
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