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domingo, 21 de janeiro de 2018

Grau zero do pensamento como diferença, ilusão e negação...


"O grau zero do pensar é ilusão."

M" O grau zero do pensar é ilusão."

Márcia Tiburi.



Diversão, fantasia, delírio e magia sempre são as formas mais básicas de pensar o outro diferentemente de si mesmo. A paixão ou o amor que cria a fantasia ou ilusão de uma fusão completa, nunca resolvida ou cumprida.



A ilusão também dá início e responde a uma vontade de ver melhor, pensar além ou ultrapassar o imediatamente dado. Ela ultrapassa com as asas da imaginação, do sonho e do desejo a imagem mais real. Negamos o que simplesmente está aí para ver além dele mesmo e de nós mesmos. 


Grau zero é uma espécie de ficção necessária para um ponto de partida. Um vazio a ser preenchido ou saturado pela insuficiência do que é perante o dever ser ou aquilo que o nosso desejo almeja enquanto perfeição ou realização superior do que está dado. Queremos mais e por isso mesmo negamos aquilo que é. Assim, aquilo que é passa a ser rejeitado por uma promessa de algo melhor. 

Daí porque se tem esta espécie de compensação insuficiente que o grau zero do pensamento e do ser representa. Um espaço vazio ficcional que pode mais uma vez e de novo nunca ser preenchido.

Pois quando o ser real desaparece ou é substituído por uma ficção até a verdade passa a ser escondida. Essa é a ilusão perpretada pela diferença e a negação do real.




quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

PODER E VERDADE: SIGNIFICADO E ANÁLISE PRIMÁRIA

PODER E VERDADE: SIGNIFICADO E ANÁLISE

O poder é uma relação significativa e também analisável entre pessoas. Envolve assimetrias e também paralelismos e sua forma de exercício ou de constituição já não depende mais de uma hierarquia pré construída ou dada. O poder pode ser constituído e é constituído em diversas esferas de atuação nas relações humanas. Aqui nosso desafio ao pensamento é procurar compreender essas diferenças e suas conexões na realidade. Porque é na realidade que o poder se conecta com a verdade e nela que ele eventualmente aumenta sua força, seja por simulação, seja por valorização.

Enquanto a verdade parece ser mais extensa, seu conceito abrange mais relações e mais objetos, pois é uma relação significativa entre pessoas e fatos – aqui a coleção de fatos abrange muito mais do que as relações de poder - e que, por isso, possui a característica de ser mais transitiva socialmente e reger uma quantidade ou universo de objetos bem maior no tempo e no espaço por conta do significado presente e de certa forma hereditária e temporal do que é verdade com o tempo. O poder sofre uma restrição no âmbito da verdade e isso lhe parece ser congênito e permanente, pois sempre escapa da verdade trabalhando nos domínios do possível, do interpretável e daquilo que é crível ou incrível.

Nesse sentido, assim me parece e reconheço que talvez possa estar errado aqui, mas avanço nessa análise, o poder parece avançar pelo caminho das aparencias e ficar mais amplificado no domínio das crenças e percepções, enquanto a verdade acaba sendo se objetificando ou procurando se objetificar no conhecimento mais preciso, metódico e justificado dos seus objetos. São dois conjuntos amplos que se conectam quando há relação entre Poder e Verdade pela via do pensamento.

Parece haver, então, uma espécie de genética a ser descoberta para ambos. E essa genética ou genealogia para quem gosta mais dessa expressão nos leva para a dimensão temporal onde a universalidade ganha suas planícies e exibe os relevos de uma paisagem aparentemente acidentada e errônea, mas que pode ser determinada em suas coordenadas e medidas. O tempo aqui parece ser uma espécie de depósito ou arquivo vivo da verdade. Já o poder precisa ser sustentado ou repetido – ele necessita de sua reafirmação através de registos ou informes – ele é atualizado no tempo numa dimensão bem mais revisável do que a verdade. O poder parece ser mais exposto à opinião. Isso me faz considerar que tem certas consequências outras quando vamos relacionar e conectar poder e verdade.

A análise desse processo me leva rapidamente para uma certa conclusão: O poder precisa mais da verdade do que esta dele. Pois o poder pode sofrer maior dissolução e perda de significado com mais facilidade. Sendo assim devo considerar que poder e verdade se encontram em relações assimétricas de níveis e em níveis diferentes de consideração, pois as instancias de revisão do poder são mais suscetíveis e menos resistentes que as instâncias de revisão da verdade. Quando falo em instâncias aqui, estou a tratar principalmente dos momentos de legitimação, reconhecimento e da possibilidade de reprodução ou sustentação do significado do poder e da verdade. Por isso, ao poder que depende mais da verdade do que o inverso é tão forte a impressão de que não lhe vale apenas a verdade simplesmente.

Tudo se passa como se a verdade tivesse uma maior relação ou uma relação mais privilegiada com o tempo. Poderia chamar isso de duração, mas creio que legitimação é aqui seu resultado mais conveniente porque refere ao processo que sustenta e ao modo como se sustenta o significado tanto de poder quanto da verdade. Logo, a legitimação do poder pela verdade parece ser essencial a ele. Legitimar aqui funciona como atualização do significado e presentificação do poder. O significado, na acepção que uso aqui, não permanece ou sobrevive se não for reforçado, repetido ou atualizado no jogo social de linguagem. E o significado do poder tem, então, sua sobrevivência mantida ou não, derrisória ou dissolvida, fortalecida e ou reconstituída e instituída pelo jogo de linguagem e suas dominâncias sociais.


Aqui entra uma espécie de jogo de reconhecimento, aceitação ou assentimento – para usar os três conceitos que me parecem clássicos nesse caso – em que tanto o poder quanto a verdade passam por processos eletivos diversos, porém combinados na análise que aqui realizamos.          

