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domingo, 10 de abril de 2016

COTRA O MASSACRE DOS SEM TERRA PELA POLÍCIA E A ARAUPEL

POR QUEM AS BANDEIRAS TREMULAM?

POR QUEM AS VOZES ECOAM?

Nesta semana um velho amigo me perguntou o que explicava a minha entrega e de muitos outros como eu e toda a nossa surpreendente dedicação na defesa de um governo, um partido, um projeto e de determinadas pessoas. Foi numa manhã em que estávamos ali juntos enterrando o corpo de um grande talento musical de nossa geração - Paulo Pink - e ele não me perguntava isso como um deboche, para me ofender ou para me provocar, era uma pergunta singela e carinhosa - Como é que vocês conseguem? - Fazia isto por estar realmente surpreso - e eu também me surpreendo com isto - que todos os seus amigos engajados na política de esquerda no Brasil e em certos partidos estavam em estado de alta tensão. Ele me olhou nos olhos e disse que me via exausto e cansado e que tentava me entender. Apresentou um conjunto de perguntas bem razoáveis e plausíveis que ele no seu recôndito lar e vida quase reclusa de um aposentado que se dedica a conseguir viver com tranquilidade sua vida não precisa saber. Eu, com muita calma, passei a arrolar um conjunto de políticas e propostas políticas a serem executadas e, após passar pela indicação de que no fundo lutava por minhas filhas, meus netos que não conheço ainda, meus alunos e as noivas gerações sempre desde muito tempo e muitas vezes sem ver a cor da conquista - os exemplos são tristes, a democracia foi conquistada para mim somente em 1989, quando eu já tinha 24 anos e militava a mais de dez, nosso amigo Paulo Pink estava nos últimos tempos dedicado a passar no vestibular de Música da UFRGS, o que não pode fazer durante todos os anos 70, 80, 90 e 00. Havia feito um curso na IFRS e sonhava fazer isto, não deu tempo. E então eu apontei para ele a luta dos sem terra, falei do Master do Francisco Julião que antes do golpe da ditadura em 1964 lutava pela reforma agrária e lembrei da fundação do MST na Fazenda Anonni, o Argemi testemunhou o diálogo e assentia com a cabeça, pois então meu amigo me perguntou se isso era uma luta mesmo, daí passei a citar as vitimas do Massacre de Eldorado dos Carajas, que ocorreu a 20 anos e cujos mandantes e assassinos continuam de certa forma impunes e que a reforma agrária ainda não foi feita. Não lembrei na hora da Freira Doroty Stang assassinada covardemente porque acompanhava e ajudava na organização de sem terras, não lembrei de muitos outros que continuam sendo assassinados o que inclui a prefeita Dorcelina Folador de uma cidade chamada de Mundo Novo no Mato Grosso do Sul por sua ligação com os sem terra. Bem, ao final do diálogo eu dizia mais ou menos assim, a gente não desiste de lutar por mais justiça, mais direitos, mais mudanças e uma sociedade melhor, alguns não acreditam, mas é também a luta pela democracia que é a condição fundamental para podermos disputar o poder e implementar estes programas. Após o final do enterro, após ficarmos ali vendo nosso ente querido e lamentarmos junto de outros familiares e amigos, ele veio me dar um abraço e dizer apenas: não desista, eu nem sei fazer este tipo de coisa que vocês fazem, mas eu sei que nós precisamos alguém que faça para este país ser melhor.

Em memória de todos que lutam...
Em memória de todos que amam...
Em memória de todos que sonham...
Em memória de todos que abraçam..
Em memória de todos que cantam...
Em memória de todos que caem...
À todos que levantam...
À todos que andam...
Aos que marcham...
Aos que gritam:

‪#‎NãoVaiTerGolpe
‪#‎ChegaDeGolpes


o Movimento Sem Terra sofre em seu grande corpo humano, mas o povo vai continuar lutando por terra, justiça e democracia!

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