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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

POLÍTICA COMO VOCAÇÃO - MAX WEBER: COMENTÁRIO 2


Max Weber "diferencia dois tipos essenciais do políticos: os que vivem para a política e os que vivem da política.

O político que vive da política é aquele que não possui recursos materiais para a sua subsistência para além dos recursos provindos da própria atividade política. Sua atuação pública se confunde com uma luta não apenas por ideais comuns ou interesses de classes, mas também pela conquista de meios de conseguir renda, o que de alguma forma prejudica a capacidade de distanciamento para a análise racional dos problemas de seu cotidiano enquanto profissional da política.

Já o político que vive para a política representaria o tipo ideal no âmbito de atributos do político vocacionado, pois sua independência diante da remuneração própria da atividade política significa, também, uma independência de seus objetivos no decorrer da vida pública. Sua conduta pode esta voltada para a busca de prestígio, honra, ideais, ou até mesmo do “poder pelo poder”, mas não tomaria como prioridade a busca por recompensas financeiras em decorrência da profissão política, pois já disporia de recursos materiais suficientes."

in A Política como Vocação. ver tb resumo na WIKIPEDIA - PT.


Mas se pode encontrar uma contradição e inversão ai também. Pois não é a garantia da subsistência que torna o político mais racional. E nem sempre a garantia da subsistência gera um distanciamento para a análise racional.

As vezes o político que vive para a política não faz a política, permanece no simulacro. Ainda que isto para alguns seja justamente a política.

As duas análises são corretas teoricamente falando a partir da perspectiva de Weber. O problema é que existem contradições reais.

Alguns que tem a subsistência garantida também não dão à mínima para aqueles que não tem.

Assim este pensamento acaba somente por reproduzir esta lógica num outro nivel. Neste sentido, o tipo ideal de Weber pode ser para nós somente um tipo e de ideal não tem nada, porque não vai realizar uma política pautada nas necessidades.

Não há nenhuma indignidade na busca dos meios por conseguir renda, pois esta é a lógica da sociedade capitalista e seria uma ingenuidade querer que isto ficasse do lado de fora do espaço político.

O problema é quando este é o único propósito. O para si e o para o outro devem estar num desequilíbrio em que o para o outro seja de fato um imperativo político. Bem, mas alguns diriam que isto também é ingenuidade.

Assim, vamos ter que usar uma balança especial para medir efetivamente os pesos entre estes dois pratos.

Agrego este comentário para mostrar que nada disto é tão simples assim.

E que na experiência prática e concreta disto que entendemos as justificações e as racionalizações das pessoas a este respeito.

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