JÁ NÃO SOU COMO ERA ANTES



Acho que melhorei um pouco. Recebi mais amor do que esperava receber, tenho mais amigos e amigas do que acreditava ser possível, conquistei e fui conquistado, aprendi e ensinei, dei e recebi ajuda, apoio, proteção e cuidado, tentei e ainda tento ser muito afetuoso e carinhoso, gosto de sorrir e de ser sério, aceito chorar por bons motivos, recebo e dou muitos presentes, vivo e deixo viver, canto sempre com quem quiser e também onde é necessário e meu coração ordena, sou obediente e um bom menino, sou rebelde, indignado, selvagem e indomável e a única coisa que peço é viver sempre a mudança, compreender a mudança e ser livre e deixar livre, mais livre tudo que toco. Quero mudar o mundo ainda, não perdi as esperanças e não desisti, não me deixo desanimar e não tento desanimar ninguém. Quero sempre ser diferente, melhor e mais presente do que já fui antes. Quero continuar escrevendo, lendo e reescrevendo. Quero ler mais escritores e escritoras. Quero ler mais pessoas e compreender o que há e o que é cada uma delas. Gosto de gente e cada vez gosto mais. A humanidade em mim luta e comemora todas as conquistas. Não compre armas, compre violão, compre música, compre livros, compre arte, compre a beleza. Dê sempre mais amor do que esperamos de ti. Já não sou e nunca serei mais o mesmo do que era antes. Pensar não é depositar no fundo da consciência conhecimento e sabedoria, mas sim viver com mais sentido, aceitar os sinais e desvendar mais significados. Viver é dar sentido a esta existência para muito além das circunstâncias, dos acidentes, dos acasos e coincidências. Encontrar e reconhecer o necessário e dar mais atenção ao que realmente importa. Obrigado!


PENSAMENTO, VERDADE E PODER: PRIMEIRA AULA

Pensamento, Verdade e Poder: anotações de aula para uma analítica da relação entre verdade e poder.
Não se trata aqui de saber o que é uma coisa isolada de outras coisas.
Queremos saber e acabamos sabendo como e o que algo é determinado por suas relações.
Podemos, porém, perguntar qual o significado de cada coisa e no fio de sua meada e descobrir as demais.
Quer dizer, as coisas são importantes para nós ou tem seu significado importante para nós quando começamos a perceber que elas são importantes nas nossas vidas.
Um dia a palavra ética virou um problema ou algo importante para nós.
A partir daí o problema nos fez buscar um significado real para a palavra.
Ela adquiriu importância na nossa existência.
E nós passamos a usar ela para referir a esses tipo de problemas tratando da sua natureza.
No manual de filosofia a ética pertence ao domínio da filosofia prática.
Quer dizer que ela Versa sobre os nossos juízos de correção ou adequação das nossas ações.
Mas também dizemos que quando alguém diz algo está exercendo ou não uma boa ética.
Quando o professor dá uma aula adequada ou atua de acordo com certas regras dizemos que ele é ético.
Pois, pensamento, verdade e poder tem uma relação semelhante.
Parecem pertencer a uma rede e estarem ligados.
Desconfio muito, mas ainda não tenho certeza, que tanto a verdade quanto o poder não existem ou tem sua concretude sem serem em algum momento objetos do pensamento e num outro momento conteúdos de um discurso.
Creio que ambas tem força persuasiva, mudam nossos cursos de ação, mas só tem duração quando conseguem incidir na realidade.
Entretanto, isso só é possível pelo pensamento e por sua qualidade.
Quero dizer assim que tanto a verdade quanto o poder são derivados do pensamento e dependem dele fundamentalmente.

A Canção do Sino


A Canção do Sino – Das Lied von der Glocke (1799) - Friedrich Schiller (1759-1805)

Convoco vivos.; choro mortos.; amorteço raios.

Bem assentada no chão
está a fôrma de barro queimado.
Hoje o sino tem que ficar pronto.
Decididos artesãos põem mãos à obra.

Do rosto aquecido
deve escorrer o suor,
deve a obra louvar o Mestre,
pois a bênção vem do Alto. 


Para a obra que nós preparamos a sério,
mais que convém uma palavra séria.;
se boas palavras a acompanham,
então, o trabalho flui alegremente. 


Assim, observemos agora com diligência
o que surge da fraca força,
pois o homem ruim deve ser desprezado,
aquele que nunca pensou sobre o que faz.
 
Isso é que enobrece o ser humano,
e para isto lhe é dada a consciência,
a fim de que sinta no fundo do coração
o que ele cria com suas mãos. 


Toma a madeira do abeto vermelho,
e deixa-a secar o bastante,
a fim de que a dirigida chama
golpeie a boca do forno. 


Derrete a liga de cobre,
ajunta-lhe o estanho,
afim de que o tenaz alimento do sino
flua corretamente. 


O que em profunda cava da banqueta
a mão com ajuda da chama constrói
no alto da torre alojará o sino. 


De lá testemunhará por nós.
Perdurará por muito tempo
e sensibilizará muitas pessoas.;
e gemerá com os entristecidos,
em sintonia com o coro de orações. 


O que profundamente ao filho da terra
o destino diverso traz,
a coroa de metal enfatiza
continuamente com sons edificantes. 


Brancas bolhas vejo saltar, então!
As massas estão liquefeitas. 


Misturam-se à cinza salgada,
isso melhora e apressa a fundição. 


Também de espuma pura
deve ser a mistura,
para que o puríssimo metal
ressoe com pleno e puro tom. 


Pois celebrando com som alegre
saúda a criança amada
que, em sua primeira caminhada,
começa em braços de ninar.;
ainda descansa por algum tempo
o negro e alegre badalo.;
as sutis ânsias de amor materno
guardam sua dourada manhã. 


Os anos fogem como setas velozes.
Pela jovem apaixona-se com orgulho o rapaz,
atormenta-se pela vida afora,
peregrina pelo mundo com seu cajado. 


Estranhamente, volta para a casa do Pai,
e soberbo, na mocidade brilhante,
como cria maravilhosa do céu,
com modéstia e timidez
enrubesce-se diante da jovem
a apertos uns tendões sem nome 


Do coração do menino, ele vaga só,
de seus olhos caem lágrimas,
ele foge dos irmãos do bravio Reno.
Enrubescido segue seus rastros
e é saudado por eles,
busca a mais bela pelos corredores,
com quem ele seu amor adorna. 


