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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

A FILOSOFIA E O BRASIL NO PIOR DOS MUNDOS POSSÍVEIS

Me sinto tão indisciplinado e oscilante nisto de seguir um mestre que provavelmente pouco me resta para objetar na tua postagem, meu caro Roberto Horácio Sá Pereira. Não ando muito reverente, e talvez nem seja relevante também, mas em alguns casos gosto mais das pessoas dos mestres e menos das ideias e tem outros que gosto mais das ideias do que das pessoas, em todo caso, a gente acaba nem fazendo parricídio e nem erguendo monumentos para eles. E gosto bem mais de filósofos e filósofas vivas do que nos que já passaram. A miséria da filosofia no Brasil é tal que pouco caso fazem de nós mesmos, por isso creio que sem bajulação devemos defender e nos fortalecer em algum tipo de estatuto do pensamento sério e honesto. As convicções de uns contra outros não me agradam e nem me servem para nada. Não me ajudam. Penso que a saída real é incomodar na política e gerar efeitos culturais, ainda que tenha muito interesse em questões epistêmicas, metafísicas e clássicas, tenha predileção por certos filósofos e abertura para descobrir outros que nunca li com mais atenção, penso mesmo é nos efeitos de nossas idéias nos alunos e em suas formas de interpretar este país. A coisa está tão feia no Brasil que a revolta organizada dos filósofos talvez não evite a piora do quadro, mas pode ajudar em alguma reação. O Brasil vive hoje em todos os aspectos que eu posso divisar: O PIOR DOS MUNDO POSSÍVEIS! E não consigo mesmo ficar assistindo isto como expectador. Me parece haver um imperativo moral na denúncia e na reação contra isto. Um grande abraço amigo!

PROVOCAÇÃO POR ROBERTO HORÁCIO SÁ PEREIRA:

Pensamento do dia:


"filosofar "não é seguir um mestre", seja ele Kant, Hegel, Marx, Wittgenstein ou até o pobre do Deleuze (para quem não me conhece já fui até deleuziano, lacaniano, na vida. O primeiro curso que dei tinha o nome de "Pensamento nômade", parece piada, mas não é). Todo filósofo nasce de um parricídio. Quem nunca matou seu Sócrates, e continua o seguindo com um mestre, nunca se tornará um Platão. Fica repetindo aquela mesma baboseira pro resto da vida. E é isso que produz um grande divisor de águas no campo da filosofia, não entre "analíticos" (nem sei mais o que isso significa) e "continentais", ou entre filósofos e historiadores de filosofia, mas entre pessoas que pensam por conta própria e seguidores de mestres. O problema no Brasil, é que todo mundo quer seguir um mestre, até muitos daqueles que se dizem "analíticos". O camarada é ou Deleuziano, ou Wittgensteineano ou Fregeano, ou Kantiano, etc. e não consegue pensar fora da "caixinha". Só assim eles se sentem seguros. Por isso praticamente não se cria nada de minimamente original no Brasil."

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