A
cena dos coxinhas ontem na Refap de Canoas, pedindo intervenção e reclamando do
“autoritarismo” da polícia militar prova isso. A outra cena dos coxinhas rezando
num posto de gasolina também, E, por fim, as manifestações em frente aos
quartéis também mostram isso. É um espírito que busca uma solução absoluta ou
mágica aos problemas do país e que esquece que o “prende e arrebenta” da
ditadura militar não foi dirigido apenas contra a esquerda ou guerrilheiros.
Que as execuções autorizadas pelos presidentes militares – como o último
vazamento das CIA prova – não foram feitas somente com baderneiros. Não custa
lembrar que a maioria dos líderes que pediram a intervenção militar forma
cassados e perseguidos pela ditadura militar, em especial o Carlos Lacerda,
líder da UDN. As mortes de Castelo Branco, num “acidente” de avião mais do que
suspeito. De Juscelino Kubistchek num acidente de carro na ponte Rio-Niterói, a
morte de Jango e muitos outros desaparecimentos e acidentes são suspeitos.
Então, é definitivamente ridículo pregar “intervenção militar” ou a volta da
“ditadura militar”. É uma sandice e insanidade.
Vejam
os seguintes fatos. Estamos há cinco anos nessa escalada de estupidez e
imbecilidade. Fizeram uma festa com as manifestações de 2013, sequestrando o
movimento contra o aumento das passagens de ônibus e a revolta contra a
repressão da polícia de Alckmin em São Paulo. Não contribuíram em nada para se
superar o quadro com reforma política ou constituinte, sequer consideraram essa
hipótese. Enquanto o PMDB já bloqueava as propostas de mudanças do governo
Dilma na Câmara dos Deputados. Depois se embalaram com camisetas da seleção
brasileira e o MBL e foram para rua, tinham corpos nús nas manifestações que
era um espetáculo de imbecilidade, apoiaram o golpe/impeachment. Do outro lado,
a esquerda brasileira reagiu contra o golpe, mas a votação na câmara aprovou o
impeachment e no senado, os derrotados da eleição de 2014 fizeram a festa,
conspiraram e tiraram a presidenta do poder, dando o cargo de presidente ao
vice que passa a trair o programa eleito em aliança com o PSDB e outros
derrotados de 2014.
Adoraram
e idolatraram o Cunha, cantaram loas ao Moro e ao Dallagnol, a Lava Jato ia
salvar o Brasil e as coisas pioraram cada vez mais, porque foi usada como
instrumento para aumentar a crise institucional. Já a mídia oficial e
dependente de verbas públicas adorou, porque os bons tempos voltaram, Temer
compôs um ministério de notáveis com PMDB, PSDB, PP, DEM, PSD, PPS e outros.
Promoveram o desmanche da Petrobrás invertendo a política do setor a serviço
dos interesses do capitalismo de mercado internacional e a banca internacional
agradece elogiando junto com a mídia local, pagam os rentistas regiamente –
mais de 50% dos recursos federais, congelaram investimentos e custeio das áreas
sociais por vinte anos, asfixiaram as prefeituras com redução de repasses,
concederam perdões de dívidas milionárias aos bancos e a certos empresários e
latifundiários, arrebentaram os direitos trabalhistas, a fome voltou a figurar
no Brasil, destruíram programas importantes em todas as áreas de educação,
saúde, assistência social e outros, promoveram uma verdadeira festa de
clientelismo com as emendas parlamentares, o desemprego voltou, hoje 27 milhões
de brasileiros estão ou desempregados ou em desalento – que é o novo neologismo
técnico para disfarçar o desemprego -, e promoveram essa inversão de política
na Petrobrás com reajustes sucessivos do gás, do óleo diesel, da gasolina e de
outros derivados. Desmancharam os parques e estaleiros de construção das
plataformas, gerando milhares de desempregados – o caso de Rio Grande no Rio
Grande do Sul é bárbaro, entregaram o Pré Sal à exploração estrangeira e o
Brasil continua perdendo a cada dia mais divisas e mais riquezas,
Explico
melhor. Nós temos muitos problemas hoje e podemos falar deles como listei
acima. Podemos reclamar, protestar, ter opinião, debater, discutir e também
votar contra ou a favor de quem propõe soluções se houver eleições gerais em
outubro. Podemos até reverter esse quadro e tentar recuperar o Brasil dessa
política equivocada e desse programa que não foi eleito pela grande maioria do
povo brasileiro nas eleições de 2014. Porém, é preciso acordar dessa ilusão
fascista, coxinha e golpista profunda. Com um regime militar as primeiras
medidas serão o completo controle da informação, o controle das manifestações e
a censura à liberdade de opinião das pessoas. Até mesmo os jornalistas das
grandes empresas de comunicação, da chamada mídia oficial ou golpista sabem
disso. Com a censura serão proibidas as manifestações contrárias. Então, o
governo poderá fazer qualquer coisa e todos deverão ficar calados. É por isso
que eu digo que é uma solução que não resolve. Pois, não haverá no horizonte
nenhuma solução política para reverter esse quadro e tirar o Brasil de vez da
mão desses golpistas e entreguistas.
Será que é tão difícil mesmo de entender isso?
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