Ó! sutil desejo, doce esperança,
o primeiro amor dos tempos de ouro,
o olho vê o céu se abrir
para encantar o coração de felicidade.
Oh! Que fiquem verdes eternamente
os belos tempos do amor jovem!
Como os belos ofegos se douram! 


Estes bastonetes eu afogo,
nós os vemos de modo transparente surgir,
é o tempo dos ferros. 


Agora, companheiro, de novo!
Mostre-me a mistura
será que a liga do frágil
com o mole é bom sinal? 


Pois onde aquele rigor com a leveza,
onde o forte se casa com o moderado,
existe um melodioso som. 


Por isso, examina quem se liga ao eterno,
se seu coração acha corações! 


A loucura é curta, o remorso é longo.
Delicadamente, no noivado
a jovem lança o buquê de grinalda,
quando os sonoros sinos da igreja
convidam para a brilhante festa. 


Pena que na celebração mais bonita da vida
também termine a vida de maio.;
com o cinto, com o véu,
rasga a bela ilusão. 


A paixão foge!
O amor tem que ficar,
a flor se entristece,
a fruta tem que crescer. 


O homem vai pela vida hostil afora
deve realizar e se esforçar
e plantar e criar,
adivinhar e vencer,
deve apostar e ousar,
a sorte procurar. 


Então, para ele flui a infinita dádiva
locupleta-se dos mais primorosos
pertences, as áreas crescem, alonga-se a casa.
E, dentro, a modesta dona de casa prevalece,
a mãe das crianças,
e domina sabiamente no círculo doméstico,
ensina para as meninas e defende o menino,
e nunca param
as mãos trabalhadoras,
e aumenta o ganho
com criterioso senso. 


E enche as gavetas fragrantes de tesouros,
e gira a linha sobre o fuso ronronante,
e coleciona no liso e limpo santuário
a linha neve de lã cintilante,
e une para o bem o brilho e o vislumbre,
e nunca descansa. 


E o pai com olhar contente
da casa contempla o longe,
Gaba-se de sua florida sorte,
mira os troncos das árvores maiores
e as áreas cheias dos celeiros
e a dispensa, curvada de riquezas,
e o mover das ondas de grãos,
exalta-se com boca orgulhosa:
firme, como o fundo da terra, contra o azar,
sente-se poderoso com a pomposa casa! 


Porém, com os poderes do destino
nenhuma ligação com o eterno será feita,
e a má sorte caminha depressa. 


Bem, agora, a fundição pode começar,
formosamente franzida é a cinta.
Porém antes de deixa-la escorrer,
façamos uma devotada oração!
Descarrega-se a torneira! 


Deus proteja a casa!
Incenso no arco de manivela
lance-o com ondas de fogo-marrom. 


Benéfico é o poder do fogo,
se o homem o contém , conserva,
e o que ele faz, o que ele cria,
ele agradece à Graça Divina
pois, terrível é a força dos céus,
quando ela se aproxima,
ao longo dos rastros dos seus próprios passos
a livre filha da natureza. 


Mágoas, se as deixou
crescendo sem resistência
pelas animadas ruelas
valsa o imenso fogo!
Porque os elementos odeiam
o que é feito pela mão humana. 


Das nuvens escorre a bênção,
a chuva cai,
da nuvem, sem escolha,
estremece o raio! 


Ouve seus lamentos do alto da torre?
Isso é tempestade!
Vermelho como sangue é o céu,
Não é dia de calor! 


As ruas estão em alvoroço!
Fervuras de vapor!
Chamejando, sobe a coluna de fogo,
longa linha pela rua
estira-se com manivela,
cozinhando como garganta de forno
arde o ar, vigas estrondam,
postes caem, janelas se batem,
crianças choram, mães se desorientam,
animais gemem sob escombros,
todos correm, salvam, fogem,
a noite tem luz como em pleno dia,
nas mãos longa serra
para o desafio. 


O balde voa, alto no arco
esguicham-se ondas de água. 


Uivando vem a tempestade pelos ares,
procurando a chama que ruge.
Crepitando na árida fruta
desaba sobre as dispensas,
sobre os caibros árvores secas,
e como querem se amontoam
com o próprio peso da terra. 


Lágrimas, em enorme fuga,
crescem no céu de
alturas gigantescas! Desesperado
o homem se rende ao Poder de Deus,
em vão, vê seu trabalho
e sua admiração destruir-se.
Vazia e em chamas está a cidade,
tempestades selvagens, cama áspera,
na tristeza uma janela cavando
mora o horror,
e do céu
Nuvens olham
soberanamente . 


Um olhar sobre os destroços
de seus pertences ainda lança o homem.
Agarra-se alegremente ao cajado,
que a fúria do fogo dele também roubou,
um doce consolo com ele permaneceu,
ele conta os seus principais amores,
e vê! Não lhe falta nada de caro e principal. 


Na Terra foi aceito,
felizmente, a fôrma está cheia,
Virá hoje, também, bela,
a que reembolsa diligência e arte? 


Se a fundição falhasse?
Se a fôrma quebrasse?
Oh, talvez enquanto agouramos,
a desgraça já nos atingiu.
Na escuridão atirada a sagrada
Terra confiamos na ação das mãos,
confia o Semeador na sua semente.
E espera que ela se enraíze
para a bênção, depois do conselho do céu.
Sementes mais primorosas escondemos
nós que lamentamos no colo da terra
e esperamos que elas dos potes para jóias
floresçam sem perder a beleza. 


Da catedral, pesado e ansioso,
o sino entoa fúnebre canto.
Sério, segue suas tristes batidas
o andarilho no último caminho. 


