Hoje pela manhã, as 9:33, lá em São Gabriel, um pequeno agricultor do movimento sem terra, foi morto a sangue frio por um tiro de calibre 12, segundo informações, um tiro desferido pelas costas.
Quando li a notícia me lembrei de muitas coisas da minha vida e da vida dos trabalhadores.
Me lembrei que eu tenho a mesma idade que o Elton.
Me lembrei que já vi muitos vídeos de violência policial contra os movimentos sociais.
Começando por aqueles vídeos dos anos 60 e 70 em que a gente via os jovens sendo surrados pelos soldados na ditadura militar.
Me lembrei do brigadiano degolado em frente a prefeitura de Porto Alegre nos anos 90 e me lembrei também de todas as vezes em que senti muito orgulho de apoiar esta luta.
Pensei que esta luta é nossa, de todos nós que sabemos que não haverá paz enquanto não houver justiça social.
E fiquei muito triste.
O meu Rio Grande do Sul tá numa situação muito feia mesma.
A governadora nessa que já sabemos.
Uma promotora de justiça que afirma, testemunhando o ocorrido, que a BM agiu com profissionalismo. Só se é o profissionalismo de um campo de extermínio.
E uma terra improdutiva que vale mais que a vida de um homem.
Que a nossa luta continue.
Que a nossa melhor homenagem é lutar mais e com mais coragem.
Para que um homem não seja assassinado a sangue frio por um punhado de terra.
Ele não será o último homem a tombar nesta luta, mas que seja o último a tombar naqueles campos de São Gabriel.
que Sepé Tiarajú nos ajude....
o
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