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sábado, 11 de julho de 2015

A FOTO DO POE EM SÃO LEOPOLDO É A FOTO DE SÃO LEOPOLDO HOJE!


Recebi uma crítica de que esta foto ou fotos que é vista do POE frente aos educadores é uma montagem. Eu não sabia que aquela foto dos educadores fazendo uma linha de frente com o POE era uma espécie de montagem fotográfica desenhada após o desfecho da retirada, ao final da tarde de sexta-feira, dos 30 manifestantes que passaram 20 horas no sétimo andar da prefeitura municipal em frente ao gabinete do prefeito. Porém, penso que a crítica não toca no principal aspecto da questão que é o que é relevante no caso.  

Podemos avaliar a foto e sua veracidade, ou as fotos e suas similares de diversas formas. Mas não há nada nisso de algo que para mim faça alguma diferença objetiva, moral ou fatual  agora, nem que tenha alguma relevância. A foto, portanto, é simbólica sim e tem sua força a partir disso mesmo do que ela representa e do que ela revela da situação atual. Ela representa muito bem a força do movimento que não tem do outro lado do balcão um negociador, mas apenas um bando de pessoas que não sabem administrar, não sabem negociar, não sabem respeitar e ouvir os trabalhadores e que por conta disto precisa do POE para impor de forma intransigente sua miséria de prioridades bem planejadas aos trabalhadores de nossa cidade. Ela representa bem o fato de que o governo não negocia, mas sim manda a polícia, manda bater e manda às favas os trabalhadores.

Para mim esta foto, porém, e todas as suas semelhantes em que identifico muito conhecidos e conhecidas aliás, acaba mostrando e dando sinais claros da força e da determinação do movimento que reponde a isso, em especial das nossas colegas e dos nossos colegas, dos seus familiares, irmãos, filhos e demais cidadãos que estavam lá junto deles e de muitos servidores.

Eu não estava lá na hora da foto para ver como se armou, mas eu estive lá dando uma passada e vi muitos colegas, servidores e cidadãos extremamente determinados e corajosos no estacionamento da prefeitura à postos em defesa das lideranças e das suas causas.  

E o que sei pela minha experiência estudantil, sindical e militante, foi que os trabalhadores fizeram um verdadeiro e muito bem sucedido cabo de guerra psicológico.

Mas que tal cabo de guerra, após a violência dos capangas do prefeito e seus CCs na tarde de quinta feira à noite que levaram a resistência dos invasores em protesto contra a proposta vergonhosa e a não audiência do prefeito que marca mais um gol de desrespeito aos servidores e educadores,  não levou ao confronto nem trouxe vitimas, pois o comando da greve e da BM decidiram não fazer mesmo confronto físico e portanto realizaram o mandato de reintegração de posse de forma pacífica e com uso de mínima força.

Então a situação foi uma basicamente uma dissuasão e as lideranças grevistas tiveram extrema sabedoria em construir esta luta até este limite. Minha pequena experiência neste tipo de confronto, piquetes de greve geral e outras atividades de movimento social, me diz que houve muita habilidade das lideranças sem sacrificar um pingo da coragem e da disposição de luta e do orgulho dos que estão em greve a mais de 35 dias.  Uma greve que foi deflagrada após mais de dois meses de tentativas de negociação que acabaram recebendo uma proposta indecente de reajuste zero. Uma greve que foi acompanhada por passeatas semanais em que da prefeitura pela cidade os educadores apresentaram  suas razões. Uma greve que gerou um acampamento em frente a prefeitura onde estas educadoras, servidores e funcionários do hospital municipal e da saúde e segurança pública, representantes de todas as categorias de servidores públicos se fizeram presentes e atuantes. Uma greve que impôs uma CPI das finanças na Câmara de Vereadores contra o governo municipal por não dar transparência aos gastos dos recursos públicos e por não prestar contas e esclarecimentos públicos sobre o uso dos recursos financeiros do FUNDEB, o que gerou também ação do MP para apurar a regularidade da licitação de compra de uniformes. Uma greve que sucede a crise de não recolhimento de lixo na cidade, a manutenção de uma UPA fechada na zona norte, apesar de estar pronta para ser inaugurada. Uma greve que espôs na CPI as barbaridades das terceirizações de profissionais no Hospital Centenário.      

E graças a sabedoria destas lideranças e a sua coragem nenhuma amiga nossa – e tenho sim muitas amigas e colegas, amigos e colegas naquele movimento - foram feridas. A maior parte que está ali protestando e acampada é mãe e filha e eu estive lá também por isso preocupado com a integridade física delas e apoiando a luta delas .

Nesse quadro esta foto é o que saiu de barato e mostra o limite do confronto.

E isto também é uma vitória dos trabalhadores e trabalhadoras.


Mais uma aliás, entre tantas vitórias da persistência, da coragem e da altivez dessas grandes mulheres e seus companheiros de luta que buscam RESPEITO e que no fundo estão representando  todos os cidadãos desta cidade que não suportam mais o PIOR GOVERNO DA HISTÓRIA DE SÃO LEOPOLDO.

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