A filosofia faz uma coisa muito
louca com a gente. Parece que, após uma experiência de formação e estudo, a
gente não muda nada. Porque ela nos arma e nos desarma ao mesmo tempo. Nos arma
com uma certa coragem e ousadia para lutar e para fazer e acontecer com a nossa
inteligência e existência. Mas, por outro lado, nos desarma com a prudência e a
virtude. De tal modo que, por força da exploração máxima de nossa inteligência
e existência, podemos não fazer nada pelo extremo sentido de responsabilidade
que conquistamos com ela. Então, aparentemente somos iguais ao que éramos
antes. Ignorantes, porque aprendemos a reconhecer que não sabemos exatamente o
que fazer e temos mais dúvidas do que antes, mas sábios, porque sabemos que
temos que fazer alguma coisa, temos um imperativo que se impõe, apesar das
dúvidas e apesar de toda a prudência que adquirimos. Quando entendemos isso
ficamos iguais ao que éramos, mas um pouco diferentes, porque mais cedo ou mais
tarde, logo mais, vamos acabar por agir.
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