Entro com frequência nos meus blogs preferidos( ali ao lado) e estes dias ao entrar no blog encontrei um vídeo no youtube de um filme que inteiro me provoca muita alegria e sei lá o que mais toda vez que vejo.
Não sei se você já viu Noivo neurótico, noiva Nervosa (Annie Hall, 1977 - de Woody Allen, premiado com três Oscars, Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original), mas eu já vi varias vezes e continuo olhando com uma frequência alargada, nem sempre, nem todo dia, quase como algo sagrado que deve ser visto como um ritual de descoberta, pois toda vez que vejo ele tenho boas idéias e boas idéias a gente não pode ter todos os dias, senão deixam de ser boas idéias.
Pois bem a passagem do Vídeo é aquela logo na abertura quando ele começa falando que é isso e aquilo e que nasceu no Brooklin, eteceteraetal .
Vou transcrever o diálogo que me interessa para as aulas de filosofia em que muitas vezes observo tendências ao desânimo e a depressão nos meus alunos e alunas como se o mundo fosse acabarem instantes e eles estão presos ali em abstrações. na minha opinião o diálogo que me interessa faz o caminho inverso, pois veremos um menino condicionado pelo absoluto.
voi-a-lá
Após algumas explicações o personagem interpretado por Allen afirma:
ALVY: Até fui um garoto bastante feliz. Cresci no Brooklyn, durante a segunda guerra mundial...
Abre-se a cena em que um menino ruivo de uns dez anos, de óculos de fundo de garrafa como diríamos é observado por sua mãe. Afundado no sofá com um olhar para lugar nenhum, com as mãos cruzadas sobre o cinto daquelas calças de escolar cuja bainha - aborrecidamente - sempre fica acima da canela e deixa as meias brancas vizíveis. É uma cena trivial da infância de muitos homens: mamãe te leva ao médioc para pedir ajuda com algum comportamento seu. As vezes é na casa do vovô, as vezes é na sala do diretor da escola.
A mãe sentada ao lado começa a falar olhando na direção de um médico de meia idade com cara de sabujo em pé na sala a observar o aluno.
MÃE: Ele tem andado deprimido.
De repente, não consegue fazer nada
O DOUTOR sabijo em pe´com um cigarro entre os dedos fixa o olhar em Alvy e pergunta:
Porque está deprimido, Alvy?
A MÃE: Diz ao doutor Flicker!
Foi uma coisa que ele leu.
DOUTOR: Ah, uma coisa que ele leu?
ALVY: O universo está se expandindo.
DOUTOR: O universo está se expandindo?
ALVY: O universo é tudo!
Se está a se expandir, qualquer dia arrebenta.
E aí é o FIM DE TUDO! (afirma o menino com aquele olhar arrasado e deprimido.)
MÃE: O que você tem a ver com isso?
(olhando para o Dr.)
Ele parou de fazer os deveres de casa!
ALVY: Prá quê?
MÃE: O que tem o universo a ver com isso?
Você está aqui no Brooklyn!
O Brooklyn não está se expandindo!
DOUTOR: Vai se expandir ainda durante bilhões de anos, Alvy!
E temos que tentar nos divertir enquanto estamos aqui, heim Alvy?
HA HA HA HA HA HA
PS.: É uma abordagem interessante das neuroses. Já conhecida aliás. Divirta-se mais, deixa disso e aproveita esta vida.
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