Oh! A esposa é isso, a cara,
Oh! é a mãe leal,
que o negro príncipe das sombras
conduz longe dos braços do cônjuge,
das delicadas crianças do rebanho,
as que por ele florescente suportou,
as que no peito leal
viu crescer com prazer de mãe 


  • Oh! as delicadas faixas da casa
    dissolvem-se sempre lá,
    pois elas moram na região das sombras,
    a que era a mãe da casa,
    pois falta-lhe um reino leal
    suas aflições não o acordam mais
    Unem lugares órfãos
    torna-a estranha, vazia de amor. 
    Até frio captura o próprio sino,
    torna duro o trabalho glorioso,
    como na folhagem brinca o pássaro,
    gosta daquele amigável fazer. 


    Da estrela ondula a luz,
    livre de todo o dever.
    Ouve as batidas de vésperas,
    homem livre sempre tem que labutar.
    Vigoroso, busca com seus longos passos na brava
    floresta o viandante a querida choupana. 


    Berrando, as ovelhas chegam à casa,
    e acaricia a larga testa das vacas,
    Rebanhos chegam mugindo
    como de hábito ao celeiro.
    Pesado serpentear dos carros,
    grãos aos montões, cheio de cores,
    no ambiente está a coroa,
    e jovens ceifadores
    voam para a dança. 


    Mercado e rua ficam mais quietas,
    em volta da sociável chama
    os moradores da casa se reúnem,
    E o portão da cidade se fecha rangente.
    No escuro esconde-se a Terra,
    os seguros cidadãos não temem
    a noite,
    quando o Mal desperta horrivelmente,
    pois o olho da Lei os observa. 


    Ordem sagrada, ricamente abençoada
    filha do Céu que igualmente
    une livre, leve e alegremente
    os que construíram a cidade,
    os que os do reino chamavam
    de selvagens insociáveis,
    entram nas cabanas dos homens,
    acostumam-se a delicados modos
    e a mais cara textura
    da faixa, a direção da terra natal! 


    Mil mãos dedicadas se movem,
    ajudam- se em corajosa união,
    E em mudança ígnea
    Todas as forças são consumidas.
    A maioria se movimenta e a amizade
    na liberdade é sagrada proteção. 


    Cada um alegra-se com seu lugar,
    resiste ao maior desdém.
    Trabalho é o ornamento do cidadão,
    bênção é o preço de esforço,
    recebe as honras do rei,
    nos dignifica a dedicação das mãos. 


    Paz adorável,
    Doce harmonia,
    permanece a amizade nesta cidade!
    Nunca poderia surgir
    um dia de hordas da rude guerra
    sobre este quieto vale,
    onde o céu que o ocaso pinta
    adoravelmente com suave vermelho
    das aldeias, das cidades,
    selvagem fogo terrivelmente brilha! 


    Agora perturba-me o edifício,
    sua fachada foi completada,
    de que coração e olhos desfrutam
    da promissora construção..
    Vibra martelo, vibra,
    até o casaco salta,
    como o sino deve subir,
    a fôrma deve ser despedaçada.
    Ao mestre cabe quebrar a fôrma
    com sábia mão, no momento certo,
    Sopros, porém, se em riachos de chama
    o próprio minério ardendo se livra! 


    Furiosamente cega com os barulhos do trovão
    dispersa-se a brava casa,
    e como garganta do diabo aberta
    cospe ruína acesa.;
    onde forças cruas prevalecem inúteis.;
    então, nenhuma formação pode moldar,
    se as próprias pessoas moldam.;
    então, o bem-estar não pode prosperar.
    Pena, se isto no colo das cidades
    o fogo aceso ainda acumula.;
    o povo, quebrando suas cadeias,
    para auto-ajuda terrivelmente agarra! 


    Então, puxa cordas do sino
    a desordem, que ressoa uivando
    e dedicando-se somente a sons de paz. 


    O lema dá o tom da força.
    Liberdade e igualdade! Ouve-se ressoar,
    o pacato cidadão alcança a defesa,
    ruas se enchem, os corredores,
    e bandos de falcões ao redor
    transformam as mulheres em hienas
    e fazem piada com horror,
    ainda convulsa, com os dentes
    da pantera, rasgam o coração do inimigo. 


    Nada mais é sagrado,
    o devoto acaba com o medo de todas as gangues.;
    o Bem molda o lugar do Mal,
    e todos os vícios prevalecem livremente.
    É perigoso para despertar a luz,
    O dente do tigre é pernicioso
    porém, o mais terrível dos horrores
    é o ser humano em delírio.
    Pena deles, dos eternamente cegos
    da tocha de luz que o céu empresta!
    Ela não os ilumina, pode apenas iluminar
    e cremar cidades e campos. 


    Alegria Deus me deu! Vê!
    Como uma estrela dourada por fora, brilhante e lisa,
    desnuda o núcleo do metal.
    Do elmo até à coroa brinca como brilho de sol, também belo protetor de brasões,
    louva a pintura experiente.
 
Entrem! Entrem! Todos os camaradas, serrem fileiras,
a fim de consagrarmos o sino e de o batizarmos,
Concórdia deve ser seu nome,
para a harmonia, do fundo do coração,
une a comunidade a amada comum.
E esta é daqui em diante sua missão,
para qual o Mestre a criou!

Do Alto para a baixa vida terrena
ela deve em célula de céu azul
a vizinhança do trovão pairar
e limitar no mundo de estrelas.;
ser uma voz do Alto,
a partir de corpos celestes iluminar o rebanho,
cujo Criador louva ao vagar,
e conduz o adornado ano. 

Só a coisas eternas e sérias
sua boca metálica se dedica,
e salta de hora em hora com isto
toca-lhe o tempo que oscila em vôo
ao destino ela empresta a língua.;
insensível a si mesma, sem compaixão,
acompanha com sua energia
o jogo da vida cheio de mudança.

E como o som no ouvido desaparece,
seu poderoso tom ressoa,
para ensinar-lhes que não passa nada
que aconteça neste mundo. . 


Agora, com a força da corda
oscila para mim da abóbada o sino
para que a riqueza do som
escale no ar até ao céu. 

