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sábado, 11 de abril de 2015

QUAL O MODELO? - NOTA PARA O DEBATE SOBRE A FILOSOFIA BRASILEIRA

Eu acredito mais numa necessidade de se debater qual o modelo e o projeto de ciência e produção intelectual e cultural nacional, tanto no que toca aquilo que é financiado publicamente e no que depende de iniciativas privadas ou individuais e suas relações entre um e outro. O Lattes é uma plataforma, uma ferramenta. O problema certamente não é o Lattes, o Lattes é meio não fim em si mesmo e eu creio que nem representa o modelo também. O que há de importante nele é a transparência e a visibilidade da produção intelectual e científica brasileira e isso deve ser estimulado sim, assim como o debate sobre relevância, recepção e produção intelectual externa e interna no país. No debate sobre o Ranking dos dez melhores filósofos atuais me chamou a atenção não  falta de qualidade deles que me parece inquestionável, mas o fato de que tem mais gente pensando, fazendo debates e produzindo trabalhos hoje em filosofia de alta relevância. Tem muita abordagem exagerada tanto na crítica e tenho testemunhado muita disputa crítica rebaixada - por aqui pelo menos. O problema desta posição da Marilena ou de outras posições polêmicas como estas é que logo já tem gajo fazendo uma crítica generalizante e superficial à tradição uspiana, ou porchatiana ou do que quer que seja. Vejo - e minha posição quasi externa ao meio acadêmico - talvez aumente minha margem de erro ou me faça ver só a superfície do tipo de combate entre tradições que impede a discussão coletiva de um modelo. Mas eu creio que vai chegar uma hora que o debate sobre o modelo e eleger um modelo haverá de ser feito até para avançar mais e fechar algumas contas e abrir contas novas no debate nacional. E ao ler a postagem da Marilena eu fico pensando mais ainda em qual é mesmo o significado de falar sozinho? Gostaria mais de ler um debate bem mais ampliado sobre o tema do modelo nacional. E começar pela filosofia pode ser mais auspicioso do que parece, até porque já foi feito isso antes e o modelo que herdamos me parece ser muito tributário disto.  Mas certamente não é mais uma questão de quem está por cima ou por baixo, dentro ou fora, quem tem jornal ou platéia, quem tem prerrogativas ou não, no regime das trocas intelectuais nacionais.  O público filosófico brasileiro e o número de filósofos profissionais neste pais hoje – e não falo isto com desdém - e também a existência de novas plataformas tecnológicas e de circulação de informação talvez permitam isso. Qual o modelo?

Marilena Chauí criticando o Lattes: "É um crime o curriculo lattes" diz Marilena Chaui

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