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quinta-feira, 31 de maio de 2018

A intervenção Militar melhoraria ou deixaria pior a Situação?

Não resolve o principal problema que é político, econômico, social e de gestão e não deixaria a gente reclamar que não houve solução. Ficaríamos todos impedidos pelo regime de força de reclamar se não resolverem o problema.

A cena dos coxinhas ontem na Refap de Canoas, pedindo intervenção e reclamando do “autoritarismo” da polícia militar prova isso. A outra cena dos coxinhas rezando num posto de gasolina também, E, por fim, as manifestações em frente aos quartéis também mostram isso. É um espírito que busca uma solução absoluta ou mágica aos problemas do país e que esquece que o “prende e arrebenta” da ditadura militar não foi dirigido apenas contra a esquerda ou guerrilheiros. Que as execuções autorizadas pelos presidentes militares – como o último vazamento das CIA prova – não foram feitas somente com baderneiros. Não custa lembrar que a maioria dos líderes que pediram a intervenção militar forma cassados e perseguidos pela ditadura militar, em especial o Carlos Lacerda, líder da UDN. As mortes de Castelo Branco, num “acidente” de avião mais do que suspeito. De Juscelino Kubistchek num acidente de carro na ponte Rio-Niterói, a morte de Jango e muitos outros desaparecimentos e acidentes são suspeitos. Então, é definitivamente ridículo pregar “intervenção militar” ou a volta da “ditadura militar”. É uma sandice e insanidade.

Vejam os seguintes fatos. Estamos há cinco anos nessa escalada de estupidez e imbecilidade. Fizeram uma festa com as manifestações de 2013, sequestrando o movimento contra o aumento das passagens de ônibus e a revolta contra a repressão da polícia de Alckmin em São Paulo. Não contribuíram em nada para se superar o quadro com reforma política ou constituinte, sequer consideraram essa hipótese. Enquanto o PMDB já bloqueava as propostas de mudanças do governo Dilma na Câmara dos Deputados. Depois se embalaram com camisetas da seleção brasileira e o MBL e foram para rua, tinham corpos nús nas manifestações que era um espetáculo de imbecilidade, apoiaram o golpe/impeachment. Do outro lado, a esquerda brasileira reagiu contra o golpe, mas a votação na câmara aprovou o impeachment e no senado, os derrotados da eleição de 2014 fizeram a festa, conspiraram e tiraram a presidenta do poder, dando o cargo de presidente ao vice que passa a trair o programa eleito em aliança com o PSDB e outros derrotados de 2014.

Adoraram e idolatraram o Cunha, cantaram loas ao Moro e ao Dallagnol, a Lava Jato ia salvar o Brasil e as coisas pioraram cada vez mais, porque foi usada como instrumento para aumentar a crise institucional. Já a mídia oficial e dependente de verbas públicas adorou, porque os bons tempos voltaram, Temer compôs um ministério de notáveis com PMDB, PSDB, PP, DEM, PSD, PPS e outros. Promoveram o desmanche da Petrobrás invertendo a política do setor a serviço dos interesses do capitalismo de mercado internacional e a banca internacional agradece elogiando junto com a mídia local, pagam os rentistas regiamente – mais de 50% dos recursos federais, congelaram investimentos e custeio das áreas sociais por vinte anos, asfixiaram as prefeituras com redução de repasses, concederam perdões de dívidas milionárias aos bancos e a certos empresários e latifundiários, arrebentaram os direitos trabalhistas, a fome voltou a figurar no Brasil, destruíram programas importantes em todas as áreas de educação, saúde, assistência social e outros, promoveram uma verdadeira festa de clientelismo com as emendas parlamentares, o desemprego voltou, hoje 27 milhões de brasileiros estão ou desempregados ou em desalento – que é o novo neologismo técnico para disfarçar o desemprego -, e promoveram essa inversão de política na Petrobrás com reajustes sucessivos do gás, do óleo diesel, da gasolina e de outros derivados. Desmancharam os parques e estaleiros de construção das plataformas, gerando milhares de desempregados – o caso de Rio Grande no Rio Grande do Sul é bárbaro, entregaram o Pré Sal à exploração estrangeira e o Brasil continua perdendo a cada dia mais divisas e mais riquezas,

Explico melhor. Nós temos muitos problemas hoje e podemos falar deles como listei acima. Podemos reclamar, protestar, ter opinião, debater, discutir e também votar contra ou a favor de quem propõe soluções se houver eleições gerais em outubro. Podemos até reverter esse quadro e tentar recuperar o Brasil dessa política equivocada e desse programa que não foi eleito pela grande maioria do povo brasileiro nas eleições de 2014. Porém, é preciso acordar dessa ilusão fascista, coxinha e golpista profunda. Com um regime militar as primeiras medidas serão o completo controle da informação, o controle das manifestações e a censura à liberdade de opinião das pessoas. Até mesmo os jornalistas das grandes empresas de comunicação, da chamada mídia oficial ou golpista sabem disso. Com a censura serão proibidas as manifestações contrárias. Então, o governo poderá fazer qualquer coisa e todos deverão ficar calados. É por isso que eu digo que é uma solução que não resolve. Pois, não haverá no horizonte nenhuma solução política para reverter esse quadro e tirar o Brasil de vez da mão desses golpistas e entreguistas.
Será que é tão difícil mesmo de entender isso?

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