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domingo, 29 de maio de 2016

"SOMOS UM BANDO DE MUITOS LOUCOS" (revised and completed)

Pois eu me lembrei nesta semana esta passagem da letra do Bebeto Alves por diversas razões. Uma delas era ao me dar conta o que, afinal, diabos nós estávamos fazendo a mais de 20 quilômetros das nossas escolas, eu e mais 13 professores estaduais em greve em um município conversando com mais sete alunos e oito professores que ainda não tinham aderido ao movimento e me veio o insight: nós devemos ser loucos.

E lembrei também da loucura que representa entrar em escolas onde ninguém quer saber nada de você nem do que você ou quem está com você diz sobre a greve e você está ali tentando argumentar, dialogar, trocar experiência e gerar alguma empatia ou identidade sobre a luta, ganhar alguma solidariedade, generosidade, compreensão ou adesão por algum tempo.

Lembrei meu pai - Tu estais malhando em ferro frio, dizia  - me olhando em meio a um debate sobre política com pessoas que simplesmente não querem entender o que você diz, não aceitam tuas consequências, não aceitam tua arguição e de quem está contigo por mais que você se esforce, por mais que tua argumentação seja perfeita, por mais que eles aceitem tuas premissas, não querem aceitar a necessidade de lutar. Se sustentam na vontade, num temor recôndito ou no conforto da forma como estão habituados a ir levando a vida.

Mas eu lembrei também de SOMOS UM BANDO DE MUITOS LOUCOS, quando me perguntaram: se os professores que lutam pelos direitos de toda a sua categoria são loucos ou se são loucos aqueles que vivem anestesiados no sistema de submissão?

Ou seja, aqueles que vivem sofrendo e aguardando alguma melhoria sem lutar por ela ou desejando apenas um bafo da sorte, ou um privilégio ou regalia no jogo de atenção e obediência do sistema de exploração e massacre em que os educadores estão inseridos...loucos somos nós sim que lutamos por vocês que se calam e resmungam pelos cantos da escola e recantos desta vida. Precisamos dos loucos ou os loucos precisam de nós.

E ontem ao ler uma matéria sobre greve e ocupação ao ver que alguém completamente importante, relevante e sensata no curso desta história dizia que esperava a volta à normalidade nas escolas e daí resolvi escrever isto aqui.

Assim, quando a normalidade voltar não estranhe se ela te levar à loucura.

DESOBEDEÇA! Vale aqui Thoreau tb.

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