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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

NOTAS E DISPERSÕES: 10 DE JANEIRO DE 2017

NOTAS E DISPERSÕES: 10 DE JANEIRO DE 2017

"Pegue o seu coração partido e transforme-o em arte." Meryl Streep

E a chuva começa para molhar minhas ideias.

Nenhuma gota cai em vão.

Entre ponto e outro, vejo um texto sendo preenchido, só meu.

Plano sequência.

Um homem se desprende da multidão e começa a caminhar até sair da cidade.

Pega uma carona no caminhão dos sonhos.

Chega ao sopé da montanha da vida e uma alcatéia o recebe uivando desconfiada do estranho.

Sobre o impulso incontido ao deboche com a morte de Bauman.

Mentalidade de liquidação.

Mentalidade de liquidação: Tudo vale menos.

O trabalho vale menos.

A vida vale menos.

O pensamento vale nada.

E as palavras são sem valor, sem medida e dignidade.

Para algumas pessoas não basta receber privilégios, pois é preciso também tripudiar e diminuir aqueles que não recebem.

Assim vemos os bafejados pela sorte tripudiando o azar alheio.

Como vemos também os exploradores tripudiando aos explorados.

Como vemos a colheita sendo feita por quem não plantou.

Assim caminha a humanidade num ciclo de luta, conquista e revolta.

Trabalho, renda e desigualdade.

Isso não é um drama, não é ficção, não é um teatro.

A luta pela vida não se encena, se vive...Não é um discurso.

E realmente impressionado com a cara de pau dos privilegiados.

Já vi caírem por falta de mérito e ficarem em pé sem caráter.

Deve mesmo ser uma proeza seguir a vida sem se beneficiar ou assinar isto.

E vemos que para fazer isto temos só duas opções: o silêncio e a revolta.

Qual é a escolha digna?

A mesma chuva que lava a nossa alma pode nos tirar a vida.

A mesma luta que nos liberta pode também nos aprisionar.

Até mesmo fora da caverna de Platão pode haver uma caverna maior nos envolvendo.

Mundo duplicado.

Bauman e o ganha ou perde entre liberdade e segurança.
Ao par revolta e silêncio vale a mesma regra.

A terra geme com os passos de todos nós.

E os canhões e trovões anunciam do que se trata.

Adeus às velhas armas.

No crepúsculo é preciso olhar para o lado certo.

Não há luz no passado.

A repetição é uma farsa.

Precisamos nos libertar do passado para tornar um futuro viável.

E é preciso pagar a passagem para que isto seja possível.

Entre a pílula azul e a pílula vermelha se faz uma escolha definitiva.

Ou tudo fica como está ou tudo muda realmente.

O primata que imaginou um outro mundo e uma outra vida olhando para a lua, olha agora para o céu pensando que depois da chuva...

A filosofia mais barata há de custar muito mais caro.

Não existe uma mágica que garanta êxito com ideias podres.

Não dura muito...

Num mundo paralelo de ilusões e fantasias isto pode dar certo, mas na vida real este logro é prejuízo.

Fazer o tema de casa não basta, é preciso comparecer à aula.

Afinal, é após o sermão da montanha, boa caminhada, que se faz a distribuição dos pães, e da água, um bom vinho.

Como é bom acordar com o dia resolvido em sua cabeça.

Sabendo que a chuva não pede licença para vir, que não dá para parar o sol.

E insônia passou a ser revelação.

Reflexão e mística dão licença para a praxis.

Não idéias perfeitas e nem redenção, mas a vida.

Preciso passar ali e deixar a chave daquela porta para seguir caminho.

Nem sempre as nossas conquistas coletivas nos pertencem ou nos contemplam.

Não há problema algum com você.

Todo o teu medo, toda tua mágoa e insegurança se dissipam e você descobre que foi só isso.

Foi só um sentimento e a realidade era outra.

O que deve te guiar aqui?

Quando for capaz de responder a isto...

Boas razões são bem vindas e só serão encontradas com muito rigor e precisão.

Deixe a queixa e o desdém para quem não sabe.

Chuva, banho, chuva e banho.

Gotas caem sobre minhas ideias.

Valeu Bauman!

Zé Ramalho - é aquela que fere, que virá mais tranquila...


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