Puxe, puxe, levanta! Ele move-se, paira,
alegria desta cidade significa,
Paz é sua primeira mensagem.




Friedrich Schiller

Das Lied von der Glocke
Voco de vivos.; plango de mortuos.; frango de fulgura.

Fest gemauert in der Erden
Steht die Form, aus Lehm gebrannt.
Heute muß die Glocke werden.
Frisch Gesellen, seid zur Hand. 

Von der Stirne heiß
Rinnen muß der Schweiß,
Soll das Werk den Meister loben,
Doch der Segen kommt von oben.
Zum Werke, daß wir ernst bereiten,
Geziemt sich wohl ein ernstes Wort.;
Wenn gute Reden sie begleiten,
Dann fließt die Arbeit munter fort.
So laßt uns jetzt mit Fleiß betrachten,
Was durch die schwache Kraft entspringt,
Den schlechten Mann muß man verachten,
Der nie bedacht, was er vollbringt.
Das ist"s ja, was den Menschen zieret,
Und dazu ward ihm der Verstand,
Daß er im innern Herzen spüret,
Was er erschafft mit seiner Hand.
Nehmet Holz vom Fichtenstamme,
Doch recht trocken laßt es sein,
Daß die eingepreßte Flamme
Schlage zu dem Schwalch hinein.
Kocht des Kupfers Brei,
Schnell das Zinn herbei,
Daß die zähe Glockenspeise
Fließe nach der rechten Weise.
Was in des Dammes tiefer Grube
Die Hand mit Feuers Hülfe baut,
Hoch auf des Turmes Glockenstube.
Da wird es von uns zeugen laut.
Noch dauern wird"s in späten Tagen
Und rühren vieler Menschen Ohr
Und wird mit dem Betrübten klagen
Und stimmen zu der Andacht Chor.
Was unten tief dem Erdensohne
Das wechselnde Verhängnis bringt,
Das schlägt an die metallne Krone,
Die es erbaulich weiterklingt.
Weiße Blasen seh ich springen, Wohl!
Die Massen sind im Fluß.
Laßt"s mit Aschensalz durchdringen,
Das befördert schnell den Guß.
Auch von Schaume rein
Muß die Mischung sein,
Daß vom reinlichen Metalle
Rein und voll die Stimme schalle.
Denn mit der Freude Feierklange
Begrüßt sie das geliebte Kind
Auf seines Lebens erstem Gange,
Den es in Schlafes Arm beginnt.;
Ihm ruhen noch im Zeitenschoße
Die schwarzen und die heitern Lose,
Der Mutterliebe zarte Sorgen
Bewachen seinen goldnen Morgen.
Die Jahre fliehen pfeilgeschwind.
Vom Mädchen reißt sich stolz der Knabe,
Er stürmt ins Leben wild hinaus,
Durchmißt die Welt am Wanderstabe.
Fremd kehrt er heim ins Vaterhaus,
Und herrlich, in der Jugend Prangen,
Wie ein Gebild aus Himmelshöhn,
Mit züchtigen, verschämten
Wangen Sie er die Jungfrau vor sich stehn.
a faßt ein namenloses Sehnen
Des Jünglings Herz, er irrt allein,
Aus seinen Augen brechen Tränen,
Er flieht der Brüder wilder Reihn.
Errötend folgt er ihren Spuren
Und ist von ihrem Gruß beglückt,
Das Schönste sucht er auf den Fluren,
Womit er seine Liebe schmückt.
O! zarte Sehnsucht, süßes Hoffen,
Der ersten Liebe goldne Zeit,
Das Auge sieht den Himmel offen,
Es schwelgt das Herz in Seligkeit.
O! daß sie ewig grünen bliebe,
Die schöne Zeit der jungen Liebe!
Wie sich schon die Pfeifen bräunen!
Dieses Stäbchen tauch ich ein,
Sehn wir"s überglast erscheinen,
Wird"s zum Gusse zeitig sein.
Jetzt, Gesellen, frisch!
Prüft mir das Gemisch,
Ob das Spröde mit dem
Weichen Sich vereint zum guten Zeichen.
Denn wo das Strenge mit dem Zarten,
Wo Starkes sich und Mildes paarten,
Da gibt es einen guten Klang.
Drum prüfe, wer sich ewig bindet,
Ob sich das Herz zum Herzen findet!
Der Wahn ist kurz, die Reu ist lang.
Lieblich in der Bräute
Locken Spielt der jugfräuliche Kranz,
Wenn die hellen Kirchenglocken
Laden zu des Festes Glanz.
Ach! des Lebens schönste Feier
Endigt auch den Lebensmai,
Mit dem Gürtel, mit dem Schleier
Reißt der schöne Wahn entzwei.
Die Leidenschaft flieht!
Die Liebe muß bleiben,
Die Blume verblüht,
Die Frucht muß treiben.
Der Mann muß hinaus Ins feindliche Leben,
Muß wirken und streben
Und pflanzen und schaffen,
Erlisten, erraffen,
Muß wetten und wagen,
Das Glück zu erjagen.
Da strömet herbei die unendliche Gabe,
Es füllt sich der Speicher mit köstlicher
Habe, Die Räume wachsen, es dehnt sich das Haus. Und drinnen waltet die züchtige Hausfrau,
Die Mutter der Kinder,
Und herrschet weise im häuslichen Kreise,
Und lehret die Mädchen Und wehret den Knaben,
Und reget ohn Ende
Die fleißigen Hände,
Und mehrt den Gewinn
Mit ordnendem Sinn.
Und füllet mit Schätzen die duftenden Laden,
Und dreht um die schnurrende Spindel den Faden,
Und sammelt im reinlich geglätteten Schrein
Die schimmernde Wolle, den schneeigten Lein,
