A rigor dever-se-ia chamar de arte somente a produção mediante liberdade isto é, mediante arbítrio que põe a razão como fundamento dê suas ações. Pois embora agrade denominar o produto das abelhas (os favos de cera construídos regularmente) uma obra de arte, isto contudo ocorre somente devido à analogia com a arte; tão logo nos recordemos que elas não fundam o seu trabalho sobre nenhuma ponderação racional própria, dizemos imediatamente que se trata de um produto de sua natureza (do instinto) e enquanto arte é atribuída somente a seu criador.
Immanuel Kant. Crítica da Faculdade do Juízo. Tradução Valério Rohden e Antônio Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993, p. 149.
Bela passagem sobre a arte, publicada por Kant em 1790. Trata-se da terceira crítica onde o juízo de gosto é elevado ao grau máximo da racionalidade.
In memoriam ao meu Orientador de Bolsa de Iniciação Científica Dr. Valério Rohden – falecido em 2010.
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