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sábado, 8 de agosto de 2015

TEMPO HISTÓRICO E TEMPO BIOGRÁFICO



Esta semana ao expor a relação entre certas personagens e alguns ciclos ou processos históricos brasileiros, em especial Getúlio Vargas e o Modernismo e o Tenentismo, apontei a necessidade de observarmos melhor a relação entre tempo histórico e tempo biográfico. A gente olha para o período da Primeira República que vai de 1889 a 1930 e encontra um tempo histórico de 41 anos. Da Coluna Prestes até o Golpe de 1964 39 anos e assim sucessivamente, do Golpe Militar até a Posse de Lula 38 anos. Da morte de Getúlio até a Posse de FHC 40 anos. Trata-se da relação entre a vida e a biografia de uma pessoa ou pessoas, e muitas vezes de uma geração inteira e a vida ou história de um país. Me parece importante atentar para isso, porque isso faz toda a diferença em muitos fatos e processos entre saber, estar preparado, acreditar e dispor de alguma forma de intuição superior em que de repente de surpresa chegamos como outros um dia chegaram no tempo certo, no lugar certo e na hora certa para fazer com efeito aquilo que muitos tentaram, almejaram e não conseguiram, porque suas ótimas biografias ainda não eram maduras ou já eram passadas para poder intervir no mundo objetivo com alguma precisão - adoro esta palavra. Não se trata só de sorte não, nem somente de acaso ou destino. Vejo algo como uma espécie de tempo singular de cada um que se encaixa com está história do mundo. E tanto os indivíduos, suas relações e consciências delas, quanto os coletivos e suas situações e desafios, se encontram assim. A vida útil de um ser humano é indefinível e o tempo do seu êxito também, mas deve haver algum sinal deste tempo que se repete e algumas biografias tem certos paralelos que ressalvadas as diferenças pertinentes ajudam nesta minha intuição. Pensei numa vida útil de em média 40 anos, em alguns casos mais e em outros menos e em ciclos de aproximadamente 40 anos na história. Não posso aqui comparar isso com outros ciclos já propostos, sei que a ideia de continuidade ou descontinuidade tem sido um sinal de que as tais rupturas  e uma certa lógica da história são imprevisíveis, mas fiquei pensando em um paralelo ou paralelismo entre certas gerações e certos processos históricos. Com Getúlio a gente sempre pode lembrar que ele pertence aquela famosa geração de 1907 da Faculdade de Direito de Porto Alegre que melada no PRR e no positivismo acaba por fazer a Revolução  de 30 e modernizando este país. Talvez isso que eu diga seja só uma viagem, mas eu poderia ajudar mostrando algumas outras fotografias e figuras disto de tal modo que aquilo que parece ocasional ou circunstancial, fortuito ou eventual nos surpreenda, não com regularidades lineares, mas paralelos e dinâmicas semelhantes em que certas pessoas, suas gerações e processos históricos caminham pari passo com desdobramentos e desenvolvimentos combinados. Olhe mais de perto e verás...

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