Und füget zum Guten den Glanz und den Schimmer, Und ruhet nimmer.
Und der Vater mit frohem Blick
Von des Hauses weitschauendem
Giebel Überzählet sein blühendes Glück,
Siehet der Pfosten ragende Bäume
Und der Scheunen gefüllte Räume
Und die Speicher, vom Segen gebogen,
Und des Kornes bewegte Wogen,
Rühmt sich mit stolzem Mund:
Fest, wie der Erde Grund, Gegen des Unglücks
Macht Steht mit des Hauses Pracht!
Doch mit des Geschickes Mächten
Ist kein ewger Bund zu flechten,
Und das Unglück schreitet schnell.
Wohl! nun kann der Guß beginnen,
Schön gezacket ist der Bruch.
Doch bevor wir"s lassen rinnen,
Betet einen frommen Spruch!
Stoßt den Zapfen aus!
Gott bewahr das Haus!
Rauchend in des Henkels Bogen
Schießt"s mit feuerbraunen Wogen.
Wohtätig ist des Feuers Macht,
Wenn sie der Mensch bezähmt, bewacht,
Und was er bildet, was er schafft,
Das dankt er dieser Himmelskraft,
Doch furchtbar wird die Himmelskraft,
Wenn sie der Fessel sich entrafft,
Einhertritt auf der eignen Spur
Die freie Tochter der Natur.
Wehe, wenn sie losgelassen
Wachsend ohne Widerstand
Durch die volkbelebten Gassen
Wälzt den ungeheuren Brand!
Denn die Elemente hassen
Das Gebild der Menschenhand.
Aus der Wolke Quillt der Segen,
Strömt der Regen,
Aus der Wolke, ohne Wahl,
Zuckt der Strahl!
Hört ihr"s wimmern hoch vom Turm?
Das ist Sturm!
Rot wie Blut Ist der Himmel,
Das ist nicht des Tages Glut!
Welch Getümmel Straßen auf!
Dampf wallt auf!
Flackernd steigt die Feuersäule,
Durch der Straße lange Zeile
Wächst es fort mit Windeseile,
Kochend wie aus Ofens Rachen
Glühn die Lüfte, Balken krachen,
Pfosten stürzen, Fenster klirren,
Kinder jammern, Mütter irren,
Tiere wimmern Unter Trümmern,
Alles rennet, rettet, flüchtet,
Taghell ist die Nacht gelichtet,
Durch der Hände lange Kette
Um die Wette
Fliegt der Eimer, hoch im Bogen
Sprützen Quellen, Wasserwogen.
Heulend kommt der Sturm geflogen,
Der die Flamme brausend sucht.
Prasselnd in die dürre Frucht
Fällt sie in des Speichers Räume,
In der Sparren dürre Bäume,
Und als wollte sie im Wehen
Mit sich fort der Erde Wucht
Reißen, in gewaltger Flucht,
Wächst sie in des Himmels
Höhen Riesengroß! Hoffnungslos
Weicht der Mensch der Götterstärke,
Müßig sieht er seine Werke
Und bewundernd untergehn.
Leergebrannt Ist die Stätte,
Wilder Stürme rauhes Bette,
In den öden Fensterhöhlen
Wohnt das Grauen,
Und des Himmels
Wolken schauen
Hoch hinein.
Einen Blick nach den Grabe
Seiner Habe sendet noch der Mensch zurück
Greift fröhlich dann zum Wanderstabe.
Was Feuers Wut ihm auch geraubt,
Ein süßer Trost ist ihm geblieben,
Er zählt die Haupter seiner Lieben,
Und sieh! ihm fehlt kein teures Haupt.
In die Erd ist"s aufgenommen,
Glücklich ist die Form gefüllt,
Wird"s auch schön zutage kommen,
Daß es Fleiß und Kunst vergilt?
Wenn der Guß mißlang?
Wenn die Form zersprang?
Ach! vielleicht indem wir hoffen,
Hat uns Unheil schon getroffen.
Dem dunkeln schoß der heilgen
Erde Vertrauen wir der Hände Tat,
Vertraut der Sämann seine Saat
Und hofft, daß sie entkernen werde
Zum Segen, nach des Himmels Rat.
Noch köstlicheren Samen bergen
Wir trauernd in der Erde Schoß
Und hoffen, daß er aus den Särgen
Erblühen soll zu schönerm Los.
Von dem Dome, Schwer und bang
Tönt die Glocke Grabgesang.
Ernst begleiten ihre Trauerschläge
Einen Wandrer auf dem letzten Wege.
Ach! die Gattin ist"s, die teure,
Ach! es ist die treue Mutter,
Die der schwarze Fürst der Schatten
Wegführt aus dem Arm des Gatten,
Aus der zarten Kinder Schar,
Die sie blühend ihm gebar,
Die sie an der treuen Brust
Wachsen sah mit Mutterlust
Ach! des Hauses zarte bande
Sind gelöst auf immerdar,
Denn sie wohnt im Schattenlande,
Die des Hauses Mutter war,
Denn es fehlt ihr treues Walten,
Ihre Sorge wacht nicht mehr,
An verwaister Stätte schalten
Wird die Fremde, liebeleer.
Bis die Glocke sich verkühlet,
Laßt die strenge Arbeit ruhm,
Wie im Laub der Vogel spielet,
Mag sich jeder gütlich tun.
Winkt der Sterne Licht,
Ledig aller Pflicht
Hört der Pursch die Vesper schlagen,
Meister muß sich immer plagen.
Munter fördert seine Schritte Fern im wilden
Forst der Wandrer Nach der lieben Heimathütte. Blökend ziehen Heim die Schafe,
Und der Rinder Breitgestirnte, glatte
Scharen Kommen brüllend,
Die gewohnten Ställe füllend.
Schwer herein Schwankt der Wagen,
Kornbeladen, Bunt von Farben
Auf den Garben Liegt der Kranz,
