SOBRE CONTRA INTUITIVOS
Esse é com certeza um baita tema.
Para a Vida, a História, a Filosofia, a Literatura e as Artes e todo resto que
pudermos pensar, refletir, narrar e agir.
Ocorreu o diverso do que
esperávamos. Isso nos surpreendeu por que estávamos habituados a ver o curso
natural ou normal das coisas seguindo sempre em certa direção. Com nossas
expectativas frustradas descobrimos, porém, como foi boa essa surpresa, porque
apesar da estranheza que se abateu em muitos de nós, nós começamos a
considerar, com razoável espanto, mas também certa satisfação, que as coisas
podem ser diferentes.
Concluímos, então, que talvez a
História inteira, muitas vidas e acontecimentos só possuem alguma originalidade
e graça, contrariando a repetição tediosa das coisas, situações e papéis ao infinito,
justamente por serem contra intuitivas, não se segurirem mecanicamente das
mesmas causas conhecidas os mesmos efeitos. Talvez o artífice da vida e também
o bom escritor ou escritora tenham isso em comum. Contrariam as nossas
expectativas.
Mas também há algum refinamento
naqueles que percebem essas diferenças e as compreendem como possíveis, mesmo
naqueles momentos em que apenas sinais muito modestos e discretos pronunciam a
reversão em algum curso dos acontecimentos. É fascinante observar isso.
Mas é mais fascinante ainda ser
capaz de fazer isso e escapar do raciocínio linear e mecânico a que muitos de
nós seguem prisioneiros, escravos e guiados cegamente sem maior reflexão e
liberdade de pensamento.
Adoro isso.
O texto foi suscitado por um reclame
da amiga, também artista nesse tema, em traduções ou na maneira de abordar as
questões, minha cara Denise Botmann.
A imagem é da grande amiga que me
surpreendeu e alegrou muitas e muitas vezes Marilza Alves Eches - in memoriam.
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