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sábado, 4 de fevereiro de 2017

Uma palavra sobre estatísticas: Wislawa Szymborska

Em cada cem pessoas aquelas que sempre sabem mais:
cinqüenta e duas.

Inseguras de cada passo:
quase todo o resto.

Prontas a ajudar, desde que não demore muito:
quarenta e nove.

Sempre boas, porque não podem ser de outra maneira:
quatro – bem, talvez cinco.

Capazes de admirar sem invejar:
dezoito.

Levadas ao erro pela juventude (que passa):
sessenta, mais ou menos.

Aqueles com quem é bom não se meter:
quarenta e quatro.

Vivem com medo constante de alguma coisa ou de alguém:
setenta e sete.

Capazes de felicidade:
vinte e alguns, no máximo.

Inofensivos sozinhos, selvagens em multidões:
mais da metade, por certo.

Cruéis, quando forçados pelas circunstâncias:
é melhor não saber, nem aproximadamente.

Peritos em prever:
não muitos mais que os peritos em adivinhar.

Tiram da vida nada além de coisas:
trinta (mas eu gostaria de estar errada)

Dobrados de dor, sem uma lanterna na escuridão:
oitenta e três, mais cedo ou mais tarde.

Aqueles que são justos:
uns trinta e cinco.
Mas se for difícil de entender,
Três.

Dignos de simpatia:
noventa e nove.

Mortais:
cem em cem – um número que não tem variado.


Grato a Denise Bottmann, que pegou de um Edward Magro e de quem pego emprestado para distribuir para vocês meus amigos e amigas... Deve ser a mais dolorosa estatística, mas não temos muito o que fazer....

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