Und das junge Volk der Schnitter
Fliegt zum Tanz.
Markt und Straße werden stiller,
Um des Lichts gesellge Flamme
Sammeln sich die Hausbewohner,
Und das Stadttor schließt sich knarrend.
Schwarz bedecket Sich die Erde,
Doch den sichern Bürger schrecket
Nicht die Nacht,
Die den Bösen gräßlich wecket,
Denn das Auge des Gesetzes wacht.
Heilge Ordnung, segenreiche
Himmelstochter, die das Gleiche
Frei und leicht und freudig bindet,
Die der Städte Bau begründet,
Die herein von den Gefilden
Rief den ungesellgen Wilden,
Eintrat in der Menschen Hütten,
Sie gewöhnt zu sanften Sitten
Und das teuerste der Bande
Wob, den Trieb zum Vaterlande!
Tausend fleißge Hände regen,
helfen sich in munterm Bund,
Und in feurigem Bewegen
Werden alle Kräfte kund.
Meister rührt sich und Geselle
In der Freiheit heilgem Schutz.
Jeder freut sich seiner Stelle,
Bietet dem Verächter Trutz.
Arbeit ist des Bürgers Zierde,
Segen ist der Mühe Preis,
Ehrt den König seine Würde,
Ehret uns der Hände Fleiß.
Holder Friede,
Süße Eintracht,
Weilet, weilet Freundlich über dieser Stadt!
Möge nie der Tag erscheinen,
Wo des rauhen Krieges
Horden Dieses stille Tal durchtoben,
Wo der Himmel, Den des Abends sanfte Röte
Lieblich malt, Von der Dörfer, von der Städte
Wildem Brande schrecklich strahlt!
Nun zerbrecht mir das Gebäude,
Seine Absicht hat"s erfüllt,
Daß sich Herz und Auge weide
An dem wohlgelungnen Bild.
Schwingt den Hammer, schwingt,
Bis der Mantel springt,
Wenn die Glock soll auferstehen,
Muß die Form in Stücke gehen.
Der Meister kann die Form zerbrechen
Mit weiser Hand, zur rechten Zeit,
Doch wehe, wenn in Flammenbächen
Das glühnde Erz sich selbst befreit!
Blindwütend mit des Donners Krachen
Zersprengt es das geborstne Haus,
Und wie aus offnem Höllenrachen
Speit es Verderben zündend aus.;
Wo rohe Kräfte sinnlos walten,
Da kann sich kein Gebild gestalten,
Wenn sich die Völker selbst befrein,
Da kann die Wohlfahrt nicht gedeihn.
Weh, wenn sich in dem Schoß der Städte
Der Feuerzunder still gehäuft,
Das Volk, zerreißend seine Kette,
Zur Eigenhilfe schrecklich greift!
Da zerret an der Glocken Strängen
Der Aufruhr, daß sie heulend schallt
Und, nur geweiht zu Friedensklängen,
Die Losung anstimmt zur Gewalt.
Freiheit und Gleichheit! hört man schallen,
Der ruhge Bürger greift zur Wehr, die
Straßen füllen sich, die Hallen,
Und Würgerbanden ziehn umher,
Das werden Weiber zu Hyänen
Und treiben mit Entsetzen Scherz,
Noch zuckend, mit des Panthers
Zähnen, Zerreißen sie des Feindes Herz.
Nichts Heiliges ist mehr, es lösen
Sich alle Bande frommer Scheu,
Der Gute räumt den Platz dem Bösen,
Und alle Laster walten frei.
Gefährlich ist"s, den Leu zu wecken,
Verderblich ist des Tigers Zahn,
Jedoch der schrecklichste der Schrecken,
Das ist der Mensch in seinem Wahn.
Weh denen, die dem Ewigblinden
Des Lichtes Himmelsfackel leihn!
Sie strahlt ihm nicht, sie kann nur zünden
Und äschert Städt und Länder ein.
Freude hat mir Gott gegeben! Sehet!
Wie ein goldner Stern Aus der Hülse, blank und eben, Schält sich der metallne Kern.
Von dem Helm zum Kranz Spielt"s wie Sonnenglanz, Auch des Wappens nette Schilder
Loben den erfahrnen Bilder.
Herein! herein! Gesellen alle, schließt den Reihen,
Daß wir die Glocke taufend weihen,
Concordia soll ihr Name sein,
Zur Eintracht, zu herzinnigem
Vereine Versammle sich die liebende Gemeine.
Und dies sei fortan ihr Beruf,
Wozu der Meister sie erschuf!
Hoch überm niedern Erdenleben
Soll sie im blauen Himmelszelt
Die Nachbarin des Donners schweben
Und grenzen an die Sternenwelt,
Soll eine Stimme sein von oben,
Wie der Gestirne helle Schar,
Die ihren Schöpfer wandelnd loben
Und führen das bekränzte Jahr.
Nur ewigen und ernsten Dingen
Sei ihr metallner Mund geweiht,
Und stündlich mit den schnellen
Schwingen Berühr im Fluge sie die Zeit,
Dem Schicksal leihe sie die Zunge,
Selbst herzlos, ohne Mitgefühl,
Begleite sie mit ihrem Schwunge
Des Lebens wechselvolles Spiel.
Und wie der Klang im Ohr vergehet,
Der mächtig tönend ihr erschallt,
So lehre sie, daß nichts bestehet,
Daß alles Irdische verhallt.
Jetzo mit der Kraft des Stranges
Wiegt die Glock mir aus der Gruft,
Daß sie in das Reich des Klanges
Steige, in die Himmelsluft.
Zehet, ziehet, hebt! Sie bewegt sich, schwebt, Freude dieser Stadt bedeute,
Friede sei ihr erst Geläute.
Friedrich Schiller 


