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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Bertrand Russell e os absurdos dos bons governos.



Desidério Murcho, filósofo português de boa cepa, compartilhou um meme do Russell que pode ser carregado de controvérsia sobre a posição de Russell sobre a existência do estado e a possibilidade de haver um bom governo.

Só pode ser um teste de inteligência. A tradução não ajuda em nada. O que eu creio que ele diz aí é uma espécie de confissão sobre sua excessiva crença na possibilidade de existir um bom governo, que vive sendo abalada pela quantidade de absurdos que mesmo bons governos cometem. Lembra muito a famosa expressão de Bismarck sobre governos e fabricar linguiças.

Vou retraduzir tudo então e tentar tornar o texto do meme e seu anexo palatável para nós os reles mortais e que precisamos compreender as coisas bem. Uma exigência típica de que sempre penso sobre quem ainda cultiva com muita parcimônia alguma generosidade interpretativa.

"Estou absolutamente convencido de que não há limites para a quantidade de absurdos que um governo qualquer é capaz de cometer, isto tem conseguido abalar a minha esperança em dias melhores."          
             
E complementando com "contrariando aquilo que eu geralmente tenho acreditado."                       

É um constatativo dele que nos lembra muito o seu problema com como perseverar em uma crença quando muitos indicativos podem nos levar a rejeitar está crença.

Perseveramos nesta crença porque julgamos que ela uma orientação moral superior a sua negação.                       


Mas é bom que se diga também que minha tese de interpretação ficará abalada se compararmos isto com sua desconfiança em relação ao cristianismo e ao fato de alguns julgarem isto uma boa ilusão pois manteria a coesão social. E é engraçado este aspecto diferenciado entre uma razão política é uma crença religiosa.

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