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terça-feira, 30 de agosto de 2011

PREPARANDO TRÊS PROVAS SOBRE A PRIMEIRA MEDITAÇÃO DE DESCARTES

Bom Dia!

mais um dia com filosofia e curiosidades como pano de fundo.

Em meio ao trabalho sério e dedicado de todos os dias, temos boas surpresas e alegrias. Uma delas é fazer as provas dos alunos da noite. Para a disciplina de filosofia.

Tenho que preparar três provas diferentes sobre a Primeira Meditação de Descartes.

Em gradiente, porque são três séries diferentes com niveis diferentes de compreensão. Um dos dilemas é o fato de que somente o segundo ano tem dois períodos, tanto o primeiro quanto o terceiro ano tem um período para realizar a prova.

Assim, para o 1o, 2o e 3o anos do noturno tenho que elaborar algo adequado ao tempo disponível. é uma das avaliações do segundo trimestre, após uma introdução sobre a vida e obra de Descartes e o seu método.

Minha idéia ou plano é produzir cinco questões com complexidade e extensão diferentes. Em algum caso com conteúdos e pontos diferentes na abordagem da Primeira Meditação.

A parte legal de ser professor é construir a pergunta certa que leva ao cerne da questão sem perder os detalhes. No nosso caso os detalhes realmente relevantes.

No caso atual tenho que levar em três abordagens diferentes os alunos para a percepção da terra arrasada de Descartes na primeira meditação em que não sobrará pedra sobre pedra.

Poderia dizer na metáfora aqui que só sobra o pedreiro.

Vamos para o rascunho das questões.

Passo a passo: Papel e lápis, uma folha em branco, três estruturas de cinco questões e os núcleos argumentativos dos parágrafos sublinhados na folha ao lado.

E daí segue-se a derivação e a transferência das questões em seus graus de dificuldade para as tres estruturas de cinco pontos.

Vamos lá cara você já fiz isto zihões de vezes antes e você gosta de fazer este exercício.

Faz isto como uma brincadeira como um esboço de artista.

Mas, atenção, não promova um ataque direto.

As primeiras questões são escadas a questão central é o núcleo e as duas últimas questões são corolários ou consequências.

Faça isto direito.

Semana que vém você publica aqui as questões.

Até lá vê se coloca aqui as tuas anotações introdutórias sobre Descartes, sobre tuas experiências acadêmicas e pedestres sobre Descartes.

Vê se coloca aqui as questões que te motivam também.

Principalmente aquela sobre Descartes para adolescentes.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

MEU PRIMEIRO TRABALHO: REPRODUÇÃO INCESSANTE DE MITOS

Meu primeiro trabalho de filosofia era sobre a fecundidade dos mitos e o surgimento da verdade na filosofia...ou da questão da verdade na filosofia. Escrevi em 1989 e tenho guardado ali no meu arquivo. Nem vou procurar agora. Quero aquecer a memória um pouco porque gosto de pensar e lembrar. É um bom exercício para a gente.

O mote era a reprodução incessante dos mitos. Ouvi esta expressão na primeira cadeira de filosofia, na primeira aula. Introdução a filosofia, ministrada pelo Prof. Dr. Hans Georg Flickinger. O nosso primeiro professor alemão. Especialista em Adorno, escola de Frankfurt e que havia sido aluno e orientando do gigante Hans Georg Gadamer, o pai da hermenêutica. Portanto, havia uma boa linha de passe entre a gente. Mais tarde descobri outras relações também importantes e referências importantes. As referências e lições dele nos levaram diretamente para uma obra Dialética do Esclarecimento que traz a crítica ao iluminismo e seus desdobramentos. E depois chegamos a outra obra dele a Dialética Negativa em que é feita a crítica do sujeito em Kant. O que foi objeto de estudo e perdição em meu trabalho de iniciação científica e conclusão.

Voltando aos gregos, a produção de mitos é incessante, porque tinham mito para quase tudo. Era uma coisa que se fazia bastante na Grécia pré-clássica ou arcaica. Que se entenda minha ironia, off course, era a única coisa que se podia fazer antes de começar a constituir outra abordagem para certas questões. Tatear e poetar sober as vontades alhures. Como diria Platão: estes malditos poetas..kkkkk.

A minha primeira impressão foi de espanto, bem clássica, e a pergunta era: como a verdade surge em meio a um oceano de ilusões, fantasias, engodos e etc? Mas os mitos não são isso dizia o manual?

São explicações, enredos narrados com o propósito de erguer uma causa como candidata a verdade.

A vontade divina ou o capricho dos deuses.

Eu me interrogava mais ainda.