Sobre os Votos no TRF-4

Sobre os Votos no TRF-4
Juremir foi problematizar os juízes do TRF hoje. Eu creio que sim, que estes homens deveriam pensar muito mesmo em suas sentenças de elevadíssima responsabilidade. Eles deveriam pensar muito sobre o fato de que ao proferir suas sentenças estão determinando não o seu próprio destino ou notoriedade, como certa ralé poderia pensar, mas sim a sina de uma das maiores personagens políticas do Brasil em seus 500 anos de história. É por conta disso que eu creio que no caso deles pese mais certa vaidade de classe e seu pertencimento a certa casta do que propriamente a justiça e a sentença dentro do âmbito da técnica e da prova técnica. Será uma infelicidade tamanha para todos se suas sentenças nos levarem para um redemoinho histórico de infinitas proporções. Mas, apesar de ser contrário à condenação, não por mera convicção, tenho certeza absoluta que num ou noutro dos três ou quatro(?) casos possíveis de sentenças, a absolvição por maioria simples, por unanimidade, ou condenação por maioria simples ou unanimidade vai dar chabu igual. Construíram um processo cujas consequências econômicas, políticas, legais e sociais que de certa forma jamais deixará satisfeitos aos interesses de todos porque hoje no Brasil não há mais como erigir a máxima sobre o melhor interesse de todos sem sufrágio e sem eleição. No Brasil hoje o máximo interesse de todos só há de sair proferido com justiça das urnas e pelas urnas. Por Isso, eu creio com toda a minha convicção que Lula deve ser candidato sim e sofrer o máximo julgamento do povo nas urnas. Que os adversários apresentem seus questionamentos, que as acusações sejam postas nos jornais e nas tevês e que o povo tenha o direito de julgar, pois a democracia brasileira não pode mais continuar sendo sequestrada, vilipendiada e usurpada pela vontade de uma fração de sua sociedade que pode ser considerada sim elite e que faz pouco caso do povo. As condutas dessa fração não tem erguido mesmo sua moralidade e republicanismo no altar da pátria. Parece haver então certa necessidade de renovação de um contrato social no Brasil. E isso não será possível sem dar larga liberdade ao povo em julgar qual destino prefere. É isso tem consequências para todos de fato. É praticamente uma refundação dos três poderes esta eleição, pois que se ela ocorrer na escalada do golpe me parece haver a grave possibilidade desses poderes não subsistirem mais. Um sufrágio universal sem Lula candidato trará mais males do que bens. Disso também tenho certeza.

NOTAS E DISPERSÕES: 10 DE JANEIRO DE 2017

NOTAS E DISPERSÕES: 10 DE JANEIRO DE 2017

"Pegue o seu coração partido e transforme-o em arte." Meryl Streep

E a chuva começa para molhar minhas ideias.

Nenhuma gota cai em vão.

Entre ponto e outro, vejo um texto sendo preenchido, só meu.

Plano sequência.

Um homem se desprende da multidão e começa a caminhar até sair da cidade.

Pega uma carona no caminhão dos sonhos.

Chega ao sopé da montanha da vida e uma alcatéia o recebe uivando desconfiada do estranho.

Sobre o impulso incontido ao deboche com a morte de Bauman.

Mentalidade de liquidação.

Mentalidade de liquidação: Tudo vale menos.

O trabalho vale menos.

A vida vale menos.

O pensamento vale nada.

E as palavras são sem valor, sem medida e dignidade.

Para algumas pessoas não basta receber privilégios, pois é preciso também tripudiar e diminuir aqueles que não recebem.

Assim vemos os bafejados pela sorte tripudiando o azar alheio.

Como vemos também os exploradores tripudiando aos explorados.

Como vemos a colheita sendo feita por quem não plantou.

Assim caminha a humanidade num ciclo de luta, conquista e revolta.

Trabalho, renda e desigualdade.

Isso não é um drama, não é ficção, não é um teatro.

A luta pela vida não se encena, se vive...Não é um discurso.

E realmente impressionado com a cara de pau dos privilegiados.

Já vi caírem por falta de mérito e ficarem em pé sem caráter.

Deve mesmo ser uma proeza seguir a vida sem se beneficiar ou assinar isto.

E vemos que para fazer isto temos só duas opções: o silêncio e a revolta.

Qual é a escolha digna?

A mesma chuva que lava a nossa alma pode nos tirar a vida.

A mesma luta que nos liberta pode também nos aprisionar.

Até mesmo fora da caverna de Platão pode haver uma caverna maior nos envolvendo.

Mundo duplicado.

Bauman e o ganha ou perde entre liberdade e segurança.
Ao par revolta e silêncio vale a mesma regra.

A terra geme com os passos de todos nós.

E os canhões e trovões anunciam do que se trata.

Adeus às velhas armas.

No crepúsculo é preciso olhar para o lado certo.

Não há luz no passado.

A repetição é uma farsa.

Precisamos nos libertar do passado para tornar um futuro viável.

E é preciso pagar a passagem para que isto seja possível.

Entre a pílula azul e a pílula vermelha se faz uma escolha definitiva.

Ou tudo fica como está ou tudo muda realmente.

O primata que imaginou um outro mundo e uma outra vida olhando para a lua, olha agora para o céu pensando que depois da chuva...

A filosofia mais barata há de custar muito mais caro.

Não existe uma mágica que garanta êxito com ideias podres.

Não dura muito...

Num mundo paralelo de ilusões e fantasias isto pode dar certo, mas na vida real este logro é prejuízo.

Fazer o tema de casa não basta, é preciso comparecer à aula.

Afinal, é após o sermão da montanha, boa caminhada, que se faz a distribuição dos pães, e da água, um bom vinho.

Como é bom acordar com o dia resolvido em sua cabeça.

Sabendo que a chuva não pede licença para vir, que não dá para parar o sol.

E insônia passou a ser revelação.

Reflexão e mística dão licença para a praxis.

Não idéias perfeitas e nem redenção, mas a vida.

Preciso passar ali e deixar a chave daquela porta para seguir caminho.

Nem sempre as nossas conquistas coletivas nos pertencem ou nos contemplam.

Não há problema algum com você.

Todo o teu medo, toda tua mágoa e insegurança se dissipam e você descobre que foi só isso.

Foi só um sentimento e a realidade era outra.

O que deve te guiar aqui?

Quando for capaz de responder a isto...

Boas razões são bem vindas e só serão encontradas com muito rigor e precisão.

Deixe a queixa e o desdém para quem não sabe.

Chuva, banho, chuva e banho.

Gotas caem sobre minhas ideias.

Valeu Bauman!

Zé Ramalho - é aquela que fere, que virá mais tranquila...