Estou fazendo muita força para resistir ao sofrimento. Não posso ir muito mais além do que já estou sofrendo. E tento me distrair aqui e ali e é bem difícil. As vezes parece que a gente tem que escalar uma montanha emocional e voltar mais forte. Eu não tenho a menor dúvida de que estou passando por um momento duro, mas que sou um privilegiado em minha existência em vários sentidos, mas confesso - não para ser curtido ou aparteado - ma simplesmente para ter onde dizer algo sobre isto, que não seja nem tão anonimo, que não gere a compaixão e o carinho de quem me faz muito bem ao ser meu amigo e amiga, mas nem tão escancarado que venha alguém aqui confundir o que sinto com alguma forma de fraqueza ou pedido de piedade. Não, definitivamente não. Dá muito trabalho para entender isto que estou passando, isto que estou sentindo agora e eu quero sinceramente que nenhum dos meus amigos passe por algo parecido em nenhum sentido com isto, mas quero falar disto aqui, sem ser incompreendido nem admoestado por isto. Se não gosta do que escrevo não leia. Se me julgas fraco, não leia. Se tens vergonha dos teus sentimentos, não me leia. Mas pode ler com uma pitada de compreensão se és alguém que como eu julgava que isto podia acontecer sim, mas não desta forma e neste tempo. Estive em duas missas diferentes e prestei muita atenção no ritual, nas palavras e nas orações e cada vez entendo mais o significado de ser cristão - de encarar a dor e o sofrimento como um cristão - mas confesso que me sinto encurralado com esta resignação toda. Vejo pessoas que carregam pela vida inteira uma chaga, uma dificuldade física ou uma limitação, uma tragédia pessoal e familiar e elas estão lá sentadas cantando, orando, assim como eu e os meus. Recebem as bençãos, comungam e vão para casa reconfortadas...parece mesmo que Deus nos protege, que os céus estrelados nos protegem, apesar das maiores aflições. Fé, sim, a fé é um grande mistério para mim e a única arma que tenho agora contra a dor.
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