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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

NIRVANA – CHARLES BUKOVSKI

Nenhuma chance, completamente sem propósito.
Ele era um jovem viajando num ônibus
através da Carolina do Norte e em algum ponto
começou a nevar.

O ônibus parou em um pequeno café
nas colinas e os passageiros entraram.
Ele sentou no balcão, como os outros,
pediu um lanche rápido e a refeição foi
particularmente boa como o café.

A garçonete era o contrário das mulheres
que ele tinha conhecido.
Ela não era  afetada, havia um humor
natural vindo dela.

O cozinheiro da chapa disse coisas loucas.
o lavador de louça, na parte de trás,
riu um sorriso límpido, bom e
agradável.

O jovem olhou para a neve através das
janelas.
Ele queria ficar ali naquele café
para sempre.

Um sentimento curioso atravessou ele
de que tudo estava
ótimo, de que sempre  fica belo lá.

Então o motorista do ônibus
disse aos passageiros que era a hora de
embarcar.

O jovem pensou, vou ficar sentado aqui,
quero ficar aqui.

Mas então levantou-se e seguiu
com os outros no ônibus.

Encontrou seu assento
e olhou para o café mais uma vez
através da janela do ônibus.

Então o ônibus moveu-se,
desceu uma curva, para baixo, para longe
daquelas colinas.

E o jovem mirou uma reta para trás,
E ouviu os outros passageiros
Falando de outras coisas,
alguns liam ou estavam
tentando dormir.

Eles não tinham notado
aquela mágica.

O jovem colocou a cabeça para
o lado,
fechou os seus olhos e fingiu
dormir.

Não havia nada mais a fazer -
apenas ouvir o som do motor,

o som dos pneus na neve.

VERSÃO MINHA DE 24 DE DEZEMBRO DE 2017
DANIEL ADAMS BOEIRA
6 anos após a primeira leitura.

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