No final, por preguiça e impaciência lógica eu concluí: a verdade não surge deste oceano não, o que surge dele é a procura de uma outra verdade, a pergunta pelo fundamento da verdade.

Abandonamos todos os deuses, heróis e etc e partimos para uma causa material, intencional ou natural. Para cada fenômeno uma ou mais possibilidades de acordo com a sua natureza ou categoria.

E aqui eu recaio em Heidegger e Nietzsche. Mas isto conto outro dia.

Filosofia Matinal.

Nunca entendi por que minhas idéias e minhas boas lembranças sempre me aparecem pela manhã.

Mas sempre me ocorre que é fruto do despertar após um bom repouso.

E também como uma resposta ao cotidiano.

Uma resposta que repara certas coisas.

E põe certas idéias no seu devido lugar.

Bom Dia

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

SUBFUNÇÃO PENSAMENTO FILOSÓFICO

Ensinar filosofia? Talvez seja simplesmente um esforço para tentar ativar uma função pensamento filosófico inutilizada. Uma subfunção da função pensamento que todo mundo usa, mas jamais avança sobre o filosofar sem a devida provocação. mas isto não é filosofar, é somente uma provocação que pode não dar certo na maioria dos casos. Ocorre, como disse um aluno meu ontem: nem todos tem o mesmo celular. Alguns tem um celular sem esta função ou com esta função inutilizada. Talvez não..

Ontem voltei à minha velha metáfora de 1995 da prateleira de loja de eletrodomésticos. Todos os liquidificadores na preteleira da loja e eu sou só um vendedor de eletrodomésticos. Usada na minha primeira aula na ETC em Porto Alegre. É preciso plugá-los na tomada e ligá-los. No atual caso: ativar a subfunção pensamento filosófico. Descartes sempre me ajuda muito aqui....

sábado, 6 de agosto de 2011

Murga, SL-FEST 2011, Preconceito e Tolerância Cultural

Na São Leopoldo Fest 2011 assisti pela primeira vez em minha vida uma Murga - Lo gran siete. Cito parte do verbete da Wikipédia (PT) aqui:

“A palavra murga é originária da Espanha. O ritmo musical teria surgido em 1906, quando chegou ao Uruguai uma companhia de zarzuela cujos componentes formaram um agrupamento ao qual chamaram La Gaditana e desfilaram pelas ruas de Montevidéu para cantar, dançar e arrecadar dinheiro para as apresentações da companhia. O evento teria inspirado a criação, no ano seguinte, de uma agremiação carnavalesca de uruguaios denominada a "Murga La Gaditana que se va", para parodiar o ocorrido com os artistas espanhóis. A partir daí a palavra murga passou a designar esses grupos, que com o passar do tempo agregaram à música que tocavam elementos do candombe e de outros ritmos de origem africana. A proximidade com o Uruguai fez com que surgisse à mesma época a murga portenha, a qual se difundiria por toda a Argentina. Atualmente, é manifestação presente no carnaval de diversas cidades espanholas, uruguaias, chilenas e argentinas.”

Ou seja, para nós que organizamos em São Leopoldo um dos maiores carnavais do estado, trouxemos a Murga direto do Uruguai para a São Leopoldo Fest 2011 e para o nosso povo.

Pois achei muito legal, diferente e creio que se acerta quando se propõe apresentar estilos, músicos e coisas diferentes num evento popular como este. O povo precisa conhecer a cultura de outros povos e esta é uma forma de promover não só intercâmbio cultural, mas também o entendimento entre os povos. Os uruguaios são nossos vizinhos aqui do lado, ou melhor, na extrema sul do nosso continente e foram, até o início do século XIX, parte, assim como nós de uma região sem fronteiras em que os gaúchos, os índios, os portugueses e os espanhóis se encontravam para intensas disputas de território e, suponho, em alguns momentos de paz e convívio.

Nota baixa para um coroa resmungando e praguejando contra a apresentação deles. Se não gosta vai passear ora bolas!, a feira é tão grande. Mas o ser grosso fez com que o cara se exiba ridiculamente. É algo ridículo o papel da falta de compreensão cultural que ele fez para mim e fiquei pensando na educação que a pessoa dá para os seus filhos e decendentes. Me lembrei de uma imagem do intolerante frente ao outro. Do preconceito frente ao diverso.

Fiz questão de ignorá-lo, mas me fez pensar na condição característica dele.

Estava de bombachas e de botas, como um paladino do Rio Grande. Soubesse ele do parentesco entre a Murga, Candombe, a Trova, a Milonga e etc. Ou seja , dos laços culturais profundos entre a música gaudéria e a música de vertente uruguaia.

Baixava a crista e se afundava na